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Incêndio na Universal Music em 2008 pode ter destruído milhares de obras musicais

Uma reportagem investigativa do The New York Times revelou que em 2008 um incêndio no cofre da Universal Music Group (UMG) consumiu mais de 500 mil gravações masters, cópias protegidas, músicas e materiais inéditos de diversos artistas, incluindo Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Buddy Holly, Aretha Franklin, Chuck Berry, Queen Latifah, Mary J. Blige, Snoop Dogg, 50 Cent, The Roots, Nirvana, Hole, Tupac, Eminem.

Após o incidnte vir à tona, os responsáveis pelas propriedades artísticas de Tupac Shakur, Tom Pretty, Hole, Soundgarden e Steve Earle entraram na justiça para pedir indenização que ultrapassa os U$ 100 milhões de dólares. A NPR reporta que os “queixosos alegam que a UMG violou o seu contrato com os artistas ao falhar em arquivar os materiais adequadamente, em vez disso armazenou masters e outros materiais num lugar  inadequado, abaixo do padrão do Universal Studios [Hollywood], que é conhecido como firetrap”.

A ação coletiva também afirma que, após o incêndio, a “UMG ocultou a perda com declarações públicas falsas, dizendo que perdeu apenas um pequeno número de fitas e outros materiais de artistas obscuros das décadas de 1940 e 50”. No processo obtido pela Variety, os requerentes estão buscando “50% de quaisquer recursos de liquidação e pagamentos de seguros recebidos pela UMG pela perda dos Registros Mestres (masters), e 50% de qualquer perda remanescente de valor não compensada por tais proventos de liquidação e pagamentos de seguro”.

O documento diz ainda que “a UMG não informou imediatamente ou sequer avisou aos seus artistas que as masters de suas obras musicais foram destruídas. Na verdade, a UMG ocultou a perda”. O presidente da Vivendi, controladora da UMG, Arnaud de Puyfontaine, disse à Variety na quinta-feira que a investigação do Times era “apenas barulho”. Um memorando interno de representantes da empresa, também obtido pela revista norte-americana, diz que os ”os funcionários estão trabalhando 24 horas por dia para determinar o estado das masters”.

Com certeza, esse é apenas o primeiro capítulo de uma série que vai levar tempo para ser concluída. Se as perdas forem realmente confirmadas, o cancioneiro da música mundial perde parte da sua história.

Indicamos também: AFROPUNK terá sua primeira edição brasileira em 2020. Leia aqui.

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