Do interior do Ceará, mais precisamente Cratéus, Rômulo Boca se estabeleceu em São Paulo para expandir o seu raio de extensão. Um dos cabeças pensantes do A.L.M.A. (Arma Lírica Musical da Alma), ao lado de Lucas Félix e Wendeus, o MC está preparando o terreno para a chegada da mixtape “Quando o Mundo Acabou era Meio Dia”.
Sem ficar preso aos limites, Boca decidiu fazer um trabalho com 19 tracks para abordar suas vivências, mudanças, perdas e adversidades. “Tudo ali se amarra. O intuito é exercer a impressão de odisseia mesmo. Minha vida não é muito diferente da vida das pessoas que me ouvem. Penso que levando-as numa viagem assim, talvez elas se sintam menos sozinhas e eu também”, diz Rômulo.
O rapper também afirma que a perda da mãe o influenciou a tirar o projeto do papel e o fez evoluir em várias áreas da vida. “Acho que perder a mãe é como ver o mundo acabar. Tipo, hoje me sinto como alguém que vive em um mundo que acabou e esse sentimento veio com a morte da minha mãe. Ao mesmo tempo, sinto que me tornei alguém melhor após a morte dela, alguém menos irresponsável comigo e com aqueles que me cercam. Voltei a ter humildade, no sentido de ter pé no chão.”
As primeiras amostras da mixtape são os singles “Oizys”, “A.C.O.A / S.A.O.V” com a participação de Rodrigo Zin, e a mais recente “Multiverso”, que recebe a colaboração do niLL e tem a produção assinada por Tadela e Sérgio Estranho. Essas três músicas mostram o quanto Rômulo é versátil. A proposta dele é fazer um trabalho experimental, transitando entre plug, metal, boombap.
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