Para todos os gostos e estilos, reunimos os sons mais quentes das últimas semanas. Aqui tem Little Simz, SonoTWS X Malev Da Shinobi, Mafram Maracanã, LUA, Tropkillaz, Abel, ALVA, BJRNCK, Ori x Selektah Nubeat e KADESH X PSICO.
Little Simz – I Love You, I Hate You
Mais uma peça central do aguardado álbum “Sometimes I Might Be Introvert”, o single “I Love You, I Hate You” tem uma variedades de sentimentos. Como nunca antes, Little Simz se expõe. O tema era tão difícil, que ela se recusou a escrevê-la inicialmente: a ausência do pai. Por mais palpáveis que sejam sua raiva – e tristeza -, Simz conseguiu colocar tudo para fora e encontrar algum senso de resolução.
“Meu produtor Inflo me perguntou, o que você ama e o que você odeia? Eu sabia a resposta imediatamente, mas estava inflexível de que não queria falar sobre isso”, diz ela. “Meu ego não me permite totalmente dizer que sinto sua falta. Sou uma mulher que não enfrentou todos os seus problemas com o pai.”
SonoTWS X Malev Da Shinobi – Listen
Mais uma vez o beatmaker SonoTWS faz parceria com um MC gringo para criar o mais puro boombap dos anos 90. Dessa vez, o parceiro é o MC de Utah, Malev Da Shinobi. A entrega, como sempre, está acima da média.
Mafram Maracanã – Exu é Rei
Para abrir o projeto Sarava, Mafram Maracanã escolheu Exu, o orixá da comunicação. Inicialmente, a música “Exu é Rei”foi inspirada em um ponto de malandro tradicional da Umbanda. Por esse motivo, os atabaques se destacam na fusão com as batidas carregadas de rap. Mafram Maracanã é percussionista, compositor, produtor musical e pesquisador de sons brasileiros e internacionais. O projeto feito com a diretora artística Mari Scott tem o objetivo “se apropriar de uma nova linguagem para difundir a cultura afro, mantendo a tradição dos tambores sagrados, através da conexão com estilos musicais diversos”.
“É um trabalho sensorial, que conecta o público através de ritmos como rap, jazz, afrobeat, samba, junto aos cantos tradicionais de reverência aos orixás”, diz. “As músicas foram cuidadosamente produzidas de forma energética, respeitando os preceitos religiosos”.
LUA – Flor da Lua ft. Dada Yute
Lua se uniu ao Dada Yute para falara daquele amor quente que todo mundo já teve o prazer de viver. A produção assinada por Pablo Bispo e Ruxell traz influências da bossa nova e traduzem o universo místico e espiritual da cantora. É envolvente, sensual. Também trata da importância de viver da forma mais intensa possível.
“Eu passeio pela minha sensualidade, abordo minha proteção divina, mais uma menção ao meu Pai Ganesha que me acompanha desde meu primeiro single ‘Resiliência”, diz. É sobre esforço, sucesso, sobre relaxar, mas também, impor meus limites e ter um amor quente pra viver, do jeitinho intenso e absurdo que eu gosto de ser. A flor da lua é uma espécie raríssima que floresce em um cacto. Esse verso tinha que acompanhar a raridade e ser mais Lua, impossível”.
Tropkillaz – Yah Yah ft. Marcelo D2, Danzo, MC Dricka e MC Cabelinho
O Tropkillaz está trabalhando na mixtape “Versus – Vol. 1”, prevista ainda para 2021. “Yah Yah” é o single que dá Start para a chegada do trabalho. Nele, Zegon e Laudz reuniram Danzo, Mc Dricka, MC Cabelinho e Marcelo D2. O trap psicodélico reflete a identidade de cada um dos artista. É para curtir sem compromisso.
