Da exorbitante quantidade videoclipes que chegam semanalmente nas caixas de e-mail às pesquisas na mais utilizada plataforma de vídeo, separamos 5 para compartilhar com a geral. Como sempre, há uma diversidade de sons, para todos os gostos.

Dessa vez, entraram na lista a cantora Laylah Arruda com o U-China, Jessie Reyez, JuPat, Cabal e Gabriel O Pensador na companhia do Ponto de Equilíbrio e Gabz.

Laylah Arruda e U-China – Caos em Harmonia

Há 4 anos, o single “Caos em Harmonia” ganhou vida na voz da cantora Laylah Arruda (Feminine Hi-Fi) em parceria do U-China (Avante o Coletivo). O instrumental é do DJ e beatmaker alemão IROCC.

Nas linhas, a dupla fala da leveza mística dos encontros em meio ao caos da grande cidade. O videoclipe tem assinatura da LUNA. De forma animada, a artista visual traduz a intensa rotina da cidade e a constante busca pelo equilíbrio.

Jessie Reyez – Intruders

“O colonialismo está nas entranhas do racismo”. A afirmação é de Jessie Reyez. Na animação de “Intruders”, presente no seu álbum de estréia “Before Love Came To Kill Us”, ela mostra os efeitos profundamente enraizados da colonização. No enredo, acontece a batalha entre uma mulher indígena contra os colonizadores.

O vídeo serve como uma alegoria para a sociedade de hoje e os efeitos prejudiciais causados por instituições governamentais e econômicas que foram construídas sobre opressão e roubo.

Jessie anunciou que 100% de seus direitos autorais provenientes das transmissões de “Intruders”,  nos serviços de streaming dos Estados Unidos, de 18 de junho a 31 de dezembro de 2020, serão doados à organização Know Your Rights, coordenada pelo atleta e ativista Colin Kaepernick (knowyourrightscamp.com).

JuPat – Acordar

Na companhia do Dandy Poeta, a cantora JuPat começa a sedimentar o caminho para o se próximo disco com o single “Acordar”. “Essa letra veio em plena turbulência daquele período eleitoral de 2018, quando estávamos assistindo diante dos nossos próprios olhos a chegada de um cenário de ódio, demolição e ataques à liberdade de ser e de amar”, diz ela. “Registramos esse tempo e projetamos, verso a verso, um escape para tudo isso. O mais interessante é perceber que, apesar de ter sido escrita há quase 2 anos, é um papo extremamente atual. O cenário político nos traz essa sensação. A destruição vem de uma forma cada vez mais forte e mais explícita, acentuada agora pela pandemia, por esse clima de estarmos vivendo coisas que só víamos em filmes de distopia”.

Uma das inspirações para construir a narrativa foi o filme “Koyanisqatsi”, uma produção sem diálogos e com imagens cheias de beleza retratam a auto-destruição da humanidade. Isso também se reflete no audiovisual caseiro, dirigido por Anna Júlia Santos e Pedro Milan. O ponto de partida foi uma performance corporal de Dani Ursogrande, com um pano escuro, dando a ideia de nascimento. Entre uma cena e outra, um clima onírico, nostálgico e futurista ganha destaque.

”Usamos arquivos da minha infância e fizemos a sobreposição da estética VHS com o glitch. Esses arquivos pessoais, acabaram me atravessando de um jeito ainda mais forte, pois a contraposição desse período de criança para uma pessoa trans, ao lado de fotografias de um presente pós-transição de gênero, tem esse caminho histórico de transformações, revelações, de superações e tantas outras coisas”.

Cabal – Deixa Minha Vibe

Cabal não quer treta com ninguém. Está afim de ficar na paz. Ele deixa isso bem claro em “Deixa Minha Vibe”. Nela, o rapper fala do seu amadurecimento como pessoa. É o encontro de Daniel com o seu alter-ego Cabal

No vídeo produzido por Toni Baptiste, ele apresenta elementos que traduzem esse momento. “Hoje tô vendo o mundo muito polarizado e as pessoas querendo impor sua verdade sobre as outras. Eu já fui assim, hoje eu busco minha paz e me sinto bem melhor que ontem”.

Gabriel O Pensador, Ponto de Equilíbrio e Gabz – Vamo Aí

Se unindo à vozes que pedem fim ao racismo e às indiferenças, Gabriel O Pensador se junta ao Ponto de Equilíbrio e a rapper Gabz na impactante “Vamo aí”. Nos versos, eles tratam de temas que estão em voga na sociedade.

“Ela fala sobre opressão em vários sentidos”, diz Gabriel. “É uma maneira de pensar na morte, na violência e refletir sobre a vida. E cobrar de todos mais de atitude, mais consciência. É um chamamento para todos que estão aí, de uma forma ou de outra, se acostumando com as atrocidades que a gente vê”.

O vídeo que acompanha o single tem cenas gravadas em estúdio e na Ilha da Gigóia, no Rio de Janeiro, com direção de PH Stelzer, da Ganja Filmes. Para complementar, eles incluiram imagens dos atuais protestos contra o racismo e relembra manifestações históricas a favor da democracia.

Indicamos também: O Mental Abstrato convidou Weza Suquina para uma releitura de “Feeling Good”. Leia aqui.