NIKE dá boas vindas oficialmente ao Roshe Two e a variação Flyknit à sua família de silhuetas Roshe.
O ROSHE TWO recebeu atualizações que farão toda a diferença, e quem assina elas é o designer DYLAN RAASCH, também responsável pelo ROSHE ONE. Além do cabedal em FLYKNIT, que promete abraçar seus pés e se adaptar a eles conforme o uso, sem falar de sua flexibilidade e ventilação.
“Flexibilidade nem sempre equivale a conforto. É mais complicado do que isso”, afirma Dylan Raasch, que defendia a filosofia “somente o necessário”, dissecando o sneaker em seus elementos primários e o redefinindo.
O conjunto conta com solado de tripla densidade, que promete horas e horas de conforto e uma duração maior que a de seu antecessor.
O Roshe Two da Nike também receberá uma edição Flyknit que será lançado em 25 de Agosto noSNKRS App e Nike’s Tech Book, com um lançamento global em seguida em 1 de Setembro. Confira mais imagens abaixo e uma entrevista de Dylan Raasch ao final.
ENTREVISTA COM DYLAN RAASCH
PERGUNTA: Pensando no design, quais são os aspectos ou objetivos que você considera em relação ao conforto? Quando você olha para um tênis, o que garante o conforto – ou o que você pensa em inovar para garantir conforto?
DYLAN RAASCH: Bom, é o seguinte: existem três questões. A primeira é o conforto para a sola dos pés. É a mais óbvia, e envolve a sola interna e externa do calçado. A segunda questão é o conforto do cabedal. Também pode parecer evidente, mas queremos compreender exatamente como o tênis interage com o peito do pé. E o terceiro aspecto é o que começamos a observar mais recentemente: criar um conforto que dure o dia inteiro.
PERGUNTA: Você pode explicar melhor?
RAASCH: No caso do conforto para a sola dos pés, a sola interna era inicialmente usada para cobrir a parte de baixo do tênis. Agora, ela se transformou na primeira camada do sistema de amortecimento. Ou seja: antes, o tênis tinha apenas uma sola interna – no Roshe One, era uma sola de IU ou Phylon. Agora estamos usando uma espuma de densidade dupla. No passado as pessoas diziam em um primeiro momento: “nossa, é super confortável”. Mas queremos ter certeza de que essa sensação dure o dia inteiro.
Em seguida, estudamos a sola externa. Ela é extremamente importante num tênis. A princípio, foi estruturada em cima de um conceito de IU macio. Mas como tornar isso ainda melhor? A saída é encontrar um jeito de deixar essa peça mais dinâmica. Muita gente pensa no Nike Free e acha que é super confortável. Na verdade, esse conforto está associado à flexibilidade do tênis. E nem sempre flexibilidade equivale a conforto. As coisas são um pouco mais complicadas. Queremos estruturar a sola externa e dar a cada lâmina a possibilidade de realizar movimentos dinâmicos. Se somarmos isso à espuma de densidade tripla e à sola interna, teremos conforto máximo para a sola dos pés.
E o cabedal… Bom, na verdade essa também é uma parte meio óbvia. Percebemos que as pessoas gostam da sensação de vestir uma meia. Tênis lendários como o Sock Racer e o Sock Dart já tinham esse tipo de caimento. Queríamos descobrir um jeito de trazer essa ideia para o Roshe One original. Então criamos um modelo feito de uma única peça, que abraça os pés. Ela é ultradinâmica e se adapta à anatomia do usuário. Para completar, acrescentamos um forro de espuma, para criar a sensação de meias acolchoadas. Por isso o tênis tem esse jeito meio de travesseiro.
PERGUNTA: Interessante essa ideia, um tênis que dá uma sensação de travesseiro. Bom, já falamos de conforto para a sola dos pés e para a região do cabedal. E o conforto que dura o dia inteiro?
RAASCH: Isso, conforto para o dia inteiro. Na verdade, esse conceito é meio que um pacote dos elementos anteriores. Quando a gente passa boa parte do dia apoiado nos pés, eles acabam inchando para todos os lados. Além disso, a temperatura muda e eles ficam cada vez mais quentes. Por isso criamos um tênis que garante ventilação e flexibilidade, que acompanha essa movimentação dos pés à medida que eles “se espalham” ao longo do dia.
PERGUNTA: Bom, então as inovações no cabedal conduzem ao conforto que dura o dia todo, certo? Já que criam esse efeito-travesseiro, não importa se a pessoa fica se mexendo, se passa o dia inteiro parada ou não.
RAASCH: O tênis sustenta os pés, assim como uma luva abraça a mão e reduz o inchaço em algumas situações esportivas. Na essência, nossos calçados têm essa função de ser uma luva que se adapta a cada um.
PERGUNTA: Como você e sua equipe avaliam se o tênis é realmente confortável, para além dos testes de desgaste? Você inovou em três áreas, e aí pensou: “como vamos saber se acertamos de verdade?”
RAASCH: É claro que fazemos os testes de desgaste, eles nos fornecem informações diretas. Além de usarmos nós mesmos o tênis… Utilizamos a ciência e a engenharia para mapear a reação do calçado ao desgaste. No caso da sola externa, os testes feitos no NSRL (Laboratório de Pesquisa Esportiva da Nike) e os anos de inovação nos tênis da marca mostram como os pés e o calçado vão reagir. As cavidades na sola externa garantem alta resistência a impacto. Fazer tudo isso e depois acrescentar o grau correto de “maciez” interna é, por si só, uma tarefa científica.
PERGUNTA: É verdade. Ao longo da sua carreira, de seu trabalho criando calçados, houve alguma mudança no que você pensa sobre conforto?
RAASCH: Acho que isso está relacionado à ideia de conforto para o dia todo. No começo era sempre assim: “nossa, que tênis confortável”. Mas aí você sai pelas ruas de Nova York, passa oito horas andando e começa a pensar: “na verdade não é tão confortável assim”. Agora é a hora de fazer esse teste. Precisamos lembrar que nossos consumidores caminham o equivalente a uma maratona por semana: será que os tênis passam no teste de andar quilômetros e quilômetros pela cidade? A ideia é ter uma visão mais ampla sobre isso.
PERGUNTA: Essa é uma mudança importante para você, para a equipe, para todo mundo. Pensar na durabilidade de longo prazo, e não apenas em “como meus pés se sentem usando o tênis neste exato momento”.
RAASCH: Isso mesmo. Porque a princípio todo mundo faz isso. Sabe como é: você entra na loja, experimenta o tênis e a primeira reação é dada por como você se sente naquele momento. Não é simplesmente uma questão de conforto. É mais complicado. Trabalhamos para atingir o equilíbrio perfeito entre estabilidade, sustentação e amortecimento. Se depois de um dia longo e agitado seus pés ainda estiverem confortáveis, é sinal de que nossa missão foi cumprida.