Reconhecido mundialmente pelos dreads que faz nos cabelos, Marcos Baroni decidiu convidar artistas que frequentavam o Estúdio Baroni, em São Paulo, para o projeto “Melhor Dia”. Na primeira cypher, produzida em 2019, ele reuniu um time de peso com Froid, Toni Garrido, Mc Kevin, Edi Rock, Pedro Qualy, Luccas Carlos, Haikaiss, Mc PH, Jonas Bento, Pyroman, DJ Kalfani, Neew, Caíque Gama, Mael Maria, Mateus Verdelho, Leandro Lima.
O vídeo que já ultrapassa 2 milhões de visualizações mostrou que esse poderia ser um caminho para juntar nomes de diferentes estilos no mesmo som, e de quebra propagar o trabalho feito no salão – que era o plano inicial.
“A primeira edição eu fiz pensando em fazer uma propaganda em forma de música, e na primeira ficaram tantos artistas de fora que fizemos uma segunda”, diz Baroni ao RAPresentando. Nela, ainda ficaram artistas de fora, só que a partir da terceira já comecei a mudar o formato porque percebi que iria continuar as criações e não dava pra parar. A conexão foi aumentando com os cantores mais novos, que sempre tiveram um carinho, pelo fato de me verem fazendo o cabelo dos ‘mais velhos’, e as portas foram se abrindo”.
Na sua sexta edição, a edição recebe a participação de MCs que estão movimentando o trap brasileiro, como Matuê, Jovem Dex e Yunk Vino, e outros em plena ascensão: The Boy (integrante da banca da Recayd Mob) e Wall Hein. Quem complementa a lista é o cantor gospel Clovis Pinho. Diferente do anterior, “Melhor Dia 6 – Destino” segue uma linha mais alegre. Até por isso, os cenários escolhidos para o registro do vídeo foram as cidades praianas de Salvador, na Bahia, e fortaleza, no Ceará.
“No ‘Melhor Dia 5’ a gente teve a infelicidade do Kevin falecer após ter colocado a voz dele. Por isso, decidimos fazer uma homenagem, mudando todo o contexto. E aí, o intuito do ‘Melhor Dia 6’ era fazer uma música que a gente conseguisse enxugar as lágrimas, porque a do Kevin foi feita pra emocionar mesmo. Foi uma música que fazia as pessoas pararem refletirem e se emocionarem…rever sua vida, pelo fato dela passar muito rápido”.
Por essa velocidade, também se faz necessário aproveitar os bons momentos com os amigos. E como é de “lei”, todos os participantes são mais que clientes do Baroni. Fazem parte do seu círculo de amizades, e dos seus amigos. “Eu entendi nesse processo que cada artista valoriza muito a arte que faz… então, não adianta simplesmente você querer que ele participe da sua música. Ele tem que ter um carinho por você, uma conexão porque senão ele não vai simplesmente fazer”, ressalta.
Neste, Yunk Vino foi o primeiro convocado para puxar as linhas. É por isso também que o trap direciona a música, que vai ganhando forma com o trabalho coletivo. As vozes foram captadas separadamente, mas todos estão presentes nas locações do filme.
“Essa conexão gerou uma experiência fantástica na construção do trabalho, porque realmente vivemos os melhores dias nesse período da gravação, e a minha conexão com eles não tem muito como descrever porque é além mesmo”.
Já como sétimo episódio em fase de finalização, Marcos Baroni tem planos para soltar um álbum futuramente, porém, quer deixar as coisas fluirem naturalmente. “Tenho vários projetos para cuidar, um deles é o curso de dread que está sendo muito esperado, vamos lançar agora em novembro, outro é o Estúdio Baroni que é onde eu concentro as energias, e aí em um futuro próximo quem sabe esse disco”.