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Foto: Divulgação

Febem: “Abaixo do Radar é o meu grito de sobrevivência, de estar vivo e vivendo bem”

O MC da Zona Norte de São Paulo fala os detalhes sobre o seu terceiro álbum, composição, indústria da música e planos futuros.

Longe do Twitter – rebatizado de X – para “não ficar naquela nóia”, Febem decidiu não acompanhar o que estavam falando do seu terceiro álbum por lá. Em pouco mais de uma semana, “Abaixo do Radar” bateu mais de 3 milhões de plays apenas no Spotify. “Eu já fui uma pessoa bem dependente de rede social”, revela. “Hoje em dia eu nem tenho mais Twitter por causa disso. Então, eu nem sei qual é a repercussão lá da parada, tá ligado!?” Quase unânime, apesar das comparações descabidas, o que estava relacionado ao MC era positivo. Não poderia ser diferente. O que se comenta é que ele conseguiu superar o que fez em “Jovem OG”, de 2020.

A diferença de quase 4 anos entre um e outro mostrou que continua em plena forma. Esse intervalo só aconteceu porque “Jovem OG”, assim como BRIME, saiu na pandemia de Covid-19 – que parece ter acontecido na década passada. Quando o período crítico “acabou”, ele precisou recuperar o tempo que perdeu, indo para a estrada fazer duas turnês, a dele e a do coletivo que compartilha com CESRV e Fleezus. Quando tinha uma folga, organizava as obrigações pessoais e tentava descansar. Por causa de toda a correria, a criatividade também decidiu tirar uns dias.

“Eu não ia para o estúdio, mano”, diz. “Então, junto com isso veio um bloqueio criativo bizarro, porque eu fiquei maior tempão sem conseguir criar nada. Vou te falar que ”Abaixo do Radar foi meio que pegando no tranco. Tanto que no final, a gente estava em tour, viajando pra fora, trabalhando, fazendo show, vivendo e tudo acontecendo ao mesmo tempo”.

 

OFF
QUANDO AS PESSOAS VEM QUERENDO DEBATER, EU FALO: NÃO SEI, O DISCO TÁ AÍ, O CORINGÃO GANHOU E VAMO EMBORA. NÃO TENHO MAIS TEMPO PRA PERDER.

 

Foto: Divulgação

 

Objetivo nas respostas, Felipe Desidério está do outro lado da tela no que parece ser um quarto. Ao longo da conversa pelo Zoom, ele exterioriza suas ideias. Pergunto qual foi a maior motivação para que materializasse o disco, a resposta é imediata: “Motivação capitalista, né”!? De fato, é impossível deixar o financeiro de lado, levando em consideração que fazer arte é o trabalho do artista. Porém, mesmo tendo esse viés motivacional, Febem não segue nem pretende seguir as regras do mercado. “Também não dá pra ficar dormindo no ponto, ainda mais hoje em dia que as coisas saem muito rápidas e são digeridas muito rápidas, tá ligado!?”, diz. “Eu não consigo trabalhar nesse modus operandi de tá dropando singles e singles toda hora”.

Por isso, planejou milimetricamente cada detalhe, da escrita ao direcionamento dos instrumentais, passando pela escolha dos momentos de silêncios e acapellas. “Eu projetei isso. Música por música. Eu dirigi a parada inteira”. Considerando-se um solitário no momento da escrita, Febem diz que a parceria de mais de 10 anos com o CESRV também contribuiu para que o projeto chegasse ao resultado que queria.

“Eu sou chato pra caralho. Ele talvez seja a única pessoa que aceita isso aí, tipo, a gente constrói junto as batidas, tá ligado?”, observa. “Ele põe a generalidade dele total na parada e eu vou dando as idéias. A gente construiu todos os beats juntos. Não teve um beat que ele mostrou pra mim, eu falei é isso, vou pôr no meu álbum. A gente fez tudo junto. Acho que desse, se eu não me engano, a única que ele tinha feito e me mostrou foi ‘Obrigado Mainstream’. Ele já tinha o beat”.

