Na madrugada do dia 25 de março de 2021, a Polícia Civil começou a cumprir um mandado de busca e apreensão por associação ao tráfico de drogas. Alguns dos alvos da operação eram MC Hariel, Brinquedo, MC GP, Pedrino, Léo Baixada, Salvador da Rima e MC Ryan SP. Os pedidos foram solicitados pelo Ministério Público de São Paulo. Na ocasião, os MCs prestaram depoimento e liberados.
Essa não é a primeira vez que funkeiros são investigados por se apresentarem em regiões ou estabelecimentos (que segundo a polícia são) dominados por facções criminosas. Mas na maioria das vezes, como aconteceu em São Paulo, as provas são inconclusivas (mais recentemente aconteceu o arquivamento da investigação por Apologia ao Crime pela letra de “Migué”, do MC Maneirinho e MC Cabelinho).
Para protestar contra essa constante perseguição, Hariel, GP, Salvador e Ryan fizeram Associação. “Apesar de nosso sucesso nas redes e nos streamings, e de o Funk ter se consolidado como um importante movimento musical e cultural das comunidades, ainda existe a falsa ideia de que funkeiro é bandido e de que o funk tem associação com o crime”, observa Hariel, que afirma ter comprovado a inocência neste caso.
Apesar de seguirem uma vertente do “funk consciente”, as rimas são feitas em cima de batidas carregadas de trap. Cada um coloca o seu ponto de vista sobre a violência policial, racismo, o sensacionalismo dos programas jornalísticos e como o funk foi essencial para que não pegassem o caminho do crime.
“Tô associado com a vitória da favela, tô associado com a revolução dos nossos, tô associado com o movimento Funk…” diz o refrão.
*Foto: Reprodução Instagram