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Sorry Drummer: “O que a gente faz no Brasil pode reverberar em qualquer parte do mundo, mas você precisa ser o mais original possível”

O baterista revela os detalhes do álbum "Sorry Drummer & Friends Volume 3".

Depois de uma remarcação de data, e quase um segundo cancelamento por conta dos perrengues com o acesso ao Zoom, finalmente consegui me encontrar digitalmente com Luiz Roberto Julião, o Sorry Dummer, para falarmos sobre o terceiro (e último) volume da série “Sorry Drummer & Friends”, iniciada em 2012.

Ele está no estúdio, ao lado da bateria, onde faz suas produções via celular (ao final ele até faz um groove para mostrar como funciona a captação por telefone).

“Eu gravo minha batera pelo celular, eu não gravo pelo computador”, afirma. “Esse esquema eu aprendi agora na pandemia. Eu tive que me reeducar, cara. Então, como eu não podia ir para o estúdio, aprendi a gravar em casa no celular. Foram várias tentativas e erro para fazer um trabalho profissional. É complicado, mas foi o único jeito que encontrei”.

Sorry Drummer é um baterista/produtor/compositor brasileiro que tem ganhado cada vez mais espaço no exterior pela forma orgânica que cria suas batidas. No Volume 3 do seu consagrado projeto autoral – lançado no formato digital e em vinil (300 cópias, que quase se esgotaram nos primeiros dias de venda) – ele reúne 27 artistas do Brasil e do mundo para promover um verdadeiro baile black regado a boom bap, jazz, soul, samba rock, R&B e gospel.

Na conversa, o músico explica o seu processo de produção e a escolha dos participantes, fala sobre a indústria musical, a influência da música brasileira no mundo e os seus próximos trabalhos, incluindo o que fará com o Slum Village.

 

Do primeiro para o segundo álbum teve um intervalo de 3 – 4 anos. E do segundo para o terceiro também tem mais ou menos essa distância. Por que esses grandes espaços para lançar um disco?

 

Nesse terceiro parecia que eu já estava profetizando uma pandemia, cara (risadas). Se liga aí: eu entrei no estúdio com o Silveira (cantor e produtor) e gravei duas horas só de loop de batera, sem os arranjos. Gravei algumas coisas com sample, já tendo uma ideia do que faria… por exemplo, a “Dias Melhores” foi gravada junto com o sample… fiz pensando como ficaria na pós-produção. Mas as restantes foram só loopings, e depois o Silvera teve de fazer os arranjos na casa dele e me enviava. Fizemos tudo à distância. Depois que os instrumentais eram fechados, íamos atrás de quem participaria do som. Aí, toca eu pra ir na captura dos MC’s e dos cantores de soul pra ver quais faixas combinaria com determinado artista. Só que, na pandemia, eu conheci outros MC’s também, tipo Vic Smith, Casey Jones, LaQuan (que canta a faixa Stronger). Todos entraram com a tampa quase fechada… nos 45 minutos do segundo tempo (e isso foi durante a pandemia). Como eu já tinha os arranjos, só enviei e eles gravaram.

 

Antes de desenvolver o disco, vocês não tinham fechado a participação de ninguém? Produziram tudo e depois procuravam quem se encaixaria com cada um dos sons?

 

Exatamente… porque, se você trabalha com os MC’s simultaneamente, irmão, desculpe a sinceridade… se eu levo 5 anos para fazer, pode levar 10, porque cada um vai falar assim: “não, essa é pra mim! Não, não, essa aqui não é pra mim, é para o fulano de tal”. Você imagina isso. E até o tempo de cada um escrever, gravar a voz e mixar… irmão, é trampo. Pode colocar aí 10 anos fácil. E fora, que você tem que mandar e os caras aprovarem, às vezes tem que mudar vários elementos para que o som se adapte ao artista. Você imagina que lâmpada!?

 

Mas está tudo muito tão bem encaixado, que dá a sensação de que tudo já estava planejado. Foi difícil a seleção dos artistas?

