Misturar de rap com forró / xote / arrasta-pé faz parte do gene musical do RAPadura. Mas não é somente no ritmo que ele mostra suas raízes. Com rimas emboladas, o cearense de Lagoa Seca fala das questões que permeiam as regiões do Norte e Nordeste. O single “Quebra-Queixo” é mais um exemplo. Nele, RAPadura aborda temas que estão em voga no Brasil, principalmente o consumismo, diferença de classe e a imposição de uma guerrilha travada entre a educação e literatura versus a luta armada.
“Pessoas trabalham dia e noite para poder comprar e ter algo”, diz o rapper . “O comércio brinca cada vez mais com os sonhos das pessoas, que passam a desejar aquilo que não podem possuir. Referência é quem é rico, não pelo valor, mas pela demonstração de poder constante na internet”.
“Quebra-Queixo” faz parte do próximo disco do RAPadura, que chegará ainda em 2019. Mas antes dele, Francisco Igor Almeida dos Santos [o RAPadura] vai estrear no dia 29 de março um curta-metragem produzido pela Matilha Cultural com roteiro e direção de Ricardo Costa e José Simionetti. Inspirado em “Os Fuzis” (1964), de Ruy Guerra, o filme, em formato de trailer / videoclipe, foi gravado na Vila de Picotes, em São Mamede, município da Paraíba que foi caminho para tropeiros com destino ao litoral no século XVII.
O clima é de faroeste e perseguição. A guerrilha se dá com o questionamento gerado entre caneta e arma. Quem é mais forte? O diretor Ricardo Costa comenta que “a ideia do filme é transparecer e superar as diferenças de classes em uma cidade que remete à história, origem e cultura regional. Além, também, de empoderar a cena local, com equipe de regionais e também trazer a força do feminino para essa trama”.
Veja o trailer
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