A pandemia da COVID-19 causou uma grande perda financeira para a classe artística. Por causa do cancelamento de shows, a grande maioria dos artistas independentes [e trabalhadores envolvidos na cultura em geral] não terão como se manter neste período de crise. Dados parciais de uma pesquisa* do DATA SIM mostram que a suspensão de mais de 5 mil eventos de música afeta a vida de 14 mil profissionais e 3,5 milhões de espectadores. Até o momento, estima-se um prejuízo de R$ 400 milhões.
Para amenizar a situação, iniciou-se um movimento nas redes para dar suporte à classe artística utilizando os serviços de streaming [dando play nos singles e discos] e comprando produtos do merch (camisetas, CDs, vinil, cassete). O Bandcamp também aderiu a campanha ao renunciar a sua participação nos lucros de toda música vendida no dia 20 de março.
“Para muitos artistas, um único dia de aumento de vendas pode significar a diferença entre poder pagar aluguel ou não. Ainda assim, consideramos isso apenas um ponto de partida”, escreveu Ethan Diamond, co-fundador & CEO da plataforma. “Pode parecer simples, mas a melhor maneira de ajudar os artistas é com o seu apoio financeiro direto.”
Após a compra, o dinheiro estará entre 24 e 48 horas na conta do artista ou selo de gravação. No tem uma variedade de brasileiros (abaixo selecionamos alguns deles). Somente nos últimos 30 dias, os fãs pagaram mais de 400 milhões de dólares usando Bandcamp. Só nos últimos 30 dias foram U$ 10 milhões. Em poucas horas com a campanha NO AR, o Bandcamp atualizou no Twitter a arrecadação de U$ 3 milhões de dólares.
Outra empresa que decidiu destinar os lucros para os seus distribuídos foi a brasileira Tratore. “Vamos continuar a pagar os artistas e selos normalmente. Além deste pagamento, haverá uma linha a mais no relatório denominada “Bônus Emergencial 2020″, que representa o que seria o lucro da Tratore repartido proporcionalmente entre os distribuídos. Esta conta será um rateio por contrato baseado no faturamento digital do contrato no mês”, disse em comunicado o diretor Mauricio Bussab.
Segundo Bussad, o bônus não será muito grande. “Depois de pagas as nossas contas, estimamos que o bônus possa ser da ordem de 7%, chegando até a 10%, se o streaming for bom em determinado mês. Não é muito, mas é o que podemos fazer. E essa é a hora de todos fazermos tudo o que pudermos, mesmo que seja pouco. Isto vale, a princípio, para os próximos três meses (relatórios publicados em março, abril e maio), que é a previsão dada pelo Ministério da Saúde para a duração da crise. Se ela se prolongar, voltamos a conversar”.
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*Até o dia 19/03, mais de 350 empresas de 18 estados do Brasil haviam respondido a pesquisa.
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