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“Eu não queria fazer um álbum de rap purista”, diz Dr. Drumah sobre “Nu-Konduktor”

Jorge Dubman une as suas habilidades de baterista, beatmaker e produtor para criar o seu #13 álbum.

Durante sua passagem por Salvador, na Bahia, para gravar um vídeo em 2016, Blitz The Ambassador ficou impressionado com a forma que Jorge Dubman conduzia o groove na bateria. Pela habilidade, e também por ser o novo responsável pela “cozinha” da sua banda, o MC ganês o apelidou de Nu-Konduktor. “Gostei do AKA, e perguntei se eu podia usar o apelido. Ele até brincou comigo e fez aquele ritual de batismo”, diz ele sorrindo pela tela do Zoom.

Coincidência ou não, a alcunha dada por Blitz seria o título de um projeto de anos atrás que agora está na fila para ser lançado futuramente. Isso porquê, no confinamento forçado pela pandemia, Dubman encontrou pastas com recortes instrumentais registrados depois de gravações com artistas que acompanhava em estúdio. Esses arquivos serviram de base para a criação do álbum sucessor de “The Confinement“, que por destino (ou não) foi nomeado de “Nu-Konduktor”.

“Todo final de sessão de gravação, eu pedia pra ficar meia hora, uma hora, gravando vários loops de qualquer tipo de instrumento que estivesse ali ao meu redor, que eu soubesse mais ou menos tocar”, observa. “Mesmo se eu não soubesse as notas, eu arranhava alguma coisa que vinha na cabeça. E aí fui gravando e fazendo uma biblioteca de loopings de bateria, piano rhodes, clavinet, farfisa, órgão, drum machines. E a partir dessas, eu criei os temas”.

Diferente dos outros 12 discos produzidos sob o “alter-ego” Dr. Drumah, este é o primeiro que o processo de produção foi aberto para a participação de outros músicos. Ele fez tudo à distância no esquema de envio das bases prontas a quem o Konduktor acreditava que se encaixava naquela proposta.

“Eu sempre chamo um ou dois pra tocar algum instrumento, mas dessa vez eu abri geral. Gravados os temas, eu falei: porra, não quero fazer qualquer coisa… eu já estou adiando há muito tempo fazer um trabalho nesse formato banda, temas… formato quase nenhum sample. E eu estava guardando essa carta na manga e decidi chamar os músicos que admiram o meu trabalho, que sempre se mostraram solícitas a somar comigo. E essa era a hora”.

 

OFF

“Pra mim, o bagulho todo veio da ilha, lá da Jamaica. Os caras tocavam os ridding e os tosters improvisavam em cima. Aí, os caras lançavam vários compactos com o mesmo instrumental, mas com letras diferentes. Essa é a essência da cultura Hip Hop, do instrumental, dos recortes, do MC cantar em cima do back to back do drum break, só de bateria e percussão”. 

 

Para colocar em prática as ideias do jeito que planejou, Jorge escalou um time respeitável de instrumentistas, incluindo Maurício Fleury (Bixiga 70), Junix 11 (Baiana System), Kiko, Jorge, Alberto Continentino (Continentrio), Emijota (The Originalmélah), Fabrício Mota (IFÁ), Szabi Bognar (Àbáse Solqlap Budapest, Mabon Dawud Republic), Antenor Cardoso, Salvador James. A mixagem e masterização ficaram nas mão do Buguinha Dub, que já trabalhou com Racionais MC’s, Black Alien, Mundo Livre S/A,Nação Zumbi, Baiana System, Digitaldubs, Flora Matos.

Toda essa gig colaborou para que a formato ficasse com a configuração pretendida, flertando um pouco menos com o rap e inserindo mais referências de jazz-funk, library music, soundtracks, blaxploitantion, afro-funk e afro-latino.

“Desde o início, eu não queria fazer um álbun de rap purista… de beatmaker. Eu queria fazer um trampo também do produtor Jorge Dubman. O cara que produziu a IFÁ, o Dubstereo… e para as pessoas se ligarem nesse caminho também. A galera já sacava a linha que eu queria. Com o Kiko Continentino mesmo… a gente só se falava, já tinha uma amizade pela internet, mas nunca tínhamos trabalhado juntos. Aí, ele me ligava e mostrava o que estava tocando no piano e dizia: “mano, pensei isso aqui”. E parecia que eu tinha falado pra ele, mas o cara já tinha matado a ideia. É a mesma energia quando o cara está afim de somar e participar da parada”.

A inspiração das trilhas sonoras, filmes e séries também marcam presença nas introduções com pequenos recortes que servem de narrativa e complemento de alguns sons. Assim como um bom beatmaker não “cagueta” (na linguagem das ruas) seus samples, a fonte dos trechos usados não vem à tona. Mas algumas pistas são dadas, como a série Luck Cage, que tem a trilha sonora assinada por Adrian Young. “Essa foi uma das coisas que me influenciou muito e esses recortes tem tudo a ver com isso. São recortes de filmes que eu vi durante o processo de criação e tinha a ver com o que eu estava fazendo. Por isso, dá essa direção”.

