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QXÓ: “Pra muita gente o rap foi sim a salvação, sacou!? Tanto o rap, como o samba, quanto o funk.”

Descontraído, QXÓ consolidou sua identidade no rap. Ele é singular. Tem um jeito de fazer rimas que foge às regras. No EP “Peruana”, isso fica ainda mais evidente. “O ‘Peruana’ já não precisa mais apresentar a minha identidade musical. Então, esse EP é um momento mais ‘esse sou eu mesmo e pronto’. Eu fui mais cuidadoso em ‘Empatia’ e mais ousado em ‘Peruana’. Este novo trabalho é muito importante, porque consolida a minha identidade”, diz QXÓ.

Por telefone, o MC carioca falou de como arquitetou o projeto, da sua identidade musical, do rap e de influências. “O primeiro rap que eu ouvi na minha vida foi Alívio, do Apocalipse 16 com o Chrigor. Esse não era um rap tipo Sabota, que enfiava o dedo na ferida. Graças a Deus, isso tudo faz parte do processo que eu falei que o papai do céu foi generoso comigo… eu ouvi primeiro uma música do Apocalipse 16, pra depois ouvir Sabotage”.

 

 

Qual o lance da Peruana?

Você fuma?

Não?

Primeiramente, peruana é uma mulher que nasceu no Peru. Mas, a peruana que me refiro, não sei se você já viu… sabe aquele ato de passar a fumaça de uma pessoa pra outra (de boca pra boca)? Sabe aquele ato de passar a fumaça da boca pro nariz, que o Snoop Dogg faz muito? Então, isso é peruana. O ato de passar a fumaça de uma boca pra outra ou o ato de passar a fumaça da boca para o nariz. É tipo um duplo sentido. Quem conhece, conhece. Quem não conhece pode achar que é uma mulher do Peru também, porque está dentro do contexto do álbum.

Primeiro achei que estava relacionada à peruana do Peru, mas depois de ouvir, relacionei a algum lugar de rolê.

Assim, não estou muito (abre aspas) ligando o que vão pensar quanto ao nome (fecha aspas), entendeu!? Fica no ar. O que pensar está de boa.

Esse estilo seu estilo rimar foi sempre assim, pensado para ser diferente, ou ao longo do tempo você foi aprimorando a fórmula?

Eu tenho uma coisa muito particular… Não sei se você sabe, o Luccas Carlos é apadrinhado pela minha banda, a Start Rap. Os primeiros shows dele foram com a Start, aí ele foi aparecendo na cena, depois passou por outras bandas, como o Cacife Clandestino… mas ele apareceu mesmo ali no Start. E na época, ele perguntava pra mim, com uma ênfase muito grande, querendo saber mesmo (porque ele é um cara estudioso) como eu me consolidei com o meu estilo musical, que é totalmente diferente (pelo amor de Deus, eu não quero ser soberbo, eu costumo ter muito cuidado quando eu falo disso)…. Quando fizemos Fela (Eu, Akira Presidente e Batoré da Cone Crew), para o disco “Nada Pode Me Parar” do Marcelo D2, a gente não tinha um verso. Tinha nada. O Nave mandou o beat, o Marcelo (D2) chamou a gente e aí fomos fazer a parada… Aí ele foi fazer uma audição do disco Nada Pode Me Parar lá na Califa (Califórnia), tá ligado!? Aí ele chamou a galera do Pac DIV, Snoop, Mario Caldato, que fez o álbum n casa dele… E Fela, segundo ele (D2), porque eu não tava lá, foi o que mais a galera surtou quando ouviu. E o Aloe Black queria saber quem era eu. E eu acha que nem era o interesse de saber de mim. Eu acho que era pela música em si, tá ligado!? Querer saber quem era eu, acho que era o de menos. Era mais pelo fato da música inteira ser contagiante, sacou!? Provavelmente, teve um ou outro querendo saber dos demais participantes. O legal de disso tudo é que, no fim de tudo, eu percebi que eu influenciei na música de uma pessoa que me influenciava, quando eu era mais novo. O Marcelo foi total influência acho que para 90% das pessoas do rap nacional. Então, eu consegui influenciar uma pessoa que sempre foi referencia. Ali eu percebi que minha identidade musical estava consolidada.

