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Fernando Kep

Conversa rápida com Fernando Kep sobre as ideias de “AUTOIMUNE”

Na música produzida pelo Olympio, o MC mergulha de cabeça no grime.

O grime já estava injetado na veia artística do Fernando Kep. Na mixtape “Vade Macum” é possível encontrar algumas referências. Antes, ao lado de ANTCONSTATINO e Erickão, ele também participou da segunda temporada do Brasil Grime Show e fez parceria com o londrino East Man na música “Ouroboros”. Agora, ele mergulha de cabeça no estilo com “AUTOIMUNE”, produzida pelo Olympio.

O instrumental frenético casa perfeitamente com a ferocidade que Kep disfere seus versos. Se jogar no bate cabeça, ninguém se segura. Nas ideias, ele também levanta questões relevantes. Faz uma analogia entre a autoimunidade de alguns tipos de doença com o trabalho do artista. “O paradoxo de fazer do jeito que quer porquê ama, e fazer do jeito que vende porque precisa sobreviver”, diz ele ao RAPresentando. Todo o conceito por trás do som, a imersão no grime e os planos para o futuro, o MC revela nesta conversa rápida.

Qual é o conceito de “AUTOIMUNE”?

 

Simplificando, doenças autoimunes são aquelas que o próprio sistema imunológico passam a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. Trazendo isso para a música que consideramos um sistema de proteção, que nos trás segurança, essa produção de defesas por vezes trazem malefícios quando são potencializados e nos obrigam a podar nossas individualidades e nossos potenciais artísticos que, para não fugir da zona de controle e de conforto, continuam seguindo fórmulas duvidosas de sucesso para se manter “ouvido” no mercado, e que consequentemente, inibem o fator humano e da experimentação em relação às artes. Ou seja, o paradoxo de fazer do jeito que quer porquê ama, e fazer do jeito que vende porque precisa sobreviver. Enfim, em ambas as situações o sistema de proteção faz com que o artista lute contra si mesmo em detrimento de um ideal que por vezes pode ser destrutivo se não for controlado, assim como algumas doenças autoimunes, que dependem de medicamentos de uso contínuo, pois o tratamento tanto da doença quanto na música deve ser constante e ininterrupto.

 

Nesse som, você segue uma linha diferente do que vinha fazendo em outros trabalhos. Como o grime tem te influenciado?

 

Em meados de 2019, quando comecei a me interessar pelo grime e estudá-lo, a Mixtape VADE MECUM já havia se formado, enquanto trabalho sólido e necessário na minha carreira. Decidi por não adiar o lançamento mesmo com minha identificação com o gênero Londrino, a Mixtape vem carregada de 16 faixas que representam o sumo do que aprendi com quase 10 anos de Hip-Hop. Resolvi manter o projeto vivo e aplicar algumas influências que coexistiam no meu interesse musical. Junto com o Druk Beatz (produtor e um dos primeiros, se não o primeiro a lançar um álbum de Instrumental “Grime Collection” de Grime no Brasil já em 2020) introduzi esses novos aspectos sonoros, ainda que poucos, que posteriormente se tornaram um norte para meus futuros trabalhos e interesses musicais.

 

E como foi essa imersão?

 

Desde sempre gostei de música eletrônica. Incontáveis foram os momentos que me senti dentro da música e sendo tocado por ela nas afters e pequenas raves que aconteciam em Macaé e adjacências. Quando conheci o Grime, foi instantânea a identificação por possuir já em mim uma inclinação para esse som com elementos digitais e tecnológicos, assim como sintetizadores e packs de baterias com distorções e elementos rápidos que compõe a música eletrônica e basicamente o grime, que num intercâmbio de culturas, fruto da emigração jamaicana, se conectou com o ragga muffin, ska e a própria experiência do Sound System com Selectas e Djs comandando o baile, e o Mc largando barras e barras para promover um espaço de solidariedade e paz. Atividade muito parecida com que o Hip-hop proporciona. Acho que por isso a identificação foi maior. Não foi preciso sair do nicho que eu estava inserido para promover essa atualização artística, assim como não foi preciso me restringir a ser um Mc de grime. Me considero desde sempre Mestre de Cerimônias, independente do gênero e do estilo musical que vou fazer em qualquer momento da minha carreira. Acho que a melhoria está em se reencontrar várias e várias vezes. Ser artista cansa, e por isso viver novas experiências se faz necessário para estar bem consigo mesmo e com sua arte.

