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Deekapz: “não tem como pegar o nosso som e rotular”

Na conversa, Paulo e Mateus contam detalhes da trajetória do Deekapz, parcerias, planos futuros e sobre o EP “Poly”.

Na década passada, o selo Soulection ganhou projeção com um time de produtores e beatmakers diferenciados. Faziam um tipo de música eletrônica underground unindo diversos elementos rítmicos, entre eles o funk Brasileiro. Na linha de estavam Joe Kay, Sangó, Ta-ku, Dpat, Atu, Goldlink, ESTA, LAKIM. Tudo já era muito interessante e chamava cada vez mais atenção, principalmente no Soundcloud, até que na edição 019 da série Soulection White Label surgiu o “desconhecido” DKVPZ.

A musicalidade seguia os conceitos utilizados pela etiqueta de Los Angeles, mas ia um pouco além do que estava sendo feito. Tinha o tempero que só se encontra no Brasil com sample de “proibidões” e Jorge Ben. Isso foi em 2017, Mas só um tempo depois descobri que Paulo e Matheus eram crias de Hortolândia e Campinas (esta a minha cidade natal).

Apesar de estarmos no mesmo reduto, nunca nos encontramos pessoalmente. E com a pandemia essa possibilidade ficou um pouco mais difícil. Felizmente, a internet ajudou a fazer essa ponte. Mesmo próximos, conversamos via Zoom. Nestes anos conquistando ouvidos pelo mundo, a musicalidade da dupla evoluiu. O mesmo aconteceu com o nome escolhido para se identificarem. De Trash Players passaram para Dropkillers e chegaram em DKVPZ. Mas pela dificuldade de escreverem corretamente a sigla e de pronunciá-la, decidiram simplificar para Deekapz.

“Isso sempre foi uma dificuldade com nossos projetos. Aí, depois de um período de estudo e possibilidades, decidimos mudar de DKVPZ para Deekapz”, diz Paulo. E cada um desses nomes fazem parte de uma fase nossa. Agora, estamos mais maduros”.

Por uma hora, falamos (e rimos) sobre esses e outros detalhes dessa trajetória, parcerias, planos futuros e o EP “Poly” (ouça AQUI), que segundo eles é um experimento da pluralidade sonora. No deekapz.com, é possível interagir com o projeto personalizando as personas dos artistas.

 

Deekapz · Poly EP

 

Como foi esse encontro de vocês para produzir?

 

Matheus: A gente se conheceu no final do ensino médio quando nos trombamos numa festa. Estávamos fazendo um back to back e sacamos que as playlists estavam batendo o estilo. Aí pensamos: “se pá dá pra gente trabalhar juntos”. Desde essa época já tínhamos a pretensão de levar essa musicalidade para além dos ouvintes brasileiros. Tentar alcançar muito mais pessoas do que fazer uma parada que fosse apenas nacional.

 

De que forma vocês criaram a identidade do som que fazem?

 

Paulo: Gosto muito de falar a respeito disso, porque o Deekapz passou por diversas fases. Quando a gente se encontrou estávamos numa fase de acompanhar os festivais de música eletrônica, tipo Ultramusic Festival e Tomorrowland. Isso foi muito louco porque no dia que a gente se conheceu eu aprendi muito com ele sobre técnicas de mixagem, sendo que a gente estava fazendo tudo pelo PC. No início, a gente pensava muito nesse lance de música eletrônica, por isso nossas referências eram focadas somente nesse movimento, como progressive house e deep house. E aí, conforme foi passando o tempo (já temos 7 anos de trabalho), fomos navegando em outros estilos e aprendendo um pouco mais sobre trap music, porque é uma parada que a gente curte muito também. Lá em 2014 – 2015, a gente ficava meio que com um pé atrás para explorar essa sonoridade, porque até então era muito agressivo. Tudo que rolava naquele tempo no trap, estava relacionado à violência, a algo sujo. Mas a gente sempre gostou da batida. Então, apostamos misturando o trap com o funk, que começou a gerar um pouco mais de barulho por conta da movimentação dos Vines (extinto serviço de vídeos curtos do Twitter), não sei se você lembra disso…

