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Ramonzin: “a evolução não é uma coisa que necessariamente vai pra cima ou pra frente”

Perto das 14h30 de terça-feira, 28, o telefone toca. O DDD é 021. Na voz: Carlos Ramon Procópio a.k.a Ramonzin. Na conversa falamos sobre o single “Gueto Feroz”, feito em parceria com o Djonga, seu próximo álbum, indústria cultural e os problemas enfrentados pelos brasileiros, mote principal da música que tem nas bases uma batida carregada de funk, produzida pelo DJ Thai, do Heavy Baile.

“Eu coloquei o rap em cima de uma batida de funk pra dar um entendimento de que o funk, antigamente, era música de protesto. Ele era a única forma que tinha pra algumas pessoas protestarem sobre a sociedade, então foi isso que eu quis trazer quando eu trouxe essa mistura do rap, que essencialmente vem do discurso político”, diz ele.

A música está acompanhada por um visual produzido pelo Daniel W. de Andrade, do estúdio Fat Dog Animations, um coletivo de animadores e ilustradores do audiovisual. O próprio Ramonzin assina o roteiro e direção.

 

 

Gueto Feroz chega num momento complexo da política, saúde e economia brasileira, principalmente com a pandemia da Covid-19. Já estava pronta e você só estava esperando o momento para soltar, ou fez durante esse período de caos?

Na verdade a gente já tá um tempo assim… Desde o começo da vigência desse governo a gente passa por esses problemas.Então, confesso que fiz essa música antes dessa pandemia, até por que dava pra fazer isso. Hoje nem dá muito pra gravar. Mas, ela sendo lançada agora, reflete no monte de merda que está acontecendo agora, entendeu!? Então, eu acho que ela é muito atual.

Na real, o estopim já estava acesso há um bom tempo, esse vírus só fez essa bomba estourar…

Exatamente!

O tom agressivo na forma de expressar, enfatiza essa agonia daqueles que têm suas vozes caladas diariamente. É o grito do oprimido?

É, na verdade isso é o que acontece com a maioria da população. Infelizmente, nem todo mundo tem a oportunidade ou a forma de expressar como gostaria. Por isso, tem pessoas que fazem isso, que no caso somos nós: quem trabalha com música, quem faz rap, quem é comunicador, vocês jornalistas… essas pessoas têm o poder da comunicação. Então foi isso que eu quis colocar para representar as pessoas que não têm essa possibilidade de externar o que está sentindo… que é um movimento geral.

O funk e o trap, apesar de serem de periferia, ainda são pouco aceitos pelos conservadores do rap. E você chega com um funk carregado e ainda enfatiza a importância dele para a cultura periférica… mostra a versatilidade da música brasileira. Essa mistura foi proposital, tendo em vista que ainda há um preconceito por parte dos brasileiros (mas lá fora é aclamado)?

É, porque na verdade é o seguinte: eu entendo que esse preconceito vem da parte de quem trabalha com música com direcionamento social e político… Quem faz rap com contestação é mais difícil trabalhar com um gênero que se tornou muito popular e zero político. O que acontece: o funk veio de um cunho político, econômico e social, de protesto… mas foi se perdendo com a chegada da indústria, assim como aconteceu com o rap também. O que eu quiz mostrar é que o movimento hip hop e o funk são da mesma origem. Trouxe isso pra dizer que esse discurso era feito no funk dessa forma. Então, eu acho que é um momento muito propício para se colocar isso… e além do que, o funk é originário da música brasileira. Eu como morador de periferia me sinto muito mais à vontade de trabalhar com o funk, do que propriamente o trap.

O Djonga segue essa mesma linha de discurso. Essa parceria que vocês fizeram ficou bem alinhada. Já tinham cogitado alguma colaboração antes?

Acho que ouvi ele pela primeira vez numa cypher… e ele vem crescendo astronomicamente muito rápido, super merecido, saca1? E quando eu fiz o convite pra ele eu tinha certeza que existia uma identificação musical ali. A gente não tinha trocado ideia antes… Já tinha trombado em alguns shows, em Madureira, inclusive. Um já conhecia o trabalho do outro. E aí fiz esse convite pra ele. E a partir daí, o cara fez o som, mandou pra cá, uma bomba do caralho… eu não tinha dúvida que ia sair bom. Acho que o melhor é isto: você não ter dúvida do resultado. E ficou muito bom memo!

 

“Nada melhor do que você fazer a arte do jeito que gosta, mas que também seja agradável pra todo mundo”.

 

Esse som vai fazer parte do seu próximo álbum. Já tem previsão de quando vai sair? E está tudo encaminhado ou ainda tem coisa papara produzir e finalizar?

