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Foto: Leandro Godoi

As origens, visões e conquistas de Edi Rock: “Me sinto uma pessoa realizada”

Como o próprio cantou: a vida é desafio. O audiovisual Origens 3 e o documentário de 20 minutos retratam sua caminhada pessoal e musical.

É 18 de setembro. Um dia antes, Edi Rock se reuniu com amigos e convidados na Matilha Cultural, em São Paulo, para apresentar um minidocumentário que narra sua trajetória pessoal e musical. “É uma forma de mostrar os bastidores, que poucos conhecem, que eu mostro pouco, como por exemplo o Jorge Henrique”, diz. “Eu apresento o Jorge, que me apresentou o KL Jay. Também mostro a escola que eu estudei”.

O filme de quase 20 minutos complementa o DVD “Origens 3 – O Show”, gravado na Audio em 2023 para celebrar os 50 anos de hip hop e os 40 de carreira de um dos 4 membros dos Racionais MC’s. No celular, de dentro de seu carro, sempre com um baseado aceso, Edivaldo Pereira Alves explica sobre o projeto.

“Acabou acontecendo nas comemorações dos 50 anos do Hip Hop, né!?”, afirma. “É óbvio que era pra ter feito de uma outra forma, num outro formato. Porém, achei que estava perdendo muito tempo e não podia deixar essa oportunidade passar”.

O que era para ser a comemoração de 5 décadas de uma das culturas que mais salvou vidas nas periferias do mundo, se tornou uma festa múltipla para também festejar o aniversário de 50 anos do próprio Edi Rock e de alguns amigos, inclusive o Dexter. “Comemoramos a nossa vida e o rap que é a nossa vida também. Então, é uma dupla comemoração, né cara!? Acho que não poderia ter sido num momento melhor”. Na verdade, o planejamento era para que acontecesse em 2022, mas teve que prorrogar para o ano seguinte. “Mesmo assim, deu tudo certo… meio que casou.”

“O rap é o espelho da juventude”

 

 

Referência para diferentes gerações, a história do rapper e do grupo que faz parte se confunde com a história do rap no Brasil. Porém, o Edivaldo, que começou como DJ nos bailes em 1984, não imaginava que se tornaria um dos grandes nomes do gênero no país. “Amém, Senhor”, diz ele agradecendo por todo o reconhecimento. “Digo isso porque não imaginava essa resposta no início. Eu imaginava, sei lá, ser conhecido. Aí chegou uma época em que eu sonhava em dar autógrafo. Dia desses eu estava comentando com minhas filhas sobre esse meu sonho”. Ele também observa que no começo só queria ter o próprio carro, um sonho de todo moleque periférico. Depois, ouvir a própria música dentro do seu carro. Este foi o primeiro sonho realizado.

“Tocou a música na rádio, puta que pariu, a felicidade, mano, que é tipo… não tem como explicar, não tem preço, tá ligado? Para quem é artista, ter a sua arte vista, no nosso caso ouvida, é algo incrível. Tipo, estava conversando com o Felipe Barros, que é o artista que fez a capa do DVD… eu o conheci na internet e ele veio de Minas Gerais para mostrar o trabalho dele. O sonho dele era divulgar sua arte no beco do Batman, aqui em São Paulo. Saiu de lá de Minas e falou: mano, queria expor, fazer uma pintura no beco do Batman, esse é o meu sonho. Eu falei, caralho, cada um tem um tipo de sonho”.

 

Capa desenvolvida por Felipe Barros

 

Os sonhos que tinha, Edivaldo conseguiu realizar através de Edi Rock. Comprou o carro, ouviu a própria música lá dentro e conquistou a juventude brasileira periférica – e até de fora das periferias -, mesmo com toda a perseguição. Como a vida é instável, também teve seus momentos de baixa. Um deles é descrito na música “A Vítima”, que remete a um acidente ocorrido em 1994, o qual teve uma vítima fatal. Outro tsunami na vida do rapper aconteceu em 2022 com uma acusação de abuso, que foi arquivada pela justiça.

Passado o período tempestuoso, ele se levantou. Na sua visão, hoje os sonhos dos artistas são outros. O sucesso virou o objetivo principal. Mas nem todos conseguem atingi-lo. “Manter é mais difícil ainda. Então, me sinto uma pessoa realizada, tá ligado!? Tô com 54 anos e tem música minha que eu canto há 20 anos, e ainda hoje as pessoas gostam delas. Tipo, é a mesma coisa da gente ouvir Tim Maia, tá me entendendo? Tipo, ouvir Jorge Ben, tipo, ouvir Caetano (Veloso),(Gilberto) Gil. Isso aí, entendeu? É ouvir e Cartola. Caralho, mano, a gente tem 36 anos na ativa”.

