Mais uma quantidade exorbitante de arquivos musicais foram “upados” nas plataformas digitais. Alguns chegaram às ruas nos formatos clássicos. Mas a grande maioria só pode ser encontrada no streaming, principalmente no Brasil.
Dos que chegaram, listei os quatro que mais ouvi e que valem ser compartilhados: Lizzo, “Cuzz I Love You”; Jamila Woods, LEGACY! LEGACY! LEGACY!; Ari Lennox, “Shea Butter Baby; e Logic, “Confessions Of A Dangerous Mind”. Divirta-se.
Lizzo – “Cuz I Love You”
Já faz um tempo que a Lizzo vem apresentando um trabalho consistente, sempre envolta de muita irreverência e um potente R&B. Apesar de ter outros dois álbuns no currículo, a cantora só ganhou os holofotes com os singles / vídeos que fariam parte de “Cuz I Love You”. Suas letras refletem a positividade que ela quer transmitir ao relacionar seu corpo, imagem, amor próprio e autoestima. Com sorriso no rosto, Lizzo fala sobre se aceitar do jeito que é. É contagiante.
“Quero que as pessoas saibam que esse projeto é porque eu as amo e porque eu me amo. É uma faca de dois gumes”, diz. “Você pode dizer ‘Porque eu te amo’ para milhões de pessoas ou você pode dizer para você mesmo, se olhando no espelho. Esse álbum é sobre o que você passa quando tenta se amar num mundo que faz isso ser tão difícil. Você deve perseverar e sair mais forte desse pensamento”.
Jamila Woods – “LEGACY! LEGACY! LEGACY!”
A Jamila Woods tem uma voz imponente, um timbre agudo e muita poesia para declamar. Seu segundo disco, “LEGACY! LEGACY! LEGACY!” é pura inspiração. Em cada uma das 13 tracks, Jamila faz tributo a pessoas – a grande maioria negras – que usaram a arte para transformar a sociedade. Tudo muito bem acompanhado da industrial sonoridade de Chicago. O poeta Hanif Abdurraqib observa que “mais do que apenas dar aos títulos das músicas os nomes de ícones históricos pretos e latinos da literatura, arte e música, Jamila Woods constrói um monumento sonoro e lírico para os vários modos de como esses ícones tentaram para ultrapassar as margens que um país lhes atribuiu”. De fato, o LP é uma obra artística que precisa ser apreciada com atenção aos mínimos detalhes. “BASQUIAT” é a minha favorita. Impressione-se.
Ari Lennox – Shea Butter Baby
Por incrível que pareça, Ari Lennox tem uma tonalidade de voz bem parecido com o da Jamila Woods. A diferença está na interpretação. Ari tem mais suavidade. Jamila é enfática. As duas são incríveis. Com “Shea Butter Baby”, Ari Lennnox faz sua estreia oficial após o elogiado EP “PHO”, um dos responsáveis por impulsionar a carreira dela, e uma série de singles e participações, inclusive com seus parceiros da Dreamville – comandada pelo J. Cole. Leve e repleto de soul, o disco possui muitas influências de “The Miseducation Of Lauryn Hill” da Lauryn Hill. É apertar o play e relxar.
Logic – “Confessions Of A Dangerous Mind”
Na sequência de “Supermark”, a soundtrack do livro homônimo, que se tornou best-seller na América, Logic soltou “Confessions Of A Dangerous Mind”. E mais uma vez, ele supera às expectativas com um trabalho “bombástico”, que reflete muito bem as ideias que pretende compartilhar. Assim como o flow de Logic, as músicas têm um graus excessivos de fúria. E sinceridade.
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