 

Assim, é um trabalho de formiguinha. Mas a internet nessa hora ajuda. Sempre que descobria algum artista no Instagram, eu mandava uma mensagem falando do meu trabalho. Outros já me enviavam mensagem dizendo que seria uma honra poder trabalhar comigo. Nessas aí, eu já garimpava quem eu achava que tinha a ver e deveria estar presente. Eu sempre analisava o estilo de cada um para poder enviar o beat. Assim, eu sabia que iria dar certo, entendeu!? Se você manda qualquer beat sem saber se tem a ver ou não, corre o risco dele ficar falando toda hora: “dessa aí eu não gostei”. Por isso, eu já mandava a certeira. Sabia que ele ou ela ia dar o play, se inspirar, canetar e me entregar a voz de volta. É o que acontecia… um exemplo é a faixa “All About Love”. Eu gravei ela com o Felipe Neo e o Silveira logo depois que eu lancei o Volume 2 (acho que foi 2017). Aí, um MC (Isreal) curtiu. Perguntei se ele conhecia uma menina que cantasse e também rimasse. E ele já me apresentou a Madame Mins. Ouvi as participações dela em outros trabalhos, e vi que ela tinha tudo a ver com o beat. Nessa mesma música, o Bruno E (produtor) participa tocando baixo acústico. E pra quem não sabe, ele foi o produtor de um grupo old school do hip hop dos anos 90 chamado MRN… clássico. Foram várias conections.

 

“Os visionários estão sempre atrás de uma coisa, que juntando com o rap vai dar uma sonoridade boa, e é isso que a gente tem que fazer aqui”. 

 

Essa curadoria é feita especificamente na internet ou você tem outros métodos para conhecer futuras parcerias?

 

Eu faço sempre pela internet, mas também recebo muita coisa. Aí, eu já salvo ali pra fazer algo futuramente. Geralmente, eu não falo nada. Aguardo o momento certo, porque se você fala que quer fazer algo, a pessoa já quer pra ontem. Esse lance do garimpo é difícil de fazer, mas eu até gosto (quando tenho um tempo)… por exemplo: pouca gente conhecia Tássia Reis quando ela gravou comigo no Volume 2. A Dricka Barbosa, quando gravou comigo também no Volume 2, ainda nem tinha contrato com a Laboratório Fantasma. Mas elas iam aos meus shows. Então, ficou fácil fazer essa conexão. O mesmo aconteceu com o Haikaiss, o Síntese… enfim, uma coisa vai puxando outra. Esse é o processo que talvez ninguém saiba. Outra coisa que é legal… a Tiffany Paige gravou 4 faixas comigo nesse álbum. Essa mina já gravou com Kevin Brown, Talib Kweli, Tanya Morgan, MF DOOM… a lista é gigante. Aí, eu mostrei um som, ela ouviu de primeira e falou: “Tô dentro”. Tipo, logo de início as pessoas ficam desconfiadas, né cara, porque a gente é aqui do Brasil e ninguém conhece o nosso trabalho lá fora. Hip Hop nacional (BR) ninguém ouve lá, saca!? É a mesma coisa a gente aqui com os países da América do Sul. O que você conhece de Hip hop do Chile? Não toca nas rádios, não toca em lugar nenhum, só que tem gente boa lá. Só que não chega pra nós. Até nessa nossa realidade, é mais fácil um americano fazer sucesso aqui do que os nossos, até porque a inversão valores no nosso país é complicado… Mas aí aconteceu o contrário, cara. Assim que eu mandei o primeiro beat, ela falou: “é diferente”.

De fato, rolou uma boa conexão porque pude agregar com ela lá e ela agregou com a gente aqui. Então, mandei uma e ela pediu mais. E é aquilo, pra uma pessoa que já gravou com Talib Kweli parar para ouvir um trabalho seu, tem alguma coisa diferente ali senão a pessoa fala: “próximo, próximo”. Lá, esse tipo de som não é novidade, porque os caras são inventores do rap. Então, fica difícil ensinar o padre a rezar a missa. Mas isso aconteceu, porque eu já venho nessas conexões (gravando lá nos EUA) faz uns 15 – 20 anos. E só agora eu vou gravar com o Slum Village, Yung RJ, Tiffany Paige, Iroc (que é alemão)… então, o que a gente faz no Brasil pode reverberar em qualquer parte do mundo, mas você precisa ser o mais original possível. Se você for cópia do 9th Wonder, do J Dilla (e eu tenho influência do Dilla, Questlove, Dj Premier, Pete Rock, Wilson das Neves, Milton Banana)… lá na gringa, como é tudo global, o cara dá um play e vai dizer: “isso parece Questlove, isso parece Dilla”. Ou seja, não tem como você tentar mentir, imitar alguém ou ser uma cópia.

 

Sorry Drummer
Sorry Drummer na loja Gringos com o vinil do Volume 3 | Foto: IF Studio

 

E quando se fala de Brasil lá fora, o que vem em mente é o samba, a bossa-nova… tudo que foge do que eles fazem no cotidiano. Até dia desses viralizou um vídeo do Kanye West e o Pharrell Williams curtindo “Tudo Que Você Podia Ser”, do Lô e Márcio Borges, interpretada pelo Quarteto em Cy.

