O momento é propício. Todo o roteiro está pronto. Não precisa acrescentar nada. Mas o Senzala Hi-Tech decidiu provocar ainda mais o establishment brasileiro com “Na Terra da Pilantragem”. É um confronto contra o negócio (business) criado em torno da política, que para alguns se tornou uma profissão estável e de alta rentabilidade.
“A construção da música foi baseada na série Better Call Saul, que mostra um advogado pilantra que vive fazendo trambique”, diz o vocalista Diogo Silva. “É uma canção potente, que traz elementos sociais brasileiros e uma forte crítica à política nacional”.
A malandragem enraizada na cultura do Brasil é representada pelo personagem dos quadrinhos Zé Carioca, que sempre dá o seu jeito para sair por cima. O MC Sombra diz que tudo isso “acontece dentro de um possível sistema capitalista, onde a grande maioria sem capital vive à mercê do estado de abandono total, sendo assim manipulados como uma massa de manobra daqueles que detém o poder”.
A música produzida por Mirani é alicerçada no afro-futurismo, que se funde com elementos de rap, reggae e pagodão baiano. Ela faz parte do próximo disco do Senzala Hi-Tech, “Represença”, que está programado para a primeira semana de agosto. O trabalho também celebra os 10 anos de caminhada coletiva do MC Sombra (SNJ), Diogo Silva (atleta olímpico de taekwondo), Minari (SNJ) e o cartunista Junião.
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