THEO CROKER – HERO STOMP || A FUTURE PAST
Em “HERO STOMP || A FUTURE PAST , o trompetista THEO CROKER “manipula” uma corneta crepitante enquanto samples são entrelaçados através de uma intensa tomada ao vivo da banda, eventualmente se enrolando em uma onda de 27 cornetas diferentes. É um som para os puristas do jazz, mas também mostra por que tantos o incluem na mesma galeria que Robert Glasper, Esperanza Spalding, Kamasi Washington, Terrace Martin.
“Nosso herói é apresentado por sua tribo em um rito de passagem para se tornar o escolhido”, observa. “Na cerimônia, ele deve provar seu valor e ganhar as bênçãos da tribo. Ele deve elevar suas vibrações por meio de um chamado e resposta intensos, enfrentando todos os medos e demônios e transmutando / renascendo no Herói da nossa história.
Abel – Pelos Outros
Depois de acompanhar de perto o projeto do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Paraná, o rapper Abel fez a música “Pelos Outros”. Acompanhado do economista Eduardo Moreira, o rapper fala sobre a solidariedade e empatia nesse momento de crise sanitária, econômica e Social no Brasil.
“O próprio fato de usar uma máscara, eu estou fazendo por mim e pelos outros. Tomar uma vacina é a mesma coisa… embora isso seja pequeno, possui uma grande importância”, diz. “No meio do processo, por indicação de um grande amigo, conheci o trabalho do MST do Paraná. Através do “Marmitas da Terra”, eles distribuem marmitas feitas com alimentos da Reforma Agrária para pessoas em situação de vulnerabilidade, desde o início da pandemia. Cerca de 1100 pessoas são assistidas por semana, e achei incrível o trabalho… parecia que a música tinha sido feita e pensada a partir do que vi ali.”
ALVA – Sonic
Inspirado no personagem clássico dos games, “Sonic, o rapper Alva aborda a corrida constante pelos objetivos. A música, alicerçada no drill, faz parte do EP “Real Drip”, previsto para 2022. “Em outras músicas minhas já usei essa analogia da corrida. Em ‘Eminente’, eu falo ‘tô correndo mesmo’, em Flex, ‘Alva é correria’. E agora, ‘correndo sem atrasar ninguém’”, explica Alva.
BJRNCK – Thug Cry
A cantora e compositora de R&B de Chicago, BJRNCK está trabalhando intensamente no seu EP de estreia. Com “Thug Cry” ela adianta o que está por vir e revela sua vulnerabilidade e honestidade em seu relacionamento com um amante estóico. BJRNCK oferece uma balada altamente identificável sobre como navegar por um relacionamento difícil. A batida apimentada lembra a era de ouro do R&B dos 90’s. Reflete o mundo real dela.
Ori x Selektah Nubeat – O Grito
Jenni Velozo e Salgado MC formam o Ori. Junto com o produtor musical Selektah Nubeat, eles fizeram “O Grito”. Em cima de uma camada musical que funde rap, dub e reggae, o duo protesta contra a dura realidade dos moradores das periferias brasileiras. A letra traz relatos de vivências relacionadas à violência, péssimas condições de atendimento na área da saúde e outras questões que contribuem para as exclusões sociais.
“É interessante notar que a música tem um momento de virada, onde o som fica mais forte e intenso”, dizem. “Isso ocorre na mesma hora em que a Jenni está cantando a parte mais pesada da letra. Não foi algo combinado, mas mostra como casou bem as características da batida com a letra”.
KADESH X PSICO – Sempre Ouvindo Rap
Num saudosista boombap com sample de “Da ponte pra cá”, dos Racionais MCs, Kadesh e Psico reverenciam o rap. Para essa ode, eles também convidam Dexter, Thaíde e Sharylaine. O recorte de “Song for My Father”, de Horace Silver, incrementa a base instrumental suingada, apresentando uma musicalidade que faz transparecer a influência de samba rock e soul music. O DJ Kiko faz as colagens orgânicas e o rapper UTerço (Massao) chega no último verso.
“Ter a presença do trio deixou o sentimento de “Sempre Ouvindo Rap” ainda mais real, é a voz da experiência falando, deixando ali, em poucas palavras, o legado do rap em suas vidas”, observam.
