Um dos grandes representantes do moderno jazz brasileiro, o trombonista Joabe Reis reuniu um time de músicos para dar mais vida à noite de São Paulo. Ao lado de Josué Lopez (sax tenor), Sidmar Vieira (trompete), Cleverson Silva (bateria), Ricardo braga (percussão), Agenor de Lorenzi (teclado), Felipe Pizzutiello (baixo) e do rapper Neto (Síntese), ele tomou conta de espaços inusitados da capital paulista no curta-metragem que conecta os dois temas do EP “I Just Wanna Breathe”.
“I Just Wanna Breathe fala sobre esse sufocamento da cultura que a gente está vivendo nesse momento… a morte da cultura (posso dizer). A tentativa do governo de fazer que a coisa morra a qualquer preço”, disse o trombonista em entrevista ao RAPresentando. “É verdade que a gente nunca teve muito apoio, mas agora está bem escrito na testa deles que não querem mesmo ajudar a gente. Acho que esse é o tom de revolta e desabafo da letra”.
O vídeo dirigido por Carlos Franco tem 10 minutos de duração e acompanha cada um os músicos de perto, dando uma sensação de proximidade entre eles e o público. As imagens foram captadas nas ruas para evidenciar a conexão que o jazz urbano tem com o rap.
O formato do filme também não é muito utilizado no jazz, mas remete aos trabalhos de Kamasi Washington em “Heaven and Earth”. Dessa forma, Joabe também consegue se conectar com um público jovem (principalmente de periferia), que por muito tempo acreditou que o estilo musical criado pelos negros de Nova Orleans era somente para intelectuais.
“Lá em Los Angeles tem uma cena que eu acompanho tudo o que os caras vem fazendo há muitos anos… e sim, o Robert, Kamasi, o Christian, principalmente (já fui em show dele), o Terrace Martin… essa galera são grandes músicos que têm feito essa conexão do jazz com artistas do rap e o resultado dessa junção é muito bacana, para gente começar a enxergar um novo percurso que o jazz está tomando na cena mundial”.
