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As tracks de “ZULU, Vol. 1: DOPAC.SPDOC” explicadas por Zudizilla

Sem seguir regras, Zudizilla mostra mais uma vez que não precisa ser do hype para conquistar atenção. É necessário ter um conteúdo que seja relevante. “Foda-se o hype, eles odeia nóis”, afirma ele ao final de “Erro “.

Acompanhado por backgrounds undergrounds, com poucas pancadas, mas bem notáveis, assinados por um time bem escalado de produtores – incluindo Dario, Coyote, Dj Nyack, DJ MD Beats – , Zudizilla compartilha suas visões, percepções, vivências, medos, fragilidades, experiências e críticas no LP “De onde eu possa alcançar o céu sem precisar deixar o chão”, o primeiro de uma trilogia. É sóbrio, tranquilo. Expõe seus pontos como se estivesse conversando, às vezes com ele mesmo.

“É o firmamento e o etéreo, o vácuo e a estrada, o espaço e o caminho”, diz. “Este é o primeiro ato de uma saga que conta o trajeto de um personagem que é transversal a todos os diaspóricos e o quão dividida se torna a personalidade de quem não se encontra no ambiente a sua volta”.

O enredo foi bem arquitetado. Milimetricamente pensado. Tem um sincronismo que permite a audição no modo aleatório sem deixar que os temas se conversem. Te guia, como capítulos de um livro sem ordem cronológica.

Essa é uma visão de quem olha de fora. Mas nem sempre é possível ser assertivo. Muitas vezes acreditamos que o direcionamento é ESTE, porém na real é AQUELE. Então, nada melhor que deixar o autor explicar quais são, de fato, seus direcionamentos para cada uma das tracks que compõe o disco. Assim,  Zudizilla explica todas as letras que compôs para “Zulu, Vol. 1”.

INTRO. É a primeira faixa do disco e foi a última a ser escrita. Ela traz diversos questionamentos que durante o disco todo também são apresentados, cada qual a seu tempo e com sua solução cabível ao mesmo período. A faixa 11 é quando se depara com o mundo e o entende, percebendo assim que algumas das responsabilidades que se é obrigado a arcar, são provenientes de interferência externa. É um dos momentos mais densos do disco, assim como a descoberta acerca do sistema de normas que regem o todo e raramente favorece aqueles que se entendem como personagens principais dessa e de sua história. Esta música é como um buraco de minhoca. Eu deveria ter escutado ela com 11 anos, teria impedido muita coisa.

ERRO. Esta faixa é a aceitação das imposições sociais, é o ponto A do qual muitos não conseguem ultrapassar e seguir devido às dificuldades que se encontram diante do caminho. O refrão faz referência ao crescente número de adeptos de discursos radicais e violentos entoados em 2018, por exemplo, pelos adeptos da ideologia política do atual governo. Essa mesma aceitação e tentativa de relegar o indivíduo a um lugar social secundário, lhe dá também a noção exata de que lugar se está. A partir daí surgem as demais faixas, apresentando soluções para cada problema dentro dessa saga. A track foi escrita imaginando o coro de intolerantes julgando alguém, e me coloco nesse lugar pra revidar com um discurso agressivo, ofensivo, mas que protege com um escudo áspero de grossura e estupidez. No final das contas eu me coloco no lugar de inimigo número 1 da sociedade, preto e ignorante, como todos somos colocados em algum período da nossa vida e que é a forma normativa da sociedade enxergar e controlar o indivíduo negro, nos classificando e colocando em caixas.

NÃO SEI SE ME OUVEM. Esta faixa é, relativamente, auto explicativa. É sobre obter valiosas informações sobre quem se é e tentar expandir esse conhecimento na busca por libertar mais gente e assim “fortalecer a desobediência”. Todos aqueles que se enxergam na mesma função já questionaram-se perante tudo, seja o vazio da rua ou a multidão surda. A voz que hoje atravessa a sua fala será ouvida um dia. Essa música foi feita em Pelotas, logo em seguida que voltei da Red Bull, em um rolê pela cidade quase vazia. Aquele silêncio comparado com a vida intensa de São Paulo me trouxe muita angústia ao saber que talvez não me ouvissem nem lá e nem em Pelotas, ainda que eu tivesse possibilidade de atingir os dois.

SINTONIZE. É a sequência do questionamento anterior, mas em uma visão otimista acerca do todo. Entendendo que, mesmo que distante, não se está sozinho. É uma música que retrata também os anseios de quem nasceu em uma cidade em que rapidamente se abandonam os sonhos, como o de vários pelo mundo. É, das músicas do disco, a que eu tenho um carinho absurdo pelo otimismo que ela apresenta.

STEEZ. É o grito de independência, a transformação em combustível de toda a angústia que se tornou dúvida com menos peso ao se deparar com uma ótica otimista da vida. Nesse instante se divide uma personalidade. Aquele que nasceu para o erro, que duvidou do caminho, que recuperou as esperanças no apoio incondicional de manos e minas ao entorno e encontrou finalmente seu método, seu estilo. É sobre defender princípios e usar de propulsão todas as dúvidas e questionamentos que se tem acerca de si, quando se entende que isso é resultado de um processo muito maior de condicionamento humano. Esse beat do Coyote estava comigo há muito tempo e o refrão era para ter entrado em uma música do meu primeiro projeto, intitulado mixtape “LUZ”, e ambos os dois (refrão e instrumental) vieram a fazer sentido juntos quase 7 anos depois.

