“Essa menina é um caso à parte: talentosa, feliz, grande artista e grande pessoa!” Quem faz a afirmação é o Edi Rock, que se refere à cantora Kynnie. A conexão dos dois resultou na potente “Não Sou de Ferro”. O vídeo que a acompanha está ambientado numa espécie de cabaré dos anos 1930, inspirado na estética de “A Voz Suprema do Blues”. Mas diferente do filme que faz um recorte da carreira de Ma Rainey, a protagonista videoclipe tem uma certa semelhança com Bessie Smith, tanto no visual quanto na energia da performance.
Outra característica da “Imperatriz do Blues” que pode ser observada em Kynnie é a atitude e a forma singular de transmitir a mensagem, principalmente quando aborda temas relacionados a autoconfiança das mulheres, racismo e causas LGBTQIA+.
Todas essas particularidades podem ser ouvidas nas três músicas do primeiro EP dela (ouça AQUI), e também nas que vieram antes, como “Linda, Chique, Sexy & Braba”. Obviamente, os quase 8 minutos carregados da poderosa fusão de soul, R&B e pequenas doses de funk – produzidas por Pablo Bispo e Ruxell – apenas dão uma visão geral do que ainda está por vir.
“O trabalho representa tudo que eu sou. A minha entrega até aqui, dentro do universo musical, no qual eu pude compor”, afirma ela. “Foi a realização de um sonho antigo. Agora posso materializar tudo o que a música significa pra mim. Sempre disse e senti que a música é a minha vida”.
De fato, Kynnie coloca muito sentimento em tudo o que faz. E esses são apenas os primeiros passos de uma caminhada que teve início oficialmente em 2020 com uma trilogia de singles (composta pela já citada “Linda, Chique, Sexy & Braba”, “Simples Assim” e “Desculpa os áudios”), e dá amostras de que será promissora. Com certeza, a voz marcante que ela tem ainda vai reverberar muito. Ninguém pode segurar. “Acredito que se uma pessoa for tocada pela minha música, o meu propósito já está sendo realizado”.
*Foto: Larissa Kreili
