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Naty Barros: “O rap canta as músicas que eu vivo, as coisas que eu vejo, e é esse lugar de liberdade”

MC de Arapiraca, Alagoas, reverência sua terra e ancestralidade no álbum "Bata Cabeça". Naty é também uma das atrações principais do Festival Carambola.

As influências de Naty Barros na composição dos versos vão muito além das reverenciadas no rap brasileiro. A forma que desenvolveu tem uma conexão mais próxima com a realidade que vive em Arapiraca, no interior de Alagoas. “Aí você vai perguntar, quem são suas referências pra você fazer o rap do jeito que você faz? Aí eu falo: Jackson do Pandeiro, o Rei do ritmo”, diz ela. “Pra mim ninguém tem a métrica de Jackson do Pandeiro. Quando eu vou aprender sobre métrica, eu tento fazer como ele. Eu treino flow, fazendo embolada, tentando brincar com o pandeiro, porque é da minha própria vivência”.

A caminhada na música da MC começou em 2011 como intérprete da banda Dona Moça, que fazia releituras de obras clássicas e contemporâneas do forró, xote, arrasta-pé, xaxado e coco. Essa experiência foi essencial para que ela se desenvolvesse artisticamente, mas também limitava sua vontade de vislumbrar outras possibilidades. Para libertar suas ideias, Naty abraçou de vez o rap, um estilo musical que sempre ouviu, ainda que não bem- vindo dentro de casa, pela resistência dos pais.

 

Foto: Mylena Duarte

 

Ir para a universidade, se conectar com outras pessoas e morar sozinha, aguçou ainda mais a sua vontade de contar suas histórias com rimas acompanhadas pelas batidas eletrônicas. “Não tinha muito espaço dentro daquele formato pra fazer aquilo que eu queria”, afirma via Zoom. “Então, comecei a viajar. O rap canta as músicas que eu vivo, as coisas que eu vejo, e é esse lugar de liberdade que tinha esse propósito que caminhava muito junto com aquilo que eu queria fazer, e queria viver. Mas não foi uma virada de chave 100%”.

A mudança total (do forró para o rap) não aconteceu porque Barros manteve a base “forrozeira”. Isso também virou um diferencial dela na forma de fazer, porque mesmo se identificando com a realidade compartilhada nos raps que ouvia, da sonoridade à lírica, tudo aquilo ainda estava muito distante do seu cotidiano. Quem mostrou que era possível unir as duas musicalidade foi o rapper Rapadura.

“Quando conheci o trabalho dele, depois de muito tempo procurando, eu fiquei louca. O Rapadura me mostrou que era possível. Viajei pra ver se conseguia também, porque eu ficava: beleza, é esse espaço que eu posso usar, que me dá liberdade, que canta algumas coisas que vejo e que eu vivo, mas ainda não é aquilo que eu vivo aqui no interior de Alagoas. A galera tinha algumas coisas sobre a vivência do centro, da vivência da cidade, mas na minha infância e adolescência era um centro que tinha os seus elementos, mas era outro rolê. Tinha as carroças passando. Era ocupado por outras pessoas, outros corpos, outras estéticas. Então eu ficava falando: beleza, mas não é isso ainda. Eu não queria largar o forró, porque isso é o que me constitui culturalmente. Então, o rap, ao mesmo tempo que foi outra coisa, também foi o espaço de liberdade que me permitiu fazer outra coisa sem perder essa essência cultural”.

OFF
“Eu tenho essa vivência de situações que sua comuns à periferia. Mas também tenho esse outro lado, e eu tentei planejar como é que eu conseguiria fazer essa junção. Eu sou muito eu. Sei lá, to num lugar me apresentando e vou cantar um forró, porque alguém me convidou no barzinho, porque eu tô aqui escutando Sant, aí eu tiro o fone e vou cantar Santana, O Cantador, Luiz Gonzaga. Então é muito da minha realidade. De no sábado de manhã colocar pra tocar ADL, e de tarde meu pai bota trio nordestino e Jackson do pandeiro, que são referências para mim”.

 

“Bata Cabeça”

 

Toda estrutura criada por Naty ao longo dos seus 10 anos de música serve de alicerce para o álbum “Bata Cabeça”. Apesar de ser o primeiro trabalho oficial dela (lançado em 2021), a alagoana colocou no mundo em 2018 o EP “Subversão”, que caminha pelo Reggae e MPB para trazer discussões políticas urgentes, como questões de raça e gênero e a realidade do povo preto. Este, a cantora diz que na verdade foi um movimento feito pontualmente com músicas de um outro tempo, de um período que tinha 14-15 anos. “Muitas coisas que tem ali, eu não acredito mais”, observa ela.

No caso do disco, o conceito está centrado na espiritualidade e nas matrizes africanas. Porém, não há um abandono do regionalismo, porque tudo está conectado. “Eu sou uma mulher de terreiro, filha de Iemanjá, filha de Xangô… então, eu senti que tinha que ser uma reverência a essa ancestralidade. Uma reverência a esse lugar, a minha terra”, reflete. “Então, ele fala muito sobre Alagoas, a terra de Palmares, como tendo esse peso ancestral do povo preto. O Bata Cabeça é esse chamado para reverenciar a esse sagrado”.

Para produzi-lo, Naty Barros convidou a Colombia Beats, FM, Furmiga Dub, Luana Flores e PH. A própria também assina a produção de 3 das 9 músicas, que foram desenvolvidas para contar uma história. Todas tinham um direcionamento inicial, mas ao longo do processo ganharam nuances diferentes das pensadas originalmente.

“Foi massa esse processo porque eu pude fazer com que elas tivessem uma cara mais coerente”, observa. “Eu queria que tivesse essa linha estética e filosófica da gente volta ao passado para construir um futuro positivo. E era essa reverência ao coletivo, ao povo preto, então logo de inicio eu sabia que queria muita gente participando. Só que o desafio era reunir pessoas de rolês diferentes e fazer algo que converse”.

 

Foto: Mylena Duarte

 

De volta aos palcos

 

A pandemia deu uma segurada nas apresentações. Neste período, principalmente em 2021, Naty se dedicou à produção de “Bata Cabeça”, e também de um show para comemorar os seus 10 anos de carreira. Teve algumas oportunidades de mostrá-lo, mas o retorno oficial será no Festival Carambola, em Maceió, no dia 03 de abril.

“Dá aquele nervoso, né, de colocar o menino no mundo, mas tá sendo massa também, porque a montagem de um show, de uma apresentação, dá um outro clima e você consegue brincar com a estrutura, com as bases, consegue fazer outras coisas”.

No “rolê” feito no próprio quintal, Naty Barros dividirá o palco com Céu, Jup do Bairro, Gilson, Ítallo França e DJ Cleiton Rasta. “Estamos empolgados com essa possibilidade não só de mostrar o trabalho, mas também de ver como o negócio vai ser na hora. O negócio vivo, orgânico ali. Tá sendo massa essa construção. Quero ver como que vai ser. Como a galera vai reagir”.

 

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