O foco do VIC MENSA continua sendo o combate às injustiças contra a população pobre e preta. Na “V TAPE”, ele já tinha levantado questões importantes de uma forma contundente. Agora com a “I TAPE”, o rapper de Chicago reafirma o que havia dito usando uma estética musical influenciada pelo gospel – bem parecida dos seus conterrâneos Kanye West e Chance The Rapper.
A vivência nos movimentos sociais, principalmente a frente da sua ONG SAVEMONEYSAVELIFE, o ajudou a ter uma visão ampla do que acontece nas ruas. Assim, consegue articular e abordar assuntos com facilidade. Isso fica mais evidente em “Moosa”, que é sobre um amigo preso por quem fez uma petição para obter liberdade condicional 12 anos atrás. “Shelter”, feita com Chance e Wyclef Jean, segue o mesmo caminho para mostrar a teia emaranhada da pobreza e da justiça criminal. No videoclipe da música, dirigido por Andre Muir, eles fazem uma metáfora visual mostrando o impacto que Covid-19 causou na comunidade negra, desafia a estrutura de poder que perpetua sistemas de policiamento excessivo e encarceramento injusto, e lembra de Julius Jones, que atualmente está no corredor da morte, apesar das evidências convincentes de sua inocência.
“O (EP) I TAPE é um grito de liberdade, um olhar visceral na alma de um homem na América”, afirma Mensa. “Liricamente, eu queria explorar temas de rebelião e encarceramento, tecendo histórias reais com verdades duras.”
As 7 músicas do projeto têm produção do Just Blaze e Smoko Ono, orquestrações de Peter CottonTale, e parcerias de Dixson, Tish Hyman, Zacari, Jeremih, Eryn Allen Kane e Wyatt Waddell. Com o EP, VIC MENSA fecha um ciclo de ações que se relacionam ao tema, incluindo o evento ‘Sleep Out Chicago’, feito com o objetivo de arrecadar dinheiro para os jovens sem-teto da sua cidade e uma manifestação com foco em espalhar a consciência sobre o encarceramento injusto de Julius Jones.