Na verdade era pra “ontem”. Mas aí veio a pandemia. A maioria das faixas estão gravadas. Ainda estou em dúvida sobre o título, mas é pra tudo está pronto para o primeiro semestre. Tudo vai depender desse lance da pandemia, né cara!? Tá tudo muito incerto pra todo mundo. Mas uma coisa é certa: nesse ano sai. O produtor é o Rafael Tedesco, que acabou de fazer o disco do Rael, já trabalhou com o Emicida. É um cara de confiança que já vem de alguns trabalhos anteriores. E a gente vem com essa mistura, continuo trabalhando com ritmos periféricos, então tem muito funk, tem samba, tem ijexá, tem baião, tem boom bap, que é a minha especialidade… vai ter a participação da Luedji Luna, BK, L7nnon e da Malía…

Já tem uma quantidade de faixas definida?

Ainda estamos definindo o que põe e o que tira, mas eu já tô bem decidido qual é cara do disco e o que eu quero pra ele.

Pensando no formato álbum, eu sempre pergunto aos artistas sobre essa velocidade imposta pelo consumo digital. Você é daqueles que prefere investir no lançamento de discos ou é daqueles que curtem os singles e as playlists, que nos últimos anos foram popularizadas?

Acho que é um pouco dos dois. Não querendo ser simplista com a resposta, mas acho que você tem que ser um pouco dos dois. Digo isso, porque você não pode cagar na sua arte, mas também não pode cagar no que as pessoas estão ouvindo e pensam da sua arte. Eu dependo da minha arte e também dependo das pessoas que ouvem a minha arte. Então, eu acho muito ingenuidade você querer dizer: eu faço o que eu quero da minha arte, e não sei o que… eu só faço a minha arte da forma que eu acho que está bom. Não, cara, acho que nesse mercado, você vive disso e tem pessoas que estão consumindo a forma da arte que você faz. Então, nada melhor do que você fazer a arte do jeito que gosta, mas que também seja agradável pra todo mundo. Eu sempre quando tô fazendo minhas músicas, primeiro, obviamente eu faço da forma que eu gosto, até por que, é por isso que as pessoas gostam, e depois eu vejo como é que funciona essa aceitação e o que as pessoas gostam de ouvir.

 

Foto: Reprodução Instagram

 

Faz mais de 20 anos que você está no rap e ao longo desse tempo tudo tem mudado muito rápido para ser moldado de acordo com a indústria. Como você tem se adaptado a essas transformações?

Eu sou super aberto ao novo, até por que eu sou um tipo de artista camaleão. Eu sempre busquei trabalhar novas sonoridades, trabalhar novos elementos. Mas, a evolução evolução não é uma coisa que necessariamente vai pra cima ou pra frente. Então, eu ainda tô muito indeciso sobre como vai ser, em relação a tudo que está acontecendo. Mas, enfim, eu tô jogando com as armas que eu tenho e dentro daquilo que o meu talento pode oferecer pra poder evoluir nesse campo.

Ainda acompanha o que rola nas batalhas?

Não… larguei muito tempo. Não participo mais de rodas de batalha, não sei como tá… eu tô vivendo muito no processo criativo da escrita e de produção musical, e… tô bem nesse momento. Acho que foi necessário, fez parte de um momento que levou meu nome para outros lugares. Mas hoje estou preferindo fazer outras coisas, sacou!? Não tenho o mesmo interesse que eu tinha quando era mais novo. Isso faz parte do processo.

E o que você tem ouvido? Algum som ou artista tem te influenciado no direcionamento do disco?

Pra te falar a verdade eu não tenho ouvido muita coisa não, sabia!? Porque, o que acontece… pra ser bem sincero, mano, não tem saído muita coisa boa. Assim, na minha opinião, logicamente. Estou falando isso, porque fui perguntado. Eu tenho me frustrado bastante com algumas coisas que muita gente tem falado sobre… Aí eu procuro e não acho tão legal. Basicamente, eu tenho feito música no meu silêncio. Como eu já tenho experiência em criar coisas… tudo aquilo que já ouvi durante a minha vida sobre música, literatura e arte tem me dado uma visão do que eu quero fazer e me informando do que está acontecendo no mundo. Isso é a principal relevância.

Cai naquela coisa das música estar descartável. Da urgência de ter que colocar algo para as pessoas consumirem sem o mínimo de qualidade.

Pois é cara. É aquela historia que a gente estava falando: a evolução vai acontecer, mas nem sempre vai ser boa. Eu ainda preciso ser surpreendido.

Você citou sobre literatura. Tem lido algo nesse período de afastamento social?

Eu tenho lido algumas coisas, mas ainda muito substancial. Na verdade, eu acho que todos nós perdemos um pouco nos últimos tempos o hábito da leitura. Parece que encurtaram o tempo, a gente não encontra tempo pra nada e ainda gastamos em coisas que não agregam em nada. Mas nesses últimos meses eu li esse livro do Lázaro (Ramos), “Na Minha Pele”, que é muito bom. Também li o do Sérgio Vaz, de poesia. É incrível. O outro é do Marçal Aquino, “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, que depois eu descobri que tem até filme. Mas eu não tô lendo como gostaria de ler, cara.. quero voltar a ler mais.

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