Vivendo há um tempo em São Paulo, Victor Xamã continua fiel à sua origem manauara. Um retirante em busca de oportunidades, ele compartilha suas experiência no álbum “Garcia”. Esse é diferente dos anteriores porque o conceito não está centrado em Manaus ou na região Norte do Brasil. Agora, quem assume o protagonismo é a mãe do MC, Maria Helena, que serve como guia para uma imersão na vida do Victor Garcia.
Via Zoom, ele diz que escolha do sobrenome materno foi proposital porque dessa vez a narrativa é feita em primeira pessoa. E além de ser um trabalho mais pessoal, íntimo, é também uma espécie de grito em que ele se afirma como um dos maiores nomes do rap BR, apesar das tentativas de apagamento.
“Realmente, eu conto a minha história, mas ao mesmo tempo estou provocando, me afirmando e jogando várias responsas no meu peito”, observa.
Nos pouco mais de 30 minutos de conversa, Victor fala abertamente como arquitetou o álbum, fazendo uma parceria de última hora com Duda Raupp, da originalidade sua música, e da realidade do nicho em que está inserido, que tem elogios nos bastidores e desdém em público. Mesmo assim, ele pretende se impor para conquistar o reconhecimento que almeja.
“Uma das coisas que eu não quero sentir é quando estiver ao lado de grandes nomes, e eles me cumprimentarem nos bastidores, eu sentir que sou inferior a eles por conta do lugar de onde vim ou de precisar de uma oportunidade pra estar ali. É como eu canto em “Dias em Branco”: “eu não quero caridade, respeito não se pede, respeito se impõe”. É isso que tentei trazer nesse álbum”.
Depois de alguns dias já deu pra ter uma percepção de como as pessoas estão recebendo o álbum?
Mano, tá tudo ótimo! Eu acho que nesse disco a gente conseguiu fazer tudo de uma maneira mais organizada, sabe!? Aprender um pouco do processo do (EP) “Calor” ajudou a conter algumas falhas que aconteceram na divulgação. Claro que é uma outra experiência, mas estou feliz demais pela forma que o trabalho está sendo absorvido pelo público e feliz de ter entregado também… é um alívio quando a gente faz algo, fica criando expectativa e chega o determinado momento que você solta isso pro mundo.
Desde quando você estava trabalhando nele?
Então, foi um ano para decidir o conceito e terminar algumas músicas. Até tiveram algumas que ficaram de fora porque eu achei que não faziam parte do conceito do disco, mas foram escritas na mesma época de todas as outras. Se não me engano, “Flores Mortas & Algemas” eu tenho desde o meu primeiro disco, de 2015, e sempre tentei encontrar um arranjo pra ela, mas nunca chegava a algo que me deixava, de certa forma, satisfeito. Foi só nesse que eu consegui concluir aleatoriamente. O Duda Raupp me mandou um beat… lembro que quando ouvi já comecei a cantar em cima dele e aconteceu.
O seu sobrenome, Garcia, intitula o álbum. Esse é o seu trabalho mais pessoal, onde você compartilha mais coisas sobre você do que os anteriores?
Sim, mano! Eu sempre tive um certo receio de cantar em primeira pessoa, né!? Acho que era até uma forma de me blindar porque eu me sinto desconfortável das pessoas saberem sobre a minha vida. É uma coisa que me dá um pouco de susto, ainda mais da maneira que a gente vive hoje. Isso pode até ser usado contra você de alguma forma… só que nesse disco, eu quis fazer dessa forma porque nos outros trabalhos eu meio que falava de mim, mas como se fosse em terceira pessoa. Nesse, eu quis trazer um pouco sobre a história da minha vida e além disso fazer uma homenagem pra minha mãe. Tá aí porque o disco se chama Garcia, né!? Esse é o sobrenome que herdei da minha mãe e foi a forma como eu assinei as minhas primeiras composições com 10-11 anos, e quando eu fazia as batalhas de freestyles. Então, é uma forma de mergulhar no íntimo, de fazer uma viagem ao meu interior e, de uma certa forma, ir desembaralhando o passado também.