É meio impossível não saber que é você. Quando o som toca dá para identificar, tipo: isso aqui é do QXÓ. É diferente da grande maioria, não segue a linha “convencional”. Tanto é que você mescla diversos estilos, do boom bap ao funk, e consegue “andar” entre eles com facilidade. Assim, você faz em “Peruana” com músicas que falam de amor e outras de tretas. Como é que foi essa construção?

Então, mano. Vamos falar das músicas primeiro. A Piei Brotei é uma música motivacional, sacou!? É uma parada de motivação mesmo pra galera. Tem até uma parte que eu cito uma estrofe da música Identidade, do Jorge Aragão, que fala (QXÓ canta): “Elevador é quase um templo / Exemplo pra minar teu sono / Sai desse compromisso / Não vai no de serviço / Se o social tem dono, não vai / Quem cede a vez não quer vitória”, e por aí vai… A Peruana é um presente de casamento de um amigo que já foi meu produtor (Bruno Generoso)… hoje ele trabalha com o PK… E aí, ele estava numa época de relacionamento conturbado com a então namorada dele. Depois, ele casou e eu dei essa música como presente de casamento pra ele. A Do Nada realmente aconteceu, essa treta que você falou, foi na Lapa. A porrada comeu… Prometi Nada é uma junção de tudo que eu já passei na minha vida amorosa, sacou!? Eu não tô falando de uma situação, são várias situações. Cara Feia É Fome é um se liga. Na verdade não é pra alguém em específico, mas pra quem a carapuça servir já dá pra perceber que é vacilão.

No rap, esse tipo de som é considerado diss. Então, fica todo mundo querendo saber para quem ela é direcionada.

Então, se a carapuça servir pra alguém pode vestir. Se você considerar que é pra você, vai ser pra você (risos). Eu não vou tirar o meu da reta não, tá tranquilo.

“Respeito não se ganha e não se compra. Respeito se conquista, sacou!?”

 

Suas composições são feitas só quando a inspiração chama ou você tira um tempo para reunir essas experiências e escrever?

Eu sou chato pra caraca pra fazer som. Eu não consigo escrever uma parada e no primeiro momento dizer que está bom. Eu escrevo e falo: “Não, perai, eu consigo melhorar”. E aí, escrevo de novo e falo: “Putz, ainda dá pra encaixar melhor”. Eu não sei se você já percebeu, cara, eu gosto de implantar muito o jeito de falar da onde eu vim (região). Eu vou dar um exemplo bem amplo para que ninguém ache que eu estou falando de alguém. Você vê muito os cantores sertanejos falando as gírias do interior e a galera da cidade abraçando essas gírias, sacou!? E essas gírias implicam sim em concordância com a língua portuguesa, tá ligado!? Minha mãe e minha irmã são professoras de língua portuguesa da rede pública. Então, quando u vejo isso acontecer e as pessoas abraçarem porque fulano é bonitinho, porque ciclano tem dinheiro… eu acho que a segregação está mais enraizada do que a gente pensa, sacou!? Por isso, eu bato nessa tecla de falar gírias cariocas… Tipo, quando o Luan Santana fala “nóis vai” é lindo. Mas quando o QXÓ fala nóis vai, o QXÓ é burro. Então, tudo isso é muito mistificado. É uma barreira que precisa ser quebrada. Como eu falei numa entrevista passada: “se ninguém fizer o trabalho sujo, não tem problema não. Deixa pra mim que eu não tenho nojo não parceiro, eu faço”…

A gíria foi popularizada pelo rap, mas…

… Eu vou deixar você continuar a sua linha de raciocínio, mas deixa eu complementar… Antes “é nóis” era gíria de bandido. Agora o Faustão fala é nóis, entendeu!? Então, sempre no seu surgimento a gíria é marginalizada… sendo que, a gíria, é a expressão mais popular em qualquer lugar do mundo. Ela é geralmente uma abreviação de alguma palavra correta. É uma derivação. Então, porquê a minha gíria é marginalizada e a do bonitinho, a do rico, não é marginalizada? Essa é uma das perguntas que eu sempre faço dentro das minhas músicas, tá ligado!?