BENEDITO. É o amadurecimento. É quando todo o emaranhado de sentimentos que, apesar de confuso, foi potente o suficiente para mover do status quo e correr, ao menos por sua sobrevivência. Em Benedito vemos os planos e os sonhos de futuro, a forma fiel de alcançar objetivos, de crer. O nome Benedito faz menção ao santo. Quando terminei essa música, entendi que tinha um disco muito bom em mãos, com uma narrativa interessante, com uma história que pode ser contínua ou fragmentada e, ainda assim, faria sentido. Eu tinha uma obra grande em mãos para me empenhar e o único empecilho era minha ansiedade e a falta de experiência para trabalhar com calma. É quando a história, minha e do personagem, estão no seu auge e, a partir dali, era só questão de tempo. Mas assim como o disco e a vida, o mundo dá voltas…

SMOOTH OPERATOR. Conta sobre amor em tempos de guerra. Sobre como ainda dentro de toda essa confusão é possível encontrar alento para buscar nas palavras mais bonitas ou gírias mais comuns o significado para essa forma de luta e de busca por existir, ainda que na imaginação de alguém. É sobre levar para sempre e para onde for. Era o ápice da minha felicidade, num relacionamento extremamente estável, feliz e progredindo na minha cidade e só pensando em ser feliz. Foi bom viver esta música.

RESPOSTA. É o segundo momento mais denso do disco e fala sobre quando toda estrutura criada, as duras lições desde os 11 até aqui, simplesmente e facilmente desabam. É quando se identifica de forma mais racional e adulta que as amarras ainda prendem, que é difícil ser compreendido quando se enxerga de novo neste mesmo não lugar. Nesse momento a solitude é a melhor resposta. Foi um período em que eu adentrava leituras que falavam sobre pan-africanismo e afro-centrismo. O momento em que eu comecei a questionar até meus próprios objetivos e se eles condiziam mesmo com o indivíduo preto que sou ou estava interpretando um homem branco, mas em pele preta. Essas cisões que algumas músicas do disco trazem são muito importantes para se entender esse conceito ao qual levantei, de dualidade e personalidade fragmentada e o que isso tem a ver com racismo. Essa etapa da minha vida foi a que eu mais saí sedento por respostas, porque acreditava que já tinha encontrado meu caminho e nele seguiria. Algum tempo depois a vida me mostrou que não, tudo o que eu tinha construído de sólido começou a desabar. Amigos morrendo ou sendo presos, as ruas cada vez mais sombrias e traiçoeiras. Nesse momento eu começava a cogitar vir pra São Paulo. O áudio do início e do final desse disco são reais, em um momento de profunda depressão enquanto eu já residia em SP. Chegar aqui vindo de Pelotas e pela segunda vez foi completamente diferente, vivi alguns sonhos em poucas semanas. Isso deu uma impressão errada sobre a cidade e, antes que algo de pior acontecesse, eu coloquei os pés no chão e me isolei de tudo e todos. Me mandei esse audio por Whatsapp pra que eu pudesse, no futuro, escutá-lo e rir. Porque da próxima vez o ouvisse minha condição seria – e é – muito melhor do que aquela. Hoje eu posso rir do meu eu do passado.

SEM DISTRAÇÃO. Fala sobre enxergar o mundo do entretenimento por dentro e galgar seu espaço sem utilizar das fórmulas óbvias para se chegar a algum lugar. Foi uma das primeiras músicas que fiz e ela faz menção aos períodos em que aqui, nesta megalópole, eu estive diversas vezes perto de uma cena que interpreta a vida de pessoas que fui, que vi e que conheci, mas com um viés mercadológico. Dentro da história contada, é o momento em que, após um período de depressão, vem o firmamento de quem já vem se questionando desde muito cedo sobre suas responsabilidades e a capacidade de arcar com elas. É quando todas as outras músicas passam a fazer sentido. É quando (re)nasce Zulu. Esse beat do Dario foi um desafio, tanto para ele quanto pra mim, nós dois estávamos saindo do “Faça A Coisa Certa” e o estigma de boom bap nos perseguia. Ele me mandou esse beat, eu já tava com umas ideias na cabeça, de dar aquela boa e velha alfinetada em atitudes que pouco engrandecem, e veio essa pérola. A Manoela Fortuna abrilhantou na participação. O resultado é a materialização desse amadurecimento e encontro consigo mesmo dentro do disco e da minha história. Foi uma música que mudou o andamento do álbum e, a partir dela, eu entendi um pouco mais sobre aquilo que eu já tinha certeza.

RSPCT. É sobre contestar a track anterior. Sobre superar as distrações e manter o respeito por todos aqueles que vieram antes e que, por algum motivo, não podem estar ali, lado a lado correndo. É nesse momento que o caminho do personagem se solidifica. Essa é a intenção dessa música, é pra avisar a todos que estão na linha de frente que não se movam: resistiremos por esse caminho e nele prosperaremos. Ela, assim como a STEEZ, segue a linha boom bap, mas com intenções diferentes. A STEEZ é um grito de independência, enquanto a RSPCT é um hino de afirmação. É desse jeito que será feito. Com respeito aos corres.

PACIENTE ZERO. Esta é uma música complexa, que tenta resumir toda a narrativa sobre esse percurso traçado até aqui. É o resumo de todas as coisas vividas em um compasso tropeçado, tal como é a vida. A track fala sobre entender que não se deve sabotar as dúvidas da vida, se deve enfrentá-las, ainda que isso pareça loucura. Essa música, em especial, eu fiz porque é DESSA forma que eu enxergo a vida. Todo o disco é de Zulu, mas se eu tivesse que escolher uma que representa a sonoridade de Zudizilla, seria essa. No refrão tem a colagem da música “MC’s Emergentes”, de Mahal, trechos do filme Frankenstein (Dublagem) e uma referência a J.Cole no final.

Indicamos também: Npe³, “O Último Homem das Letras”. Leia aqui.

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