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Opinião / O boom bap não retornou, sempre esteve aqui

O Haikaiss até tentou, mas faltou boom bap.

No RAP BR existe um certo fetiche ao pioneirismo. Todo dia tem alguém reivindicando os créditos por algo que antes não era tão difundido por aqui e tempos depois virou tendência. Isso vai da popularização de algum sub-gênero importado à influência no aumento de vendas de determinada marca. Também não poderia faltar os que acreditam piamente que estão salvando da extinção um dos estilos mais cultuados do rap: o boom bap (“uma celebração onomatopaica da proeminência de sons de bateria sampleados programados sobre instrumentação esparsa e fortemente sincopada”, como define Mark Marrington no e-book “Hip-Hop Aesthetics and the Akai MPC“).

O último exemplo vem gerando assunto desde que o Haikaiss anunciou o seu próximo álbum, “O Retorno do Boom Bap”. O título é sugestivo e abre a possibilidade para diversas interpretações. O que parece é que o grupo formado por SPVIC, Spinardi e Pedro Qualy chamou para si a responsabilidade de tirar o boom bap das trevas. Na realidade, eles estariam retornando a esse estilo que ganhou destaque nos anos 1990. Porém, se intencional ou não, a intitulação deu a entender outra coisa. Não causaria tanta falação se utilizassem “O Retorno AO Boom Bap”.

Para se defender, Pedro Qualy publicou no Twitter: “Nosso disco não é pra atacar ninguém, nosso disco foi feito pra somar, Quando vocês verem as participações do álbum, irão entender. Máximo respeito a todos os MC’s independente do gênero. Partiu”. Na realidade, a grande maioria não considerou que o trabalho deles fosse algum tipo de ataque, mas sim um desrespeito com aqueles que mantém essa vertente do rap, mesmo longe dos holofotes do mainstream (e convenhamos, o Haikaiss não será o responsável por levá-lo até lá).

Pode parecer que não, mas entre rappers de drills e traps existem uma gama de MCs descarregando toneladas de raps com a mesma essência que tornou o BBP tão popular, seja pela métrica, barras ou batidas características produzidas na MPC, às vezes cruas, cadenciadas, dançantes, com samples clássicos e riscos dos DJs: Stefanie, Febre90’s, Bianca Hoffmann, Rodrigo Ogi, Kamau, Slim Rimografia, Matéria Prima, Síntese (com as devidas ressalvas), DJ Caique, Barba Negra, Zudizilla, Dr. Drumah, Jamés Ventura, Lurdez da Luz, Dow Raiz, Murica, Kayode, Parteum, Galf AC.

Esses são apenas alguns de vários que fazem a engrenagem continuar funcionando, mesmo sendo no subterrâneo. E não é que todos façam o mais puro dos 90’s. O que foi feito, está feito. Agora a realidade é outra, a essência existe, porém, os direcionamentos são diferentes com texturas e estéticas que refletem o momento atual. Como sintetiza Marrington no seu simples, mas objetivo, e-book, “o boom e o “bap” evoluíram para representar não apenas uma onomatopeia inspirada na bateria, mas uma estética “cortada”, manipulada e sincopada abrangente fundada na interação de registros anteriores com uma nova sequência mecanicista”.

Apesar dessa evolução ao menos a base precisa ser mantida (ou não!?). Porém, esse não é o caso do single que “vende” a proposta do Haikaiss. Talvez o marketing tenha falado mais alto, porque o produto final” possui um conteúdo bem diferente. É quase um G-funk (quase) com vocais punk, recheado de versos clichês que se aproximam de versões dubladas de raps dos filmes juvenis da Disney. Pode ser que surpreendam com as demais músicas que virão. Por enquanto, estão bem longe da sonoridade popularizada por T La Rock e KRS-One, e sedimentada por Premier, Pete Rock e J Dilla.

Foto capa: Vitor Mezzacapa

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