Pode parecer que Kiefer é um desconhecido. Mas não. O pianista tem uma caminhada extensa. Ele estudou no Programa de Estudos de Jazz da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) com o renomado guitarrista de jazz Kenny Burrell e se formou no clube Low End Theory de Los Angeles. Tem ainda no currículo dois álbuns, Três EPs – Bridges, Superbloom e Between Days – e colaborações com Kaytranada, SiR, Terrace Martin, Lalah Hathaway, Moses Sumney, Abraham Laboriel. Em 2020, ganhou um GRAMMY pela produção de “Ventura”, do Anderson Paak.
Imerso no jazz, Kiefer segue uma linha mais moderna, muito influenciada pelo hip hop. Pronto para entregar seu terceiro disco, que chega em 27 de agosto pela Stones Throw, o músico deu uma primeira amostra do que virá com a música “When There’s Love Around” – um cover de um som dos The Crusaders de 1974. Leve e adocicada, ela faz um lembrete para que todos vivam o momento e apreciem o amor que os rodeia.
O LP, que carrega o mesmo título do single, inspirado pelos relacionamentos e também por sentimentos sobre seu lugar no mundo será dividido em duas metades. “A primeira metade é sobre como se sentir pequeno, insignificante e estressado”, diz. “É sobre coisas que me preocupam, mas no final do dia, provavelmente não são importantes de uma perspectiva cósmica mais ampla”. Na segunda metade é mais reflexiva e espiritual, seguindo um clima catártico ocasionado pela perda da sua avó. Apesar do luto e da perda serem os temas principais, o tom ainda é amplamente positivo, otimista. Kiefer diz que queria expressar a emoção intensa de “sentir falta de alguém, desejar-lhe muito além da vida na Terra” e saber que a vida pode ser bela e vasta, além de dolorosa.
Diferente dos anteriores, com o produtor tocando notas e produzindo batidas, “When There’s Love Around” terá uma banda completa de apoio formada pelo DJ Harrison, Andy McCauley, Josh Johnson, Will Logan, Sam Wilkes. A produção foi feita em três conjuntos de sessões ao longo de 2020, inclusive uma delas foi feita no estúdio do DJ Jazzy Jeff. Segundo Kiefer, as músicas foram gravadas em uma ou duas tomadas, sendo fiel à preferência por um tipo de música que pareça espontânea e vinda do coração.
“Acho algo sobre o tipo hercúleo de músico de jazz realmente alienante. Quero celebrar a conexão humana”, explica. Nesta primeira entrega é possível sentir a riqueza e a expressividade que ele pretende compartilhar.