Conhecido e premiado por atuações no cinema e na televisão, o anglo-paquistanês Riz Ahmed também quer que o mundo conheça seus RAPs. E ele não está para brincadeira. Pretende falar de assuntos que estão em voga na sociedade, mas pouco abordados de forma enfática. Riz faz isso no LP “The Long Goodbye“.
“É um álbum sobre separação (alienação) – mas com o seu país”, diz. “Muitos de nós sentimos que estamos sendo rejeitados pelo lugar que chamamos de lar. Ele leva você à jornada desse rompimento, através dos estágios de negação, racismo, raiva, aceitação e, finalmente, amor próprio para combater o ódio.”
Para transmitir sua mensagem, Ahmed se une ao produtor Redinho (ex-Swet Shot Boys). O background instrumental tem elementos orientais, fundidos com R&B, GRIME e o carregado RAP britânico. O experimento é agradável. Foge dos padrões – justamente para atingir diferentes ouvidos. “The Long Goodbye é um trabalho para todos que se sentem abandonados ou perseguidos indevidamente por seu próprio país”.
O trabalho de Riz Ahmed se completa com um curta-metragem de quase 12 minutos, dirigido por Aneil Karia, vencedor do prêmio do júri no Sundance. No filme, o artista apresenta uma visão crítica e realista do que pode estar por vir nestes tempos intolerantes, onde países e suas minorias passam por “rompimentos” traumáticos “- assim como eles fizeram no passado. “É uma representação visual estridente da narrativa do disco que começa com um dia normal ao lado da família e se transforma numa erupção de violência pelas mãos do racismo e do medo institucionais.
Sem medir palavras, Ahmed bate de frente com o sistema pré-estabelecido. Mostra as batalhas enfrentadas diariamente por milhares de pessoas ao redor do mundo. O Brasil não está distante dessa realidade.
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