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Djonga, “ladrão”

LADRÃO, no geral, é sintético. É a verdade mais crua para incomodar os acomodados. É isso. Pega a visão, não vai se perder...

Demorei muito para ouvir “Heresia”. Julguei o disco pela capa. Infelizmente, sou desses. Estava OFF do Rap BR, mas voltei a “consumir” o produto nacional depois de apreciar a obra do “moleque atrevido”. “Esse Djonga é foda. Te faz pensar. Quando você ouve os versos gritados de “Esquimó”, a reação é instantânea: “C*, que isso?” Rap de mensagem que geral tanto pede! Djonga faz até o mais racista dos racistas dizer “FOGO NOS RACISTAS”.

Autoproclamado sensação sensacional, o sujeito homem tornou-se deus. Talvez seja. E se for, louvado seja. Tive que ver para crer. Tive que falar com ele tête-à-tête [leia aqui a entrevista que fiz com o Djonga]. Todos querem falar, tirar foto, pedir algo, mesmo que seja um autógrafo… a bênção. Quando ele chega, o movimento para. Se tá no palco, ninguém para. Poderia concorrer ao Grammy de “Melhor Performance”. É PUNK. Tem até bate cabeça – e camiseta do presidente sendo pisoteada com furor pela multidão [eleito o melhor momento do rolê]. Gustavo é iluminado. Devolveu a autoestima pra sua gente. De fato, isso que é ser hip hop. A sinceridade de “O Menino que Queria ser Deus” fez os críticos [profissão de quem não entende nada sobre qualquer coisa] se renderem a genialidade do pai de Jorge. É isso. Ele é jogador. Homem gol. Capitão do time, não capitão do mato.

Mesmo com “Julho de 1994” estourando os neurônios, os súditos se ajoelharam suplicando por mais uma benção. Ele ouviu. Abriu as janelas do céu e enviou a polvorosa “Mãe”. O recado foi dado. Até os inimigos aceitaram o seu “reinado”, ostentado em “Yeah.”. Falador passou mal.

Como um bom malandro, Djonga arquitetou seus planos na surdina. Foi estratégico. Seguiu aquela história popular de que às vezes Deus vem em forma de mendigo para provar nossa bondade com o próximo. Ele inovou. Chegou como “Ladrão” tomando os playboys de assalto pra ver qual seria a reação. Sagaz, Djonga levou tudo. Tomou de volta os pertences que há séculos são roubados. A missão era impossível, mas ele foi com a cara e a coragem. “Ladrão é isso: os caras chamam a gente de ladrão desde sempre. Ladrão, vagabundo. Então a gente “rouba” e leva de volta para quem é dos nossos. Assim fica zero a zero”, diz Djonga.

A evolução musical é evidente. Amadureceu sem perder a ternura. Está mais moderado na exposição [diminuiu o tom da “gritaria”] , porém a contundência no discurso se mantém. Djonga resgata a sensibilidade dos seus ancestrais.  “Origem é o grande lance desse trabalho. Muitos se esquecem de onde vieram, só pensam onde querem chegar, mas se você não souber de onde veio, já era, morre lá mesmo, de corpo físico ou espiritualmente, na consciência das pessoas”, diz Djonga. “Bença” é justamente sobre essa raiz.

Entendo a visão que ele quer passar. Qual preto, em qualquer posição ou idade nunca foi chamado, confundido ou julgado como ladrão? Preto é a cor do crime. “Hat-Trick” trata disso. É a soma de desabafo e celebração pela conquista da posição destacada. Ele ainda dá um papo aos pretos: “ou você faz isso ou seria em vão o que os nossos ancestrais teriam sangrado”. Usando referências da obra clássica de Glauber Rocha, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”,  segue a mesma linha. Mas Djonga amplia o número de alvos. Os players do rap game entram na mira. Felipe Ret também dá seus tiros. Complementa o enredo com ataques aos responsáveis pelos crimes em Mariana e Brumadinho. Ret faz um contraponto a Djonga. Tranquilo, crítica a gana pela grana. “Foda-se o capitão e o general. O amor é o mais alto grau da inteligência humana”. “Ladrão” amarra esse enredo. É enfático. “Eles chamaram pra guerra, mas não tinham pra trocar.” “Voz”, com Doug Now e Chris MC, enaltece aqueles que superaram as expectativas e contrariaram as estatísticas. É aquilo: querendo ou não, vocês vão ter que aceitar quem somos e ver de camarote o nosso sucesso.

“Ladrão”, no geral, é sintético. É a verdade crua para incomodar os acomodados. É isso. Pega a visão, não vai se perder.


Indicamos também: Solange, “When I Get Home” – para cabeças pensantes pensarem. Leia aqui.

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