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Foto: Thomas Teixeira

Kamau: “eu não tô no mercado, eu tô na feira… estou em outra forma de trabalho”

O MC paulistano explica detalhes sobre as ideias que estruturam Documentário.

O dia 21 do 12 de 2022 poderia ser apenas mais um dia 21 do 12 na vida do Kamau. Porém, a data cabalística não iria passar totalmente despercebida, mesmo que ele quisesse. “Acaba que no 21 do 12 as pessoas esperam que eu faça algo, mas quem já acompanha a caminhada de um tempo também sabe que eu não faço o que as pessoas esperam”, diz ele. Acontece que as cobranças vindas de todos os lados meio que deixou o MC paulistano reflexivo. “Sendo bem objetivo, falei que não tinha pensado em nada porque estava em vários corres, mas acabou que a ideia gerou uma ideia. Essa pergunta gerou ideias na minha cabeça. Falei: pô, eu podia fazer alguma coisa. Tô no estúdio todo dia, podia fazer algo rápido, podia fazer algo curto…”

Apesar do pensamento ser esse, Kamau é muito meticuloso para fazer algo rápido e curto sem ter critérios bem definidos, pois acredita na seguinte filosofia: (1) Se é bom e rápido, não é barato; (2) se é bom e barato, não é rápido; e (3) se é rápido e barato, geralmente não é bom.

Sempre com o objetivo de entregar o melhor (do melhor) possível, ele tirou um tempo para arquitetar algumas possibilidades. Depois de vislumbrar alguns caminhos, pensou em fazer um resumo do ano. Por isso, também, a primeira música de “Documentário” começa com a palavra resumo. “Resumo da ópera, obra em andamento… (rima) tipo, eu tô trampando e minha vida é uma obra em andamento, os meus trabalhos naqueles momentos eram obras em andamento, minha carreira é sempre uma obra em andamento, né!?” Mantendo a paciência para não cair nos laços criados pela urgência, Kamau decidiu segurar a onda e deixar tudo para o ano seguinte (2023).

 

adailton moura · Ideias de MIL GRAU: Kamau

 

Por outro lado, não ia soltar logo no primeiro dia de 2023, porque o Parteum sempre coloca na rua uma música na virada do ano. Mas tinha planos para mostrar ao mundo antes do Carnaval, mesmo não sendo um período recomendado pela indústria da música. “Mais uma vez, eu não tô no mercado, eu tô na feira… estou em outra forma de trabalho”. Sempre matemático, refez as contas e o dia 06 de janeiro surgiu no radar, levando em consideração que o ano era 2023, que a primeira música foi gravada propositalmente em 23 de dezembro, 06 era Dia de Reis. Assim, 2 vezes 3 é igual a 6.

A música saiu. Porém, logo gerou outra falação – porque as pessoas nunca estão satisfeitas. Aí, um primo do rapper disse que aquele som parecia a introdução de alguma coisa. A resposta foi que não era, mas novamente Kamau começou a pensar que podia ser.

“Ainda no dia 06 de janeiro eu fiquei pensando, pensando, pensando e falei: e se eu fizesse alguma coisa com 12 etapas? Vamos ver, tudo que tem a ver com 12, começa com a letra D, deca alguma coisa, que é o prefixo relacionado ao número 12”, observa. “Procurei alguma coisa que tivesse 12 letras (não achei nada). Literalmente eu procurei palavras com 12 letras que começam com a letra D. Achei várias que não tinha nada a ver e outras coisas que falavam de documento. Aí pensei, essa música é um documento do que veio e do que eu quero. E se eu junta os documentos, acho que acaba sendo um documentário, no sentido de retratar algo de não ficção e documentário tem 12 letras.

Projeto definido, Kamau não falou nada, só abriu o jogo para Thomas Teixeira, Alexandre Yurk e Raynan Sanchez, que abraçaram as ideias. O plano era fazer apenas uma música por mês, sendo a do mês seguinte feita no mês anterior e assim por diante. Começou em dezembro de 2022 e finalizou em agosto de 2023. Para quem não estava ligado, tudo parecia surpresa. “As pessoas querem as coisas embrulhadas de uma certa maneira… nem sempre eu vou corresponder essas expectativas, mas o que eu acho mais legal é superar as expectativas”. Como estava fazendo tudo por conta própria, se algo acontecesse no caminho ninguém ficaria sabendo. “A promessa era pra mim mesmo e acho que nem tá perto sabe o quanto eu me cobro nisso, algumas pessoas têm uma percepção, mas saber o quanto eu me cobro nisso acho que só eu mesmo”.