Ao ser perguntado qual é a diferença do Edi Rock sozinho e o Edi Rock dos Racionais MCs, inevitavelmente ele usa o futebol como comparação. “Os Racionais é uma responsa… sei lá, é tipo Champions League. Eu solo, tô no Santos”, reflete. “Com os Racionais é convocação pra seleção brasileira, tipo mundial. Você tá me entendendo? E no Santos, não deixa de ser responsa, mas eu jogo mais leve”.

 

Foto: Leandro Godoi

 

Acompanhado de Mano Brown, KL Jay e Ice Blue, ele garante que o nível é mais alto. O nível das letras, das músicas, são mais exigentes. Já solo, consegue pensar mais como DJ. Então une as expertises de DJ, produtor e MC. “Eu faço sem muita cobrança. Também posso ousar e arriscar mais, fazer misturas que eu gosto, variar no ritmo, tá ligado? Nos Racionais eu não consigo fazer muito isso, variar tanto”.

Autor de vários clássicos, cantado por diversas gerações, o MC revela que sempre começa a desenvolver uma canção pela música (o som). Antes ele fazia a produção para depois compor a letra. Agora, as bases instrumentais já chegam prontas porque tem produtores. “Então, os caras me mandam o som e hoje eu só escrevo”. Essa é uma forma que ele encontrou para se concentrar mais na letra. “Isso pra mim é mais confortável, me inspira mais, é mais fácil”, observa. “Quando você produz, já fica, mano, sei lá, várias horas na música. É mais de cem horas numa música só, produzindo ela, ouvindo”.

Seguindo nesse processo, fica mais fácil o artista enjoar da música antes dela chegar na rua. “Quando o seu filho vai pro mundo, você já tá cansado dele (da música), tá ligado? Você já quer fazer outra. Hoje não, eu consigo administrar melhor isso, não enjoar tanto quando elas saem”. Já nos Racionais MC’s, a forma de trabalho é outra, o enredo, o roteiro. “É a conversa entre as músicas e a qualidade, tá ligado!? Por isso que eu falo que o nível é outro”.

MELHOR MOMENTO DO RAP

Um dos rappers da “velha escola”, que mais se conectam com os da “nova escola”, Edi Rock tem como conceito não se afastar dos mais novos porque os considera seus filhos. “É nossa cria, é o novo e a gente tem que conversar com o novo”. Ele enfatiza que não se pode ficar preso ao passado. A essência não se perde com as mudanças. “Esses moleques cresceram ouvindo a gente. É a evolução natural””

Com toda a exposição e o dinheiro que uma parcela do rap atingiu, pergunto como ele observa esse momento do gênero. A resposta imediata foi: “Explodiu. É isso que a gente queria”. Atingir esse patamar era algo que alguns precursores não esperavam que acontecesse. Para Edi Rock, “chegamos no momento ideal do rap”. Também diz que ainda há espaço para crescer mais. “Eu acho que sempre vai ter novidades. A natureza se regenera, vai mudando”, reflete. “Aí, tem um ciclo dela, vai e volta de novo. Eu vejo assim no rap, na música, que mostra muito de cada pessoa, de cada tribo”. Ele destaca ainda que o rap original mostra o que a nova geração pensa.

 

 

“Ela pensa em organização, pensa em comunicação, informação, diversão, óbvio, sempre, porque merecemos momentos felizes, né? Mas ela pensa em organização principalmente, que é fazer a máquina girar, fazer dinheiro, gerar emprego e viver do sonho, tá ligado!? O rap é o espelho da juventude”.

No caso do funk, o artista acredita que está um pouco mais adiantado. O rap, na visão dele, trilha por outro caminho, apesar de parecer que é o mesmo. “Eu acredito que o funk está avançado nas negociações e no cash”, afirma. “Acho que o trap está alcançando isso agora. É a música nova que acho que está alcançando o nível do funk em questão de emprego, em questão de organização, em questão de comunicação, tá ligado!? Em questão de profissionalização, né!?”

Ele lembra que o trap conquistou espaço de destaque no Rock in Rio antes do funk. “Chegou agora, mas chegou forte. Não estão brincando, não estão pra brincadeira, tá ligado!? É uma geração que já nasceu no algoritmo. Então, já aprendeu a mexer com a máquina e está usando isso a favor. Isso é revolução. É o que a gente falava. É revolução”.

Essa revolução só tem sido possível pela insistência dos que vieram antes. O próprio Edi Rock descreve isso na música “A Vida é Desafio”. Para ele, esse hino adotado por muitas pessoas da periferia representa a sua trajetória. “É um reflexo da nossa luta diária. Nego Drama também, mas ela tem uma amplitude maior, né!? Não representa só a mim, mas aos Racionais, aos negros, a nossa raiz, a nossa ideologia, filosofia, a nossa intenção, a nossa força. A Vida é Desafio é mais singular, fala muito mais da minha caminhada”.

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