 

Sim! Sim

 

Matheus: Neste período, o pessoal começou a postar no Facebook alguns edits nossos em páginas que tinham 100 mil seguidores. Isso gerou um barulho e começaram a se interessar mais no nosso trabalho. E o mais louco é que a gente foi se divertindo no meio do processo e aprendendo. Depois passamos por uma fase de amadurecimento maior, passando pelo chill baile, uma sonoridade bem semelhante com o que o Sangó e o Carlos do Complexo (um dos primeiros caras que começaram a fazer essa mistura junto com o Cojaque) faz… O Carlos, inclusive, foi quem apresentou para o Sangó. É muito divertido estar nesse eterno aprendizado, e a gente consegue apresentar isso através dos nossos EPs. Tanto é que em 2021 já lançamos Ensaio Sobre Você, Jewel Gems (um compilado de músicas que já tínhamos há um tempo)… e se você escutar as faixas dá pra você reparar que a gente aprende e evolui, tanto em sonoridade quanto na técnica, porque é uma parada muito recorrente. Não adianta, se você fica ali todo dia focado, uma hora vai tirar um som bom e ter um material legal.

 

É possível perceber essa evolução em cada um dos sons que vocês soltam e, às vezes, até gera uma dúvida de qual estilo estão fazendo naquela determinada música. Conheci o trabalho de vocês através da Soulection, quando eles estavam começando a bombar com Sangó, Joe Kay, Ta-ku… e depois vocês assinaram com eles, mas até aquele momento não sabia que eram brasileiros, muito menos de Hortolândia e Campinas (bem no meu quintal). Nessa timeline é possível perceber um certo incômodo de não permanecer no mesmo status. Existe sempre essa vontade de sair da zona de conforto?

 

Paulo: Com certeza! É um incômodo, mas não acaba sendo algo agravante. É algo divertido, natural… o Mateus tá ligado, a gente se diverte com o processo.

Mateus: É tudo um laboratório. A gente gosta sempre de estar aprendendo coisas novas, explorando elas. Se você está aprendendo uma batida de funk que seja mais regional, por exemplo, tem que tentar explorar todo o seu conceito. A gente gosta de fazer isso juntando estilos diferentes.

 

Foto: Henrique Thoms

 

Esse processo é diário?

 

Matheus: A pesquisa é diária. Já a produção (ultimamente) não está mais no pique de antes. Antigamente a gente era maquininha, né!? Saía uns 2 ou 3 beats por dia, mas agora (principalmente com a pandemia) a criatividade está meio escassa. Meio que ficou esgotada. A gente tenta se encontrar pelo menos umas 2 vezes por semana pra criar algo junto e trocar ideia sobre planejamento.

 

Pensando nessas fusões, como vocês definiriam o estilo da música que fazem?

 

Paulo: Pode falar, Mateus. Pode falar…

Matheus: Como diria o nosso amigo Shavozo, acho que seria Música Eletrônica Popular Brasileira, né Paulinho!?

Paulo: Até porque é uma fusão de coisas. Não tem como pegar o nosso som e rotular. Isso é o que as gravadoras querem, e normalmente fazem. É uma parada realmente para questionar também… tanto para as pessoas se surpreenderem com a sonoridade quanto pelas possibilidades, porque é uma quebra de tabu. Digo isso, porque quando você citou a Soulection (que foi em 2017 quando soltamos o nosso EP por lá), o funk ainda sofria muita opressão por uma grande parte da sociedade. Era até uma situação muito complicada a ponto de eu não conseguir escutar a parada muito alto em casa, porque meus pais não gostavam. Eles não entendiam a proporção do funk… não entendiam que o funk é um gênero nosso. É uma parada nossa, tá ligado!? E isso tem que ser valorizado, assim como fazem com o sertanejo… mas falo o funk porque está no nosso cotidiano, está na periferia, e é um movimento de expressão. Aí, você falou da Soulection e eu lembrei dessa fita, sabe!? O nosso som questiona também, por conta disso. É possível sim misturar. Os nossos próprios edits sempre foram feitos pensando em quebrar esses questionamentos. É muito louco porque a nossa fanbase era formada por pessoas mais jovens e agora to vendo um pessoal um pouco mais velho que tá curtindo o nosso som e vem trocar ideia. E é nessa parada que a gente quer chegar. Não podemos definir que o que fazemos é isso ou aquilo, porque agrega tudo, desde uma pessoa saudosista que não gosta de funk, mas curte quando escuta um edit nosso. No fundo, no fundo, o pessoal acaba se identificando.