“Nem sempre eu vou corresponder essas expectativas, mas o que eu acho mais legal é superar as expectativas”.

 

Foto: Thomas Teixeira

 

UM ÁLBUM QUE É UMA MÚSICA GRANDE

 

Em “Pacifico”, Kamau rima: “Não jogo qualquer coisa no universo em versão beta, quem caneta sabe a treta se for mato já deleta”. Realmente, ele não vai colocar qualquer coisa por aí. Tudo tem que ser muito bem lapidado antes de chegar aos ouvidos de terceiros. Para ele, a versão beta, de teste, não existe. “O que a gente faz, nada é teste. Haja vista aí o disco do Kendrick Lamar, “untitled unmsatered.”… pra muita gente aquilo é um álbum melhor que outros álbuns que ele fez, e ele só pegou literalmente os rascunhos do que ele tinha e colocou para as pessoas verem. Acho que isso também reflete o desejo que as pessoas têm hoje em dia pelos bastidores, né!? Porque só a música não basta”.

Por isso, cada faixa de “Documentário” teve um tempo específico de dedicação, cuidado e trabalho. Muita gente só descobriu o “disco” quando todas as músicas foram agrupadas no formato. No final das contas, o objetivo era juntar todas as faixas, porém, Kamau observa que se contasse no início perderia a graça. “Só iam ficar cobrando isso: e, aí, vai colocar tudo junto? Vou! Ah beleza! Então, quando completar tudo, tipo série, eu vou maratonar”, reflete.

Quem pensa que fazer músicas com menos de 2 minutos era algo estratégico para que as pessoas pegassem a visão, se enganou, inclusive eu. Ao perguntar o motivo de fazer músicas rápidas, Kamau responde com uma afirmação, que também poderia ser outra pergunta.

 

 

“Ninguém perguntou pro (Mano) Brown por que “Tô Ouvindo Alguém Me Chamar tem 13 minutos”, indaga. “Mas assim, criou-se um costume e tem uma parada exatamente do costume das pessoas esperarem alguma coisa naquele formato. Então, a receita é: introdução, verso, refrão, verso, refrão, ponte e final. Tem um formato e quando você foge dele as pessoas falam: Porra, o que aconteceu, por que? Ao mesmo tempo que tem músicas que se estendem por três minutos falando a mesma coisa, várias vezes. A gente tem também a fórmula da MPB de repetir o verso, repetir palavras pra caramba e por que que uma coisa enxuta acaba sendo (entre aspas) questionada, perguntada, por que 1 minuto, por que mais de 1 minuto”.

Voltando novamente aos números, a intenção dele era fazer algo com 24 barras – a métrica que é usada musicalmente no rap -, porque 24 é o dobro de 12, e múltiplo de 4. Então, é o dobro de 12, e 12 é o 21 ao contrário. “Eu queria fazer uma coisa realmente enxuta, mas ao mesmo tempo você está contando uma música de 1 minuto com 24 barras, e 13 músicas com 24 barras (13 vezes 24)… é uma música com 312 barras”. Pergunto se no final Documentário é uma música grande. Kamau responde que sim, mas não só. “São várias músicas pequenas também, porque cada música tem sua história, cada música começa e termina. Um amigo meu, cujo nome não vai ser citado agora, amigo mesmo, falou: ‘essas música aí do Kamau que começa do nada e termina no meio.’ Não, começa do meio e termina do nada, é isso”.

Para produzir essas músicas, o MC seguiu dois caminhos ao mesmo tempo: escrever a partir do tema principal e/ou do nome da música. Em “Ourives”, por exemplo, Kamau queria falar de como a gente lapida sua joia, que é a arte dele. Isso também se relaciona à vida. “Eu pensei em falar disso e falar em como a gente é lapidado pela sociedade”, observa. “Então, eu pensei no tema ourives e fiz tudo pra chegar na última palavra que é ourives”. Esse é outro detalhe no projeto que pode passar despercebido. Em todas as letras, o título é sempre a última palavra citada. “Já na criação dos instrumentais, eu procurava algo que tivesse a ver com o tema ou algumas coisas que eu ia escrevendo”, observa. “Como eu mesmo produzo, acabo conseguindo encaixar a produção na letra que eu já tenho. Mas também já fiz o contrário. Tentei fazer com que a letra se encaixasse como elemento da batida, que é o mais coerente”.

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