Há 3 anos, Childish Gambino virou o centro das atenções após mostrar sua visão sobre ose EUA em “This is America”. Pela mensagem de denúncia das diversas violências contra a população negra, o roteiro e a estética, o vídeo foi exaustivamente analisado em artigos e threads no Twitter, criando assim uma série de teorias.
Mais de 800 milhões de visualizações depois, o mesmo visual é utilizado como referência pelo rapper porto-riquenho Residente para mostrar que a América vai muito além das fronteiras estadunidenses. Em “This Is Not America”, ele se une às gêmeas franco-cubanos do Ibeyi para mostrar a realidade (também violenta) dos países americanos e trazer à luz as consequências da exploração e interferências políticas do imperialismo dos EUA e o apagamento nos países da América Latina e Caribe.
“Tupac é chamado Tupac por causa d Tupac Amaru do Peru. A América não é apenas os EUA, papai, isso se estende da Terra do Fogo ao Canadá”, enfatiza ele na composição.
De uma forma impactante – com referências históricas e cheia de violência (em todos os sentidos) -, o filme dirigido por Greg Ohrel mostra os sofrimentos causados pela autodeclarada América do Norte. Ele retrata as dolorosas separações familiares na fronteira, lucro com a terra dos povos indígenas, ganância corporativa e comercial, apoio à ditaduras e investimento nos mais diferentes tipos de guerra.
Talvez, desde quando Gambino trouxe à tona sua versão sobre a América, esta seja um das músicas/vídeos mais impactantes dos últimos anos. É uma obra crítica, necessária para alertar os “desavisados” sobre a desigualdade, o descaso e a exploração que existe nos dois continentes americanos, tendo quase sempre o dedo do Tio Sam.