Na grande maioria das vezes as pessoas tentam se guiar pela perspectiva do outro. Sempre existe a necessidade de ser aprovado por alguém. Isso faz com que muitos não encontrem (ou ao longo do caminho percam) o propósito de vida. Isso acontece com Joe Gardner, personagem da animação “Soul” (Pixar). Primeiro foi necessário ele se conectar com seu interior para poder encontrar uma razão para viver – seguindo suas próprias convicções, independente das opiniões alheias. Essa jornada inspirou Hanifah para escrever “Alma”.
“Se trata dos caminhos que o nosso interior clama pra que nossas vivências façam sentido. A música fala sobre escutar o um conselho de nós mesmos”, diz.
A cantora transmite a mensagem com sua forma característica de interpretação, que une a leveza do R&B, principalmente nos refrões, com a perspicácia do rap, enfatizando cada frase nos versos. A deep house produzida pelo Eddu Chaves dá cadência ao som. E Sadiki (integrante do grupo Sempre) fecha a tríade com a essência das ruas.
O videoclipe, dirigido por Laiz Amarante, tem uma textura vintage e reflete toda a positividade e o intimismo da composição, mas não perde a oportunidade de se posicionar (sutilmente) contra o “governo”atual do Brasil. As captações foram feitas na casa da Hanifah e em algumas locações na Zona Norte de São Paulo. “Queria que o visual mostrasse o quanto a gente se sente à vontade com o lugar em que nascemos e vivemos, chamamos algumas crianças pra representarem nossas almas que são puras e alegres quando estão confortáveis no nosso interior. Usamos nossas próprias roupas, fizemos tudo do nosso jeito porque é isso o que queremos que nossa alma carregue: nossa essência.”