 

“[…] ultimamente está tudo muito igual, nós ouvintes aprendemos que é isso. Fomos disciplinados a isso. Quando uma pessoa vai e inova (e é tachada como pioneira), vira uma receita do bolo. Tipo: é esse timbre, é essa estrutura, a programação é essa, tá pronto… vamos replicar. E o pessoal vai abraçando e logo se cria um movimento. Só que o nosso som, o nosso projeto, questiona esse aspecto”.

 

De alguma forma conseguem desmistificar um gênero que ainda está muito relacionado ao crime e à putaria, e deixar mais suave…

 

Paulo: … DIVERTIDO!

 

Foi bom você lembrar disso porque ainda hoje o funk é criminalizado no Brasil, mas lá fora todo mundo curte, seja o público ou grandes artistas. Eles valorizam muito essa musicalidade, enquanto aqui essa arte periférica é criminalizada.

 

Matheus: Tá rolando também uma aproximação com os gêneros de Londres, como o drill. E lá eu to vendo o pessoal da cena utilizando muitos elementos de funk brasileiro. Tem um amigo que é produtor e ele geralmente chega com um drill perguntando: “mano, que loop de funk é esse aqui?” Aí vou ouvir a música e tá cheia de elementos de funk. O bagulho tá virando muito lá fora.

 

Eles estão bebendo da nossa fonte, e vocês também ajudam a fomentar esse tipo de som. Fazendo essas fusões e criando algo único, os caras vão atrás para saber de onde vem, né!?

 

Matheus: Total! Foi como aconteceu uma colaboração com um amigo nosso de Londres também, que é o Jevon. Foi um trampo (Feel In Love In Brazil) que a gente fez com o Ganjaman e criamos um aglomerado de influências brasileiras.

Paulo: Inclusive, o Daniel Ganjaman é um dos nossos mentores.

 

Realmente, esse trabalho está muito bom. Cheio de brasilidades.

 

Paulo: Essa foi nossa primeira experiência em um estúdio profissional em São Paulo. Fomos ao estúdio da Red Bull Music Station, que tem uma mesa SSL enorme com vários bagulhos… tinha tudo. Foi uma experiência muito foda escutar o nosso som, nossa batida, e principalmente olhar na cara do Jevon, do Ganja e ver todo mundo se divertindo… os músicos curtindo a batida… isso é o mais interessante. Não tem dinheiro que compre esse sentimento. E era muito louco porque a gente estava diante de pessoas muito, muito foda.

 

As produções são feitas na casa de cada um ou vocês se juntam em algum estúdio para desenrolar as ideias?

 

Matheus: É um pouco dessas duas coisas…

[RISADAS]

Paulo: Só não tem o estúdio oficial ainda, mas teremos!

Matheus: Geralmente, cada um cria uma parada no seu canto e aí a gente troca essas ideias ou nos reunimos aqui em casa para produzir, ou vou na casa do Paulinho. Às vezes também marcamos de se encontrar em algum estúdio para trabalhar. Mas em breve vamos ter o QG do Deekapz também pra trampar de uma forma melhor, né Paulinho!?

Paulo: Fato! O próximo passo é ir pra Capital (São Paulo), porque querendo ou não a gente quer ter um approach a mais com a nossa marca, em relação com a oportunidade de trabalho… e por mais que a gente esteja nesse cenário pandêmico (que tem várias possibilidades de mudar), essa é uma decisão que a gente concordou a muito tempo… de realmente ir pra lá e fazer as coisas acontecerem, gerar uma projeção ainda maior.