“Garcia” é o trabalho que eu mais me afirmo como um dos maiores nomes da cena, propondo algo diferente dentro do rap e furando a bolha”.
Narrar em primeira pessoa acaba sendo mais uma responsabilidade, pelo fato das pessoas saberem que é sobre você e não uma narrativa ficcional ou criada a partir da sua percepção? Há também um certo medo de não abrir para todos aquilo que está no seu íntimo?
Eu sempre tive umas rimas num teor (numa ambiência) um pouco fora da caixa (modestamente falando), porque minhas rimas nunca foram muito convencionais. As palavras que eu uso não são propositais, é minha forma de fazer rima mesmo, de como eu me sinto confortável. Acho que por mais que nos trabalhos anteriores eu meio que falava de mim em terceira pessoa, sempre tinha essa questão do íntimo. Mas é mais desafiador quando você fala de si mesmo, porque tem uma linha tênue das pessoas se indentificarem com a sua história e outras acharem isso um pouco de presunção e dizerem: “porra, ele tá comemorando ele mesmo”. Por isso, acho que tem essa vertente de ego trip, mas foi algo extremamente necessário e eu me sinto mais aliviado com isso também.
Vai naquele lance de separar o artista da obra? Onde separa o Victor pessoa física do Victor pessoa jurídica?
É porque a maioria das pessoas sempre conheceram o Victor Xamã, né!? O Victor Xamã é o que eu quero mostrar, mas elas não conheciam o Victor Garcia. E isso de você contar um pouco do seu íntimo e de situações específicas, acaba trazendo uma aproximação porque as pessoas se identificam com isso de alguma forma. Então, é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que você pode estar um pouco vulnerável por falar sobre sua vida, também é mais fácil ter uma questão de identificação, sabe!?
Na minha percepção, esse disco está um pouco mais denso que os anteriores, principalmente nos instrumentais que chegam carregados. De que forma as músicas foram construídas para chegar nesse resultado?
Eu já vejo que esse é um dos discos menos densos que eu fiz. Não consigo enxergar de uma madeira nublada, porque ele meio que inicia com a “Intro” e ao mesmo tempo entram os samples e vai jogando as coisa para um lugar um pouco mais feliz. Acho que a linguagem também é mais fácil. Tipo em “Vigésimo Andar” é o que é, não tem os rodeios que eu costumo fazer em algumas músicas. Já o processo do disco inteiro foi algo que nasceu junto com a minha companheira (Maria)… a gente estava na mesa de um bar e ela disse: “Victor, querendo ou não, que você já fez muitas homenagens pra tua região e tua cidade. Então, acho que seria interessante as pessoas que gostam da sua música conhecerem o que eu conheço”. Eu achei uma excelente ideia… e tanto que, de maneira proposital, em todo disco eu falo a palavra Manaus apenas uma vez – que é na intro (“quis levar Manaus a força, mas ela não quis vir comigo”). Aí, junto dela eu desenvolvi toda essa questão conceitual e as músicas foram surgindo de uma forma aleatória.
“A única coisa que me afirmo é como um dos maiores nomes da cena do rap… é algo que existe uma invisibilidade que está escancarada”.
Dá para observar que tudo foi muito bem planejado para colocar sua mãe no centro das atenções, inclusive abrindo com uma fala dela. Mas como fazer com que todas as ideias casassem para criar o conceito?