 

Dr. Drumah
Foto: Glauco Neves

 

As várias personalidades

 

Mesmo indo na contramão de tudo que fez anteriormente, a identidade de Jorge Dubman está presente em alguns momentos e a de Dr. Drumah em outros. Ele meio que corre por fora e às vezes mostra a cara para ressaltar que continua presente. A fusão dessas duas personas gera uma terceira: o já apresentado Nu Kon-doktor. Essa foi a forma encontrada pelo próprio para sair da zona de conforto e superar a si mesmo no quesito inovação. “Não tem nada fake ali, não estou forçando a barra… é apenas um lado que eu quis mostrar, e até demorei um pouco pra fazer”, ressalta.

Isso também reflete no conceito da obra, algo que vem se perdendo com a urgência de ter de alimentar o exigente mercado consumidor, que na mesma velocidade que exige novos lançamentos também o descartam. É daí que vem o incômodo do artista de querer ir além do que a indústria e os algoritmos ditam.

Como sempre faz, se distancia totalmente do hype dos singles e vídeos para priorizar os álbuns. Pensando exclusivamente nos ouvidos de quem consome, foca nas peças instrumentais muito bem lapidadas. Assim, desenvolve uma música global que não se restringe às prateleiras que determinam o tipo de arte que faz.

“Eu poderia pegar umas paradas que eu já tinha pronto aqui e lançar um disco. Mas eu não quis fazer isso porque eu me preocupo com vocês, com o público, de fazer uma parada bem feita e sempre saindo da curva, como o The Confinement foi feito, como Creation & Fundation, que tem uma pegada mais do dub e reggae (onde eu tenho uma vivência). Inovei pra mim mesmo”.

 

O beatmaker, acima de tudo, é um pesquisador

 

Foto: Amanda Tropicana

A pesquisa é o ponto focal do ofício do beatmaker, principalmente àqueles que querem se diferenciar dos demais. Porém, nem todos estão dispostos a buscar conhecimento – inclusive na história do movimento que fazem parte. Já outros insistem em dizer que para criar o beat de determinado estilo basta colocar um sample na base e inserir a batida em cima, quando na verdade se faz necessário beber da fonte para absorver todas as suas especificidades. Há também quem solicite samples para terceiros.

“Quando eu comecei a fazer esse tipo de trabalho, a primeira coisa que procurei saber foi quem foram os produtores…. saber da raiz, de quando começou, as máquinas que os caras usavam, o estilo de som que eles samplearam”, reflete. “Acho que a galera hoje em dia não procura saber a essência da coisa. Tipo, pra fazer um jazzy não é só pegar um recorte de piano e fazer. Pra fazer um beat jazzy, você tem que voltar lá nos primeiros discos do gangsta, ao Guru, A Tribe Calle Quest, aquela crew toda do Native Tongues, Dream Warriors, J Dilla… falta pesquisar primeiro a raiz. Voltar algumas casinhas.

Diferente de quando Dr. Drumah começou a garimpar, a informação atualmente está disponível para quem estiver a fim de obtê-la. Antes dessa possibilidade, ele teve um mentor gringo, de Detroit (residente em Salvador) que o mostrou os caminhos das pedras apresentando a revista de rap The Source, CDs e vinis. Esse incentivo o fez ir em busca de pérolas sonoras para alicerçar seus projetos.

Observando de longe é possível compreender o motivo de quase tudo seguir uma mesma linha de produção. Poucos se diferenciam, enquanto a maioria vai para um lugar comum. Mas por acompanhar fielmente a receita comercial, ganham mais visibilidade. “Uma coisa interessante, que eu sei e sabia quando estava fazendo esse disco é que o público do rap que curte o Dr. Drumah ia tomar um baque e estranhar. E uma das coisas que a galera beatmaker que está começando a produzir é ter a cabeça aberta para outras paradas. E eu sabia que esse disco que estava fazendo, muita gente não ia absorver de imediato”.

O mesmo aconteceu quando ele soltou “Brain Damage”, um disco experimental ao extremo feito em apenas uma semana. Por ter uma estrutura fora dos padrões, Jorge Dubman diz que foi um dos que teve menos visibilidade. E compara com o atual por não ter chamado tanto a atenção dos ouvintes de rap. Por outro lado, acredita que ao longo do tempo o entendimento virá. “A essência é rap”, observa.

 

Futuro 

 

Fazer um álbum em 2021 não estava nos planos de Jorge Dubman. Pouco tempo antes de apresentar o seu décimo terceiro LP, o anterior “The Confinement” ainda estava ecoando e reverberou um pouco mais com a chegada da versão em vinil. Mas como foi selecionado pela Lei Aldir Blanc, reprogramou o planejamento e tocou o barco. De certa forma, a pandemia não prejudicou a criatividade.

Neste período de 1 ano e 9 meses, ele produziu dois discos com diferentes orientações (fora as colaborações). “Pensei rápido, achei esses arquivos e tudo ficou claro. Se eu não fizesse nesses moldes agora, só ficaria adiando e não faria nunca”.

Os planos futuros do beatmaker, baterista e produtor é continuar desafiando a si mesmo, colocar na pista projetos feitos com outros beatmakers e rappers, e quando o novo normal estiver no modo on (com geral vacinado), a ideia é rodar com uma banda de até 5 membros para tocar os temas de “Nu-Konduktor”.

“Quero mostrar esse disco ao vivo, porque ele é bem musical e com instrumentações. É mais fácil apresentar com banda do que com o formato de beatmaker… de estar ali com a MPC manipulando os sons. E tem essa coisa do Jorge Dubman e o Dr. Drumah… o baterista e o beatmaker em ação ao mesmo tempo”.

 

 

*Foto de capa: Amanda Tropicana

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