 

Foto: Henrique Thoms

 

“Não tem como pegar o nosso som e rotular. Isso é o que as gravadoras querem, e normalmente fazem. É uma parada realmente para questionar também… tanto para as pessoas se surpreenderem com a sonoridade quanto pelas possibilidades, porque é uma quebra de tabu”.

 

Mesmo a pandemia brecando a criatividade, vocês soltaram 3 EPs: “Jewel Gems”, “Ensaio Sobre Você” e (agora) “Poly”. Queria saber das ideias por trás desse último.

 

Matheus: A gente estava trabalhando em alguns projetos e tinha vários sons que tocávamos nos sets… e reparamos que algumas músicas se encaixavam. Então, decidimos fazer mais um EP neste ano com essas produções. Inicialmente, a ideia era trabalhar com o conceito de polifonia. Mas conforme fomos trabalhando no EP, a gente percebeu que o conceito era muito mais abrangente. A ideia é realmente mostrar essa pluralidade sonora e que é possível juntar várias sonoridades em uma única música, seja com dois drops ou trabalhando duas faixas com o mesmo sample, só que com ideias diferentes.

 

Indiretamente, também se relaciona com aquele brinquedo Polly Pocket, que você vai compondo o figurino?

 

[RISADAS]

Matheus: Essa foi a ideia visual. De você ter seu personagem e poder customizar da forma que você quiser…

 

Foram duas sacadas que vocês mataram com apenas uma…

 

Paulo: O Poly também ressalta que é mais que um. Na estrutura das nossas músicas nunca é um drop igual, sempre tem dois momentos diferentes. Como o título é Poly, lembramos da Polly Pocket. Aí, começamos a brincar com essas ideias. Sempre gostamos de nos retratar como personas de nós mesmos, em questão de ilustração e motion. A gente sempre viaja nessa parada. E como toda boneca Polly tem como você customizar e colocar todos os acessórios, nós também temos os bonequinhos que vem de samba-canção (representando a música CROMA e fará parte do nosso merch).

 

Desde o começo, vocês têm explorado bem o formato EP. Já no quesito plataforma de streaming, o foco tem sido o Soundcloud e Bandcamp. Por que trabalhar prioritariamente dessa forma?

 

Matheus: Principalmente com o Soundcloud e Bandcamp, a gente tem uma melhor aproximação com os DJs, com o pessoal que gosta de baixar as músicas pra fazer edit ou remix. Isso faz com que a gente fique mais perto  do público. O Soundcloud também abre um grande espaço para que você descubra coisas perdidas. Se você for a fundo vai achar muita coisa boa lá. Eu gosto muito de olhar nossas faixas que tem no Soundcloud e ver os artistas ou as músicas relacionadas. Acho que nas plataformas mais tradicionais (Spotify, Deezer, etc) acaba limitando muito essa procura artística. No Soundcloud, a gente acaba sempre encontrando um ouro escondido. Eu gosto muito disso.

 

É quase que uma loja de discos onde você vai para garimpar novidades e encontra coisas diferenciadas. O Soundcloud também funciona como rede social que te conecta com outros produtores, beatmakers e DJs.

 

Matheus: É uma troca com uma rapaziada que é da área musical, mas também tem uma galera que entra nessas plataformas só para escutar o que não se encontra nas outras plataformas.

 

Foto: Henrique Thoms

 

Falando dessa pesquisa e da troca de conhecimento, e levando em consideração o domínio das produções que fazem, como é produzir para outros artistas? É um desafio maior do que experimentar outras musicalidades?