Bastante coisas foram planejadas e outras surgiram no meio do processo. O início da primeira música tem um sample da Maísa, de uma música que se chama “Catavento”, que tem arranjo do Arthur Verocai. Numa parte da letra, ela fala do movimento de retirante, de você sair de um canto para tentar a sorte em outro… de ter que sair da sua cidade de origem para se concentrar no eixo do Brasil. Então, a música fala sobre isso, vai comentando sobre minha vida, sobre os meus êxitos e culmina na minha mãe também porque o disco acaba sendo uma homenagem pra ela… muito da nossa história foi juntos mesmo. Ela foi uma mãe solteira que criou duas crianças depois do falecimento do meu pai quando eu tinha 6 meses… então, ela sempre foi responsável por dar um incentivo. Por isso, a sensação que eu tenho, e lembro que no dia da audição do disco eu estava conversando com um amigo, que o tom dele é um pouco épico. Parece que, a princípio, você está se arrumando pra chegar numa festa (e isso eu falo de uma questão imagética mesmo) e quando chega você é notado, fica ali tranquilo trocando ideia com a rapaziada, vai passando o tempo e começa a meio que entrar numas paranóias. Então, acho que a ordem dele funciona assim. “Garcia” é o trabalho que eu mais me afirmo como um dos maiores nomes da cena, propondo algo diferente dentro do rap e furando a bolha. Isso de ser notado também por grandes nomes e personalidades, mas dessa afirmação ficar apenas numa conversa de bastidor. Realmente, eu conto a minha história, mas ao mesmo tempo estou provocando, me afirmando e jogando várias responsas no meu peito. Então, ele não caminha apenas nesse tempo… são vários caminhos que vão complementando o contexto da obra.
Dentro da indústria a gente tem visto esse lance do pioneirismo, de pessoas que chegaram agora e só porque ganhou mais atenção desqualifica aqueles que vieram antes. E nessa, muitos artistas ruins se sobressaem e os bons ficam de canto. Já você, sendo bom, reconhece a sua potência. Rolou aquele medo de: “se eu colocar esse verso aqui eu vou ser taxado como alguém que está enaltecendo o próprio ego?”
Acho que o meu maior receio é comunicar a verdade, tipo assim: de ter a sensibilidade de comunicar a verdade, por mais que não seja uma verdade na sua totalidade, mas uma verdade aparente pra mim. Em nenhum momento do disco eu carrego um discurso de pioneirismo porque até acho isso um pouco vazio, sabe mano… porque tem muita gente que quer falar de pioneirismo fazendo um estilo de música que não é natural do nosso país, entendeu!? Então, tem várias coisas assim que eu acho fora de contexto até. A única coisa que me afirmo é como um dos maiores nomes da cena do rap… é algo que existe uma invisibilidade que está escancarada. E uma das coisas que eu não quero sentir é quando estiver ao lado de grandes nomes, e eles me cumprimentarem nos bastidores, eu sentir que sou inferior a eles por conta do lugar de onde vim ou de precisar de uma oportunidade pra estar ali. É como eu canto em “Dias em Branco”: “eu não quero caridade, respeito não se pede, respeito se impõe”. É isso que tentei trazer nesse álbum… Aos meus 27 anos, eu não me considero uma pessoa velha (sou jovem pra caramba), mas acho que estou a muito tempo fazendo isso, sempre comentado, mas meio que colocado de escanteio. Ouço que sou foda, mas, mas… e o que é esse mas, tá ligado!?
Acho interessante porque você reconhece que é bom e merecedor de estar em lugar de destaque. “Dias em Branco” tem um verso que reforça essa visão: “Não sou o que a indústria quer, sou o que ela precisa”. Isso é necessário porque sempre olham para quem tem mais números e dizem que não tem nada diferente acontecendo, mas esquecem de observar o todo. Digamos que no “underground” tem artistas muito bons, que poucos dão atenção…
… mas isso é proposital, mano! Tem muita gente que tem uma certa visibilidade e às vezes sugam essas pessoas que vivem num marasmo de público, que não estão conseguindo ter uma notoriedade com sua arte. Isso não é algo novo, acontece desde sempre. Tanto é que tem um livro que me motivou no conceito da intro, que é uma biografia do Belchior (Apenas um Rapaz Latino-Americano)… ele conta que na época dele, vários artistas, pensadores e arquitetos do Ceará tiveram que sair da região deles pra tentar a sorte em São Paulo, entendeu!? Então, isso é algo que a gente pensa que é de hoje, mas é desde sempre. Porém, o mais engraçado é que realmente as pessoas que dominam São Paulo não são de São Paulo. Isso é uma coisa meio louca e as pessoas usam isso como trampolim mesmo… e eu não sei até que ponto isso é certo de você sair da sua terra de origem pra brigar de igual pra igual, mas é algo que existe.
