A coluna no RADAR foi substituída para a Sinalizando.O propósito se mantém: apresentar o trabalho de artistas independentes. Na estreia apresentamos os trabalhos da Ororo, Santuspê, Milkee, Dirty Lion e Tas. Dê suporte ao trabalho de cada um deles se inscrevendo nos canais no Youtube e ouvindo suas músicas nas plataformas de digitais.
Ororo
Ororo iniciou sua carreira musical a menos de um ano. Mas apesar do pouco tempo, ela já tem alguns singles/vídeos na rua. Decidida em qual caminho pretende seguir, a recifense de 22 anos segue uma linha dos 90’s, mesclando disco music, R&B e trap.
O mais recente videoclipe dela é “Toque do Celular”, que recebe a participação do Jovem Ralph. A inspiração vem do hit “Obsessed” da Mariah Carey. “Quase 20 anos depois, reverencio não só o clipe, como a música, associando o celular a mais um método de vigilância e insistência por parte de um fã, um ex, um colega? Alguém que se tornou abusivo, tenha certeza”, observa.
Assim como Carey, que na versão original interpretava a si própria, Ororo retrata sua rotina, invadida via celular por um perseguidor completamente obcecado.
Santuspê
Santuspê tem chamado a atenção com seus últimos singles. “Diss pro Fim do Planeta” deu o que falar pelo sarcasmo para “cobrar” algumas personalidades do rap brasileiro. Agora, ele se junta ao RT Mallone em “Auxílio Emergencial”, uma alusão clara ao “suporte” de 600 reais liberado pelo governo durante a pandemia.
“É sobre tudo que ainda não pudemos ter. Abordamos isso de forma diferenciada,como tem sido sobreviver em análise, falando sobre sonhos e ambições adiadas pela falta de capital. A diferença de classes é mais uma vez base do som, que vem recheado de punch lines, metáforas, um refrão empolgante e um beat impecável produzido pelo LT, diz Santuspê. “Me aponta quem nunca rendeu pra neurose com a geladeira vazia?”
Milkee
A Milkee está iniciando um novo momento na sua vida artística. E essa fase é aberta com o single, acompanhado de um vídeo, “Volta Pra Casa”. “Esse foi o último que filmei em Los Angeles de uma série de quatro videoclipes”, diz ela. “Foi o mais despretensioso e ainda assim acho o resultado lindo, orgânico e visceral. Estávamos no final da viagem, o dinheiro tinha acabado… a ideia inicial era fazer três clipes, mas eu amo essa música e ela merecia um também”.
Essa música vem na sequência de “Tutankamon”. Ambas foram lançadas durante o isolamento social por causa da pandemia do coronavírus. Milkee cogitou fazer uma pausa, mas desistiu tendo em vista que a arte tem sido uma válvula de escape para quem está confinado. “A música não pode parar na quarentena”.
DirtyLion
De Pelotas, no RS, o MC Dirty Lion não é um novato. O seu primeiro álbum, “NaturezAÇÃO”, ganhou vida em 2013. Na sequência, ele veio com “Mergulhe Fundo” (2017). Lion também fez parte do coletivo K-Zero Alternativo, junto com os rappers Pok Sombra e Zudizilla. O próximo disco dele, e rap influenciado pela MPB, swing, samba rock e pela poesia. Seu terceiro disco é o inédito “Kumatê Ray”, está sendo preparado para 2021. Mas o caminho está em fase de sedimentação.
“Respeita” á uma das amostras do que está por vir. “O objetivo é mostrar que música é um espaço de encontros, de construção e troca de conhecimentos, de belezas”, acredita o rapper. “A música é o local onde as infinitas vozes têm vez. E é o espaço para lembrar que, apesar de toda a sujeira do mundo, o povo tem o poder de mover moinhos”.
Rodado na cidade de São Paulo (SP), o vídeo da música levanta a voz em favor das minorias e justiça social, mas também o encanto cotidiano. “Tem o objetivo de representar a força resistente e combatente da população em lutar e superar os obstáculos”.
Tas
“Ressurgir é sobre continuar, não sobre desistir, é sobre manter a fé de que tudo tudo que você acredita é possível”. A afirmação é do baiano Tas, que apresenta o seu projeto de estreia (o qual considera sólido).
Intitulado “Ressurgir”, o EP tem 6 tracks com instrumentais produzidos pelo Nature Beatz e participações de John Kafir, Marcos, Raí Araújo e Asap Hiero.
O rapper de apenas 17 anos fala em seus versos sobre manter a fé, acreditar em si mesmo, e aborda temas relacionadas ao racismo, “sonhos, o sistema capitalista e a busca pela saúde mental, algo muito importante nesse período de isolamento social em que estamos vivendo”.
Indicamos também: Régua: o single de Emersxxn e Pierre – e do disfarce em dia. Leia aqui.