 

Matheus: É muito gratificante e prazeroso trampar com outras pessoas e dividir ideias. Quando tem 3 – 4 pessoas pensando ali juntas, a música acaba se tornando uma parada única. Não é uma referência que é só sua, ou só dele. É uma referência de um grupo todo. Isso acaba agregando muito na musicalidade. Você também começa a entender como essas pessoas pensam, a forma que agem… e também gerar essa conexão. Tipo, trampar com o BK, que é um cara que a gente curte pra caramba… trampar com o Criolo…

Paulo: Temos que dar menção honrosa também ao trabalho que fizemos com o Baco (Exu do Blues), porque a gente conseguiu conquistar muita coisa ali… até no quesito de premiação. Ver que a nossa sonoridade atingiu públicos a ponto de receber prêmios é algo que estimula e motiva. A troca e o processo são importantíssimos. Tem o lance do fanatismo que a galera curte e admira, mas acima de tudo somos pessoas. Sentar no estúdio com o BK, com o Baco, Criolo, Ganja, Mafalda, VHOOR… estar presente nessa troca é uma parada muito boa, porque toda vez que vou eu aprendo alguma coisa. Todo mundo pensa diferente… é o mesmo programa que a gente usa, e por incrível que pareça a gente sempre sai com um aprendizado novo. E é muito bom.

 

Nesse processo, aprender é o mais importante…

 

Paulo: …Total! Conhecer a pessoa melhor porque uma colaboração é algo muito íntimo. Você está dando a sua licença poética, sua licença criativa pra outra pessoa acessar. E isso é muito íntimo, porque cada um tem seus métodos e age de forma diferente… ceder isso pra outra pessoa é um ato de confiança. Saudades inclusive!!

 

Para o futuro existe algum plano de lançar um álbum completo ou o EP continuará sendo a preferência?

 

[RISADAS]

Matheus: Depois desse EP, a gente tem mais um planejado para o final de 2021. Essa questão do disco deixamos planejado para trabalhar de fato em 2022, para poder facilitar e ter um resultado melhor. Também pra ter a possibilidade de se encontrar com as pessoas que a gente quer fazer nossas colaborações.

Paulo: A melhor maneira de retratar essas fases de experimento, de inspirar, e sintetizar tudo isso em nosso material é fazendo singles e EPs, para mostrar também que somos versáteis e estamos sempre em movimento. Porém, a gente tem essa meta de começar a estruturar melhor a ideia do nosso disco e dar profundidade, porque temos várias frentes para lidar. Mas vai rolar da melhor forma.

 

Podemos considerar que os singles e EPs servem como “iscas”para que ouçam e vão em busca de mais coisas do Deekapz. É também uma estratégia para se manter atualizado.

 

Matheus: Sim! É uma forma de plantar as sementes para gerar essa movimentação.

Paulo: Exato! Ainda mais sabendo que temos material pra isso, sabe!? É uma questão de estar sempre estudando, sempre produzindo. Realmente puxar a pauta e cumprir os prazos que a gente está desenvolvendo… é uma metodologia que a gente não seguia, e por causa da nossa equipe começamos a seguir. Tenho que citar aqui as pessoas que trabalham com a gente, não trabalham pra gente. São pessoas que abraçaram a ideia quando nós não recebíamos nada, éramos apenas apostas. É uma galera que movimenta, que está aí estruturando o nosso trabalho, seja o João no lado criativo, o Jon e o Tom no empresarial e nós nessa frente criativa também pensando em novas ideias. É por isso que tem essa cara, sabe!? Foi algo construído ao longo do tempo. Eles foram entendendo quem nós somos… e o nosso trabalho está cada vez mais bonito esteticamente. Tem profundidade… ultimamente está tudo muito igual, nós ouvintes aprendemos que é isso. Fomos disciplinados a isso. Quando uma pessoa vai e inova (e é tachada como pioneira), vira uma receita do bolo. Tipo: é esse timbre, é essa estrutura, a programação é essa, tá pronto… vamos replicar. E o pessoal vai abraçando e logo se cria um movimento. Só que o nosso som, o nosso projeto, questiona esse aspecto, porque veio trazer essa mistura e falar que tudo é possível em questão de sonoridade. Sempre fugir do óbvio, mas sempre trazendo as referências que a gente gosta.

 

 

Indicamos também:Rafael Tudesco: Fazendo conexões musicais entre artistas do terceiro mundo. Leia AQUI.

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