 

Olympio
Olympio

 

Fala um pouco dessa parceria com o Olympio.

Ao mesmo tempo que essa pandemia nos desconectou da sociedade, novos encontros foram estabelecidos por conta do maior tempo nas redes sociais. Comigo e com o Olympio não foi diferente. Nessa infinita busca por conexões e parcerias, encontrei esse prodígio nos debates que rolavam e ainda rolam sobre grime e rap. Como normalmente faço, sem projeções irreais, chamo pra ideia e vejo se rola uma abertura. Pelo fato de eu ter participado do Brasil Grime Show (BGS) em 2019, algumas pessoas desse nicho já sabiam da minha existência ou já gostaram dessa minha aparição pelos acessos de Bangu-Rj (sede da Casa do Meio onde é gravado os programas do BGS). Então, rola uma facilidade maior para criar um vínculo, afinal como é um cenário que está se formando e sendo muito bem fomentado, os Produtores, MC’s e DJ’s desse meio estão mais abertos ao diálogo, afinal, o gênero precisa tanto de novos contribuidores quanto de público para motivar o cenário e a economia artística. Até o envio do instrumental pelo Olympio, nós não trocamos muita ideia, conversamos brevemente e ele se interessou em fazer uma música comigo. Quando enviou o instrumental foi aquela festa. Me identifiquei muito e a criação da letra surgiu como uma semente num terreno fértil e bem iluminado. Um fato curioso é que na primeira versão, o refrão “Ônus e bônus (…)” não existia, o que é atualmente a ponte, era o refrão. Após o próprio Olympio trabalhar no instrumental com a minha guia, e também enviar para outros produtores que ele compartilhava ideias e produções, surge a necessidade de um refrão mais pra cima e com moral pra levantar o clima da música. Quando ele voltou com o instrumental com novos elementos e com pequenas alterações também, eu regravei a música com o novo refrão e o resultado é o que vocês podem ver. Uma música com variações e uma construção meticulosa. Por fim, essa conexão não terminará por aqui e com certeza trabalharemos em novas composições. A galera tá curtindo o resultado.

 

Já tem algum trabalho completo (disco/EP) planejado ainda para 2021?

 

A gente sempre tem idéias mirabolantes e por fim não conseguimos executar nem 30% ou 40% da metas por conta da falta de estrutura e pela dificuldade que artistas independentes tem em se manter equilibrado e com um trampo constante, sem muitas pausas e com lançamentos periódicos. Parece clichê, mas é real. Queria poder entregar muito mais, porém me divido entre família, trabalho, questões individuais, músicas. Então, é difícil estar 100% para entregar um trampo bom e com a qualidade que planejo gravando na maioria das vezes sozinho, no quarto sem isolamento acústico e com todas gambiarras que os Brasileiros fazem e que não deveria ser romantizado. Somos profissionais da arte e ainda tem poucas pessoas ganhando muito dinheiro e muitas pessoas não ganhando nem o mínimo pra sobreviver, quem dirá para sustentar o lanche do final de semana. Entendo que levantar esse debate faz parte do que eu sou e do que minha musica se propõe a fazer. O mercado está em constante atualização, precisamos também repensar a repartição de lucros das plataformas digitais e estabelecer um novo modo de consumir arte. Indo direto ao ponto, tenho mais de 20 músicas em processo sem contar as engavetadas. Estou me preocupando em terminar uma de cada vez para pensar num trabalho fechado. Mas com certeza o próximo trampo será um EP. Ainda estou amarrando o conceito e decidindo as faixas que irão compor essa obra. Estou mais cauteloso. Depois de um EP e uma Mixtape estarei calejado para projetos maiores – não em número de faixas, mas em projeções. Por isso, não quero cometer os mesmos erros que cometi. Talvez ainda nesse ano entregue um clipe com Policarpo, produtor de grime de BH ou um EP. Porém, com a pandemia, não quero entregar um segundo trampo sem que eu possa me apresentar ao vivo, assim como foi com o “Vade Mecum”. Enfim, o maior trampo de 2021 foi estabelecer conexões e estudar e ouvir mais grimes. Buscar na fonte foi uma das melhores coisas pro aprendizado e pra criar novas sonoridade e experimentações.

Indicamos também: Rafael Tudesco: Fazendo conexões musicais entre artistas do terceiro mundo. Leia AQUI.

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