Ser um chamado ao pertencimento. Esse é o objetivo da Lumière com “Abrigo”. “Eu cresci entre o rap e o rock, periferia, preto… e foi difícil eu encontrar o meu lugar”, diz o vocalista Moah. “E o nosso lugar é onde a gente está. Esse é um som para ajudar as pessoas a acreditar. E pra gente conseguir acreditar é importante a gente pertencer a um lugar”.
Na textura musical, o trap se encontra com o hardcore punk. É densa e, ao mesmo tempo, potente. Tem seus altos e baixos, que guiam o ouvinte conforme a intensidade dos vocais. Assim, a mensagem chega aos ouvidos de forma enfática, direta.
“A gente acredita que cada indivíduo nasceu pra ser quem é. E tem um amigo meu que sempre repete esta frase: ‘Deus criou todo mundo diferente. Por que a gente faz um esforço tão grande para ser todo mundo igual?’ “Abrigo é sobre isso também. Você também tem que saber lidar com a sua diferença. Temos que saber se relacionar e ser quem é. Você não está só”.
“Abrigo” chega na sequência de “Começo do Fim”. Ambas se complementam, e trazem reflexões neste 2020 complexo.