KIDS, de Larry Clark, marcou os 90’s. Muito avançado para o período, o filme mostrou a vida de adolescentes de Nova York envolvidos com as drogas, loucos por sexo e não muito preocupados com o vírus HIV, transmissor da AIDS – na realidade a preocupação existia, mas o descuido era vigente.
A obra de Clark inspirou Pizzol na composição do EP “Ruby”, nome da personagem interpretada pela atriz Rosario Dawson. Nele, o MC quebra seus próprios padrões. Romance e relacionamentos estruturam as quatro músicas do projeto. “Não queria algo que fosse clichê”, diz. “Por isso comecei a me aprofundar para criar algo mais completo e diferente. Das pesquisas surgiu o filme KIDS”.
“Frenesi” reflete toda a loucura da crew de KIDS. A relação dos envolvidos é a principal referência de Pizzol, “em especial a amorosa, que inclui, além do romance, as decepções, dúvidas e brigas”. O álbum de Pizzol é experimental. Ele não usa samples, com exceção da última faixa, “Achei”. Os sintetizadores dominam o instrumental.
“Como estive à frente da produção, saí da ‘zona de conforto’, e busquei fazer algo diferente de tudo na cena atual, mas que, ao mesmo tempo, soasse moderno tanto nas letras quanto nas instrumentações”, diz. “A primeira faixa é essencial para entender todo o resto do trabalho, pois uma puxa a outra. Trabalhei também com alguns interludes para dar mais coesão”.