E isso acontece com quem vem de outros estados e também para quem está no interior de São Paulo. É uma coisa muito complexa, porque você tem que sair da sua terra natal para poder ganhar um certo destaque. Não sei se algum dia não vai precisar mais acontecer isso para que artistas sejam ganhem notoriedade.
Eu acho que a gente está vivendo um momento que é interessante pra caramba até, porque quando eu vejo a cadeia produtiva, quando eu vejo a economia criativa da cidade de Manaus, hoje observo que estamos começando gerar um material foda com menos recurso. E isso não é somente em Manaus, acontece também nos interiores, no Nordeste… por mais que São Paulo hoje tenha um aparato um pouco mais tecnológico e moderno, e um sistema um pouco mais organizado para que as coisas funcionem de uma maneira mais industrial, o restante do Brasil está começando se profissionalizar num nível que quando vê a produção de um clipe muito foda, você fica de cara. Então, acho que a gente tá chegando num nível que eu não sei se muito em breve… mas tenho uma certeza que vai ficar meio que saturada: de São Paulo ser o eixo do Brasil. Acho que isso está mais próximo do que imagino e meio que vai ser um pouco cafona, sabe!? Tipo assim.. as pessoas vão querer sair daqui pra experienciar uma coisa nova.
Essa vivência de um lugar comum acaba até matando a criatividade de alguma forma.
Algo de interessante que acho também, mano (se eu tiver falando muito tu me fala)…
… Tranquilidade. Aqui é justamente para você falar.
Antes o eixo do rap do Brasil era a cidade de São Paulo, e hoje não é mais. Hoje o eixo do rap do Brasil é o Rio de Janeiro. É o estado que está revelando artistas, é onde realmente está começando a criar uma indústria… outro eixo do trap é Fortaleza, que tem a rapaziada da 30 (pra Um) que está fazendo sucesso pra caramba. Isso são experiências que mostram que com o passar do tempo as coisas vão se configurando de uma outra forma. E onde entra o meu disco nisso tudo? É meio que um grito, mano! Eu mesmo batendo no peito e falando: mesmo com recurso próprio eu fiz um bagulho que tá foda de verdade. Tem uma rapaziada boa, peguei um investimento que fiz por longos anos e coloquei isso na pista. Claro que não dá pra competir de igual pra igual com os caras que já tem um aparato mais organizado e investimentos, mas tenho um trabalho consolidado que vai me ajudar a colocar os dois pés no trampolim.
Mas se falarmos em qualidade está até superior a trabalhos que têm grandes investimentos. Obviamente que os números são importantes, mas a qualidade é primordial…
… eu até ia falar sobre isso, mas comecei a falar outras coisas e esqueci.. mas acho isso interessante… Eu fui fazer uma participação no show do Murica na Casa Natura musical, e na mesma noite era ele e o Febre90’s. E mano, tinha um mar de gente ali, os caras bem organizados pra caramba, fazendo o negócio da melhor maneira possível… e aquele dia me fez pensar algo assim: mano, eu não estou louco! Realmente o caminho pra eternidade está relacionado à originalidade e na coragem que você tem de propor uma coisa nova, entendeu!? Talvez você possa conseguir um resultado mais rápido seguindo uma fórmula, mas provavelmente não vai ser duradouro. É a mesma coisa de chegar para o Marcelo D2 e falar: Por que você não faz um trap? Porra, o Marcelo D2 criou um jeito dele de fazer rap, misturando com samba. Então, eu acho que a gente vive numa época em que o que comanda é o imediatismo. Todo mundo quer pra agora. Por isso, eu penso sempre em fazer alguma coisa original na minha música, porque assim eu sei que mesmo sendo um caminho tortuoso é algo que garante a eternidade da minha música.
