A luz proporciona a expansão da visão daquilo que é impossível ser observado na escuridão, gera sensações e possibilita diferentes interpretações, seja através do seu brilho natural ou pela intervenção de cores. Ela serve de guia para que Tiago Satya faça sua imersão na sensibilidade do romantismo, e também compartilhe suas experiências, abra o coração e explore sonoridades nas 8 músicas de “Luminis” [do latim: luz].
Essas reflexões – que expõem verdades presentes na vida de quem ama [em todos os sentidos] – são feitas sob atraentes camadas de neo soul, jazz, mais arquitetado no jazzy, e AOR [muito presente nos trabalhos de Ed Motta e Roupa Nova].
Da mesma forma que a luminosidade permite enxergar tudo o que está ao redor, as diferentes texturas propõem experiências distintas. A confessional “Jasmim” traz um groove irresistível com pitadas de “jass”, inclusive no título. Já “Sonhador” bebe direto da fonte do soul, “Déjà vu” segue um direcionamento disco e “Neon” tem uma pegada pop. As quatro servem de norte para que o ouvinte entenda a proposta do artista.
No conjunto, o álbum tem equilíbrio. É coeso. Tiago explora vertentes (consideradas) sofisticadas com primor. Faz uma viagem tranquila por um território que poucos no Brasil estão na disposição para encarar.