 

 

O Rap popularizou esse linguajar e de cara não foi aceito. Na realidade, demorou muito para aceitarem. Mas não é o único. A cultura da periferia só começou a entrar em lugares restritos, depois que foi abraçado pelo mercado do entretenimento. O que temos visto é que a criação cultural periférica tem sido, de certa forma, apropriada por diferentes nichos.

Exatamente. É essa mensagem que o Peruana tenta passar. O respeito não é pra ser só: eu respeito meu pai e minha mãe e já era, não preciso respeitar mais ninguém no mundo. Não é assim não, fi. É até uma parada que se fala muito no rap: respeito não se ganha e não se compra. Respeito se conquista, sacou!? É igual confiança. Tu não compra a confiança, tu não ganha a confiança de alguém, Você conquista. E o respeito, você só conquista respeitando. E eu acho que o rap precisou respeitar bastante pra ser respeitado.

O rap já respeitou muito, né!? Em escala global é o gênero musical mais consumido, mas aqui no Brasil demorou para conquistar seu espaço, justamente por causa dos preconceitos, como aconteceu com o samba e funk. Agora, virou a menina dos olhos da indústria. Olham para o rap e enxergam dinheiro.

O rap agora é a galinha dos ovos de ouro. E até um pouco estranho porque o rap virou uma questão social muito forte. E aí, o rap também é trabalho. Você tem que ganhar dinheiro senão não dá pra sobreviver. Mas você só se preocupar com o dinheiro e foda-se a questão social, foda-se a questão humana, eu acho que isso um pouco invasivo, porque quem tá fazendo isso não é o rap, tá ligado!? E é nítido. Não precisa nem falar muito. Isso é visível na cara de pau, sacou!?

Estão desviando os propósitos, tendo em vista que no Brasil o rap se tornou uma forma de educar socialmente os jovens de periferia?

Eu não vou te dizer que se não fosse o rap eu tava no crime, porque tiveram outros fatores na minha vida que graças a Deus, papai do céu foi muito generoso comigo… Mas vou te falar que me influenciou muito. Eu já passei por essa vida, como todo moleque de periferia, como todo moleque que é da bagunça, tá ligado!? Não vou dizer: “hoje em dia eu me reconstitui, entrei pra igreja e tal”… Não. Eu entendi o que é o que… Se eu não tivesse ouvido rap talvez eu não teria entendido da forma que eu entendi, teria demorado um pouco mais. Talvez eu tivesse feito um pouco mais de besteira, mas não foi só o rap. Mas pra muita gente, o rap é sim a salvação. Pra muita gente o rap foi sim a salvação, sacou!? Tanto o rap, como o samba, quanto o funk.

Quem você ouvia no começo?

O primeiro rap que eu ouvi na minha vida foi Alívio, do Apocalipse 16 com o Chrigor. Esse não era um rap tipo Sabota, que enfiava o dedo na ferida. Graças a Deus, isso tudo faz parte do processo que eu falei que o papai do céu foi generoso comigo… eu ouvi primeiro uma música do Apocalipse 16, pra depois ouvir Sabotage. Talvez se eu ouvisse Sabotage antes, eu interpretaria de uma forma diferente. Tipo, ele cantava: “Uhahaha, com a cocaína vou parar”… Pra eu entender que ele estava falando de uma pessoa que usava isso, eu tive que ouvir uma coisa mais branda antes, porque talvez se eu ouvisse isso de cara entenderia como se fosse na primeira pessoa mesmo.

Eu também ouvia muito APC 16, porque ia na igreja. E o processo foi parecido com o seu. Depois conheci os sons mais pesados.

Quem me apresentou nem era de igreja. Foi meu cunhado, na época namorado da minha irmã, que era bboy… ele me mostrou na fita cassete, que só tinha essa música.

 

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