 

Eles já estão de olho em nós faz tempo. Se você pegar os álbuns do A Trible Called Quest, produzidas pelo J Dilla… ele sampleou várias coisas brasileiras. Por exemplo, a música “Runnin”, do The Phacyde, é Stan Getz (uma banda de bossa nova brasileira). Só que assim, o Dilla era underground. Agora, o que precisa acontecer é um cara mainstream pegar algo que é aqui do Brasil e apresentar para o mundo. Aí, vai dar a impressão que os caras inventaram a roda de novo.

 

Essa foi a impressão que tive… muita gente já estava fazendo isso muito antes. Mas um vídeo de alguns minutos bombou porque eram dois artistas mainstream.

 

Se você pegar Marcelo D2, Rappin’ Hood… os caras estão juntando rap com samba faz miliano. A diferença é que eles fazem rap em português. Se os dois fossem americanos, fazendo isso (lá), e sendo de lá, o peso da moeda é outra. Você entende do que estou falando? Se o Jay Z gravar essas ideias de samba com rap, o que você acha que pode acontecer? É sucesso. É estouro, porque eles exportam para o mundo. Se você pegar os meus discos, vai encontrar essa mistura… eu gravando com Slum Village já faz um barulho, mas você gravar com Pharrel Williams, aí é global.

 

A mesma coisa aconteceu com Sérgio Mendes e Black Eyed Peas…

 

Mas pra você ver… isso não é nada novo. Mas precisa de uns caras para apresentar para o mundo. Infelizmente é assim. Outros já fizeram, porém não tiveram força de fazer chegar globalmente. Por outro lado, na época quando eles fizeram não tinha internet. Agora tem internet. De repente, se você tiver um bom investimento e força de espalhar isso para o mundo, é estouro, como esse vídeo que viralizou rapidamente.

 

Mas também podemos dizer que o trabalho que você faz é global, e não deve nada para os artistas e produtores de fora, tanto em qualidade quanto na estrutura rítmica.

 

Por isso que eu estou tendo esse respaldo nos Estados Unidos e na Europa. Você tem que chegar pelo menos falando a mesma língua. É necessário ter uma linguagem. O cara tem que te ouvir e falar isso aqui é rap, mas tem algo do Brasil aqui no meio. Você tem que deixar bem especificado o que você está fazendo no som. O J Dilla é um exemplo. Ele era o produtor favorito dos produtores. O suingue dele é fenomenal. Conversa com o cara do R&B, conversa com o rap, com o funk… tudo isso porque ele era enriquecido musicalmente. Veja bem, um cara lá nos anos 90 pensar em fazer um rap com bossa nova, ele teria que ouvir música do Brasil. Se ele não ouvisse, não faria. Os visionários estão sempre atrás de uma coisa, que juntando com o rap vai dar uma sonoridade boa, e é isso que a gente tem que fazer aqui. Só que tem um problema, os produtores são barrados quando usam um sample de música brasileira. Para conseguir uma autorização de sample aqui é uma caminhada, uma eternidade. Talvez você comece a fazer o disco agora, e tenha permissão de usar o recorte daqui dois anos. E assim, não é certeza que você vai ter retorno com essa faixa. Mas o ideal era samplear apenas coisas do Brasil, e usar a nossa linguagem de fazer o som, mesmo com o vocal em inglês. Só que, muitas vezes, você faz as coisas dentro do nosso país e não tem valor aqui.

 

Falando do inglês, o seu disco é bilíngue (tem letras em inglês e português), mas todas as músicas se conversam liricamente. Você deu alguma ideia de tema para que MC’s, cantores e cantoras seguissem ou deixou livre para que eles fizessem o que viesse na telha?

 

Aconteceu algo inusitado nesse período de produção do Volume 3. A minha esposa estava passando por uma enfermidade (doença), e era muito grave. E aí, eu fiz um propósito com Deus de fazer um disco com mensagens pra Ele, saca!? Então, eu pedi pra canetarem com uma mensagem espiritual, de cura, milagre, fé… e todos escreveram algo do coração, de agradecimento a Deus. Por isso, o disco é atípico e está sendo bem aceito. Estou ao mesmo tempo feliz e surpreso. E esse é o último disco dessa trilogia, Sorry Drummer & Friends Volume 1, 2 e 3.

 

Algumas músicas até caberiam na prateleira da música gospel, mas pelo caminho que você pegou essa não era a sua intenção. Fala de espiritualidade, mas não é um álbum religioso.

