The Weeknd não está disposto a seguir padrões. “My Dear Melancholy,” (MDM) é o primeiro passo que o cantor dá na busca por outras possibilidades. De apenas 6 tracks, o projeto não é tratado como um EP. Na visão de Abel Makkonen Tesfaye, que atende por The Weeknd, este é um mini-álbum. A vírgula após a palavra Melancholy pode sinalizar que haverá continuidade. O capítulo inicial de uma série. Suposições.
Na Pitchfork, Michele Kim aponta que a nomenclatura coloca o “projeto em um estado de limbo, que parece um pouco estranho pelos padrões convencionais da indústria”. Kim também observa que isso também faz parte da estratégia de The Weeknd, pois quando “anunciado como um álbum recebe o burburinho e a atenção do consumidor de uma versão completa surpresa, apesar de seu menor tamanho”.
Tirando os estratagemas, The Weeknd segue a velha receita do alt-pop sombrio – aquele que o elevou. Produzido pelo próprio ao lado de Frank Dukes, “My Dear Melancholy,” é formado por baladas obscuras. De fato: é melancólico. Sonoramente, a obra se opõe a “Starboy“, de 2016. Tem seu lado reflexivo. E pensando por esse lado, Abel Tesfaye acertou na quantidade. Se acompanhasse a mesma fórmula do LP anterior, a probabilidade de não vingar seria alta.
Skrillex, Gesaffelstein e Homem-Christo ajudam nas composições harmônicas. Não existe altos e baixos. O gráfico de ondulações segue quase a mesma linha do início ao fim. As variações são pequenas.
“Agridoce”, MDM é uma forma de The Weeknd expressar suas tristezas, desilusões e afetos não correspondidos. Do fundo da alma, ele extrai o sofrimento. Há muita dor. Ele se liberta. Amor e ódio fazem parte do mesmo ambiente. Eles lutam, mas ninguém vence. Aprendem a conviverem juntos.
Indicamos também: The Weeknd tem a colaboração de Kendrick Lamar no #3 single do “Black Panther: Album”. Leia aqui.