E essa diferença, mesmo que às vezes pequena, é o que vai chamar atenção e se manter. Eu acompanhei de perto a evolução do Febre e no começo foi aquela coisa de falta de investimento, mas eles conseguiram chegar pela originalidade. O mesmo tem acontecido com outros artistas, como o próprio Murica, você, o Zudizilla e vários outros artistas que estão trazendo um ar diferente daquela coisa “pasteurizada” que geral está acostumada. E “Garcia” traz também alguns talentos incríveis, tipo a Karen Francis, que é uma cantora que tem um grande potencial para ser um dos grandes nomes da música brasileira, além da Luedji Luna, Makalister, Gigante, VND, Big Bllakk, Matheus Coringa. Como foi reunir todo esse time diverso?
Esse disco não tem como caracterizar num estilo de rap específico, mas isso foi de uma maneira experimental mesmo porque eu quis experimentar o máximo de coisas possíveis, mas o desafio era que tudo ficasse na ambiência do conceito. Assim como tem “Dias em Branco”, que é um boom bap denso pra caramba, um negócio meio nublado (pra dentro), mas aí eu tive a ideia de colocar um trompete que vai meio que rimando em cima da nossa rima, entendeu!? O trompete vem, vai soltando algumas frases, entra um solo, vai se linkando no som e complementando com os elementos orgânicos que tem nas outras músicas também. Isso vai amarrando o conceito… sobre as participações, eu não pensei de uma maneira científica. Eu fui realmente sentindo o que as músicas pediam, sabe!? E acho que é aí que mora o êxito da parada, porque eu tentei deixar todas as participações confortáveis no ambiente delas. Então, chamei a Karen, pra mim uma das maiores cantoras que a gente tem no Brasil, que sempre nas músicas dela propõe o afrobeat. Assim, eu não ia chamar ela pra rimar num trap. Eu vou chamar a Karen pra realmente estar confortável no estilo dela e eu me virar pra seguir ela, entendeu!? Foi a mesma coisa quando chamei o VND e o Big Bllakk. Eu nunca tinha rimado num dril, né!? Então, eu vou me desafiar pra deixar os caras confortáveis pra caramba e eu vou fazer um negócio em cima disso. A mesma coisa quando eu chamei a Luedji pra fazer um som que é meio soul, num estilo Motown… eu queria extrair o máximo das participações. Aí, fui ouvindo as músicas e vendo quem caberia em cada uma delas.
E essa parceria com o Duda? Ele já trouxe as coisas prontas ou vocês foram arquitetando juntos?
Irmão, Deus escreve certo por linhas tortas. Eu lembro que a gente estava caminhando para um outro lado… estava agoniado querendo fazer o lançamento em setembro porque não lançava um disco desde 2017. Antes, tinha fechado com outro artista pra fazer o trabalho de mixagem, mas eu não me identifiquei com o trabalho que ele fez. Isso atrasou o processo do disco inteiro. Aí, no meio do caminho tinha conhecido o Duda e me identificado pra caramba com o trabalho dele e fiz a proposta. Apresentei a proposta do disco e disse: mano, estou precisando de alguém pra fazer a mix, mas gosto muito da forma que tu produz, e queria ver se você gostaria de fazer a co-produção e dirigir o álbum. Ele aceitou na hora (as três primeiras faixas são instrumentais meus co-produzidos por ele)… aí, no meio do caminho eu estava fazendo as músicas, ele mandando beat pra mim e, mano, as coisas foram se juntando de uma maneira mágica assim. O Duda agregou muito para o trabalho ter a qualidade que ele tem.
Realmente, o disco viaja por vários ambientes, mas todos eles estão conectados. Vocês conseguiram amarrar muito bem as ideias.
Eu fico feliz pra caramba e espero que esse trampo dê frutos… e ele já está dando frutos pra caramba. Hoje eu amanheci com uma quantidade de streamings e quando eu estava almoçando já estava em outra. O negócio está tendo uma projeção dos meus trabalhos anteriores e estou sentindo isso desde a concepção dele, sabe mano!? Uma energia forte de mudança mesmo. E fico feliz que tem muita gente se identificando, e que seja o primeiro de muitos trabalhos bonitos!