 

Essas mensagens são as que estamos precisando ouvir, e chegou na hora certa. É algo gratuito, que vem do coração, sem compromisso de ser algo que se encaixe em alguma caixa para ser vendável, que precise ser tocada nos templos, na rádio. Não! Nem estava preocupado com isso, saca!? Foi bem natural, e acho que é assim que Deus se agrada. Quando você estipula algo, formata, segrega a informação e direciona a apenas um nicho, a mensagem não chega em quem precisa chegar. Não preciso procurar um selo gospel pra eu querer ouvir uma música boa, uma música que fala no meu coração. Acho que não precisa. Posso ouvir numa rádio, no Rock In Rio, no Lollapallooza… em qualquer lugar. Se a música tiver que te transformar, vai acontecer porque Deus quer te transformar naquele momento. O nosso objetivo é que a mensagem chegue nos guetos. Tem muita gente perdida nas drogas, tem muitas famílias sem ter o que comer, pessoas desempregadas, uma crise global acontecendo.

 

Sorry Dummer
Foto: Marcelo Pretto

 

E como você observa o funcionamento da indústria musical, que meio que obriga os artistas a lançar músicas novas quase todas as semanas? Na minha visão, essa urgência, de certa forma, transforma a arte em algo descartável.

 

Você tocou num ponto bem legal, porque assim… hoje é difícil formatar até um hit, a não ser se o camarada ficar investindo, espalhando, impulsionando. Por exemplo, Bruno Mars e Anderson. Paak… a música toca o dia inteiro, mas chega com força. Só que assim, chega com força de uma vez só.Mas será que esse som vai se tornar uma música atemporal? Ainda é possível fazer um hit tendo um plano de marketing. Dois, três meses alguém lembra do seu som. Mas depois de três meses todo mundo esquece porque já veio outro. Quando os Racionais MCs começaram, eles tocavam pra mil, duas mil pessoas num bairro. A geração de 20 anos pra cá, começou tocando pra 500 pessoas, porque as casas noturnas foram diminuindo de espaço e de oportunidade. Quase que viraram pubs. Então, é difícil você fazer hit como esses caras conseguiram, e até por que precisa trabalhar a música o ano inteiro, não só uma semana ou dois meses.. Vou te fazer uma pergunta rápida. Me lembra uma música do Emicida, só uma, por favor?

 

Me pegou agora, hein!? Sou muito ruim de lembrar nome de música (risadas).

 

… Tá bom. Já entendi! Lembra uma dos Racionais, fácil!

 

Diário de um Detento!

 

Pronto! É disso que eu estou falando. Você precisa pensar pra lembrar de uma música, porque ela foi formatada para que a gente esqueça rápido, cara! Você sabe quem são os artistas, mas na maioria das vezes não sabe o nome das músicas deles. Esse é o dilema que estamos vivendo, porque é difícil criar um trabalho histórico, de fazer músicas que ficam pra eternidade, como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Racionais, MV Bill… Antes era das ruas para a internet, hoje esse processo é inverso (da internet para as ruas). Cara, eu sou um felizardo. O meu som “Sair Pra Gastar”, que fiz 10 anos atrás, ainda toca no rádio, toca nas festas… isso é raro. Eu acabei de lançar um disco agora, e esse disco já está velho. Entendeu!? Se você faz arte com carinho, sem pensar em fazer hit imediatamente, você fica no mercado mais tempo.

 

E essa sua parceria com o Silveira? Também faz um tempo que vocês trabalham juntos.

 

São 15 anos…

 

Já é uma adolescência de parceria…

 

É. São 15 anos trampando nestes três discos. Com o Feliph Neo deve ter uns 13 anos também. Jornada longa, cara! Eu aprendi muito com esses caras, como timbrar minha batera e como captar o som pra soar como fosse uma MPC. Foram tentativas e erros no estúdio… nesse lance no celular que eu estou gravando agora, eles foram meus cobaias. Eu gravo aqui, mando pra eles e pergunto: “Dá pra chegar numa mix boa?” (risadas). Eu só tenho o trabalho de pesquisar e fazer o que eu tenho pra fazer. Quando eu tenho que enviar para um produtor, já sei o que devo fazer, porque tô ligado que dá certo. Não é lâmpada. É só gravar pelo celular mesmo.

 

Tudo é feito organicamente na bateria?

 

É tudo orgânico! [ele mostra o set com a bateria, ajusta o som do celular e começa a fazer um groove para exemplificar como as gravações são feitas pelo aparelho]
É desse jeito que eu gravo.

Foto de capa: Marcelo Pretto

 

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