ACIMA DA MÉDIA, ABAIXO DO RADAR

O título de um álbum tem muito a dizer. Algumas mensagens são explícitas e outras precisam ser decifradas. No caso de ‘Abaixo do Radar’, Febem já explica o que pretende dizer logo na primeira música. Minha dúvida era se estava relacionado ao fato dele não ser tão valorizado quanto merece, não fazer parte do sistema industrial ou simplesmente por andar pelas margens, e mesmo assim servir de referência para quem está nos holofotes. “É um mix de tudo”, responde ele, complementando que também possui uma certa revolta.

“Do entendimento que muita coisa que é valorizada e está em alta hoje em dia está sendo paga pra caralho. A gente sabe que organicamente é 1 em 1 milhão. Mas é mais pelo sentimento de canalizar tudo e falar: tá bom, mano, é isso que eu tenho, é assim que eu vou viver e vou viver tranquilo com isso, tá ligado!?”

 

 

Um pouco tímido, Febem afirma que deixou sua vulnerabilidade fluir neste projeto. Considera que talvez seja o seu ‘Mr. Morales Big Steppers’, levando em consideração que – assim como Kendrick Lamar – mostra que não é nem deseja ser um super herói. Isso acontece porque as redes sociais permitem um acesso “mais próximo” do artista. Não que o que é publicado seja totalmente reflexo da realidade, pois a intenção é que os problemas não sejam compartilhados ali. E ao invés de expor na internet, o MC usou o rap como veículo de expressão. Essas fragilidades foram transferidas da mente para o computador em momentos solitários – ou quase.

“Eu costumo escrever sozinho dentro de casa, mano!”, ressalta. “Por isso que eu não tenho bastante feats… eu não sou um cara de estar no estúdio, tá ligado!? Eu tô tentando agora mudar para estar mais em estúdio, tentar escrever na hora. Sempre fui um cara que escrevia muito, fazia várias anotações durante o dia, depois, sei lá, fui perdendo tudo”.

Mesmo sem ter essa disciplina, as letras continuam aguçadas. “Good Kid, M.A.A.D City”, do Kendrick, sempre ajuda na inspiração. Como referência, ele cita Vince Staples. “Eu me referencio muito nas construções dele, tá ligado?” Outro nome que faz parte da lista é o do BK. “Me ajuda pra caramba na desenvoltura de ter ideias pra criar. É tipo… você estrear como profissional e tá jogando com os monstros. Puxa você”. A comparação do futebol também cabe na forma que compõe para seus trabalhos solo e os que faz no BRIME. “O Brime é mais o… futebol antigo e eu fazendo é mais o futebol moderno, tá ligado!?”

 

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OBRIGADO MAINSTREAM

Tenho dúvidas se existe um mainstream no rap nacional ou se apenas alguns artistas conseguiram um destaque maior, tendo acesso aos programas de TV, rádios e grandes festivais. Já Febem diz que se tem 20 artistas que estão, pode-se considerar. “Mas acho que é mais entre nós, né!? Porque a indústria em si, na hora de fazer as premiações, é sempre minimizando, né? Não só aqui, como lá fora também”.

Tendo ou não, todos sabem que o underground é a fonte inesgotável que alimenta o mainstream. Por isso, o rapper “presta uma homenagem” a esse mercado pelas possibilidades geradas àqueles que estão à margem. Para quem achou que era, “Obrigado Mainstream” não é uma diss.

 

 

“Costumo fazer uma piada com meus amigos que a gente sempre fala: para o carnaval acontecer tem que ter alguém empurrando o carro alegórico. E nós é isso aí, tá ligado!?”, ironiza. “Obrigado Mainstream é um sentimento de diss, mas é um sentimento de… pode copiar à vontade. É sobre isso, né!? Eu acho que o underground é a base do mainstream, sempre vai ser, não só na cultura hip-hop, que demorou pra ter mainstream também pra caralho, né, mano!? Que não é nem tipo 1% do que é o mainstream da música pop. Mas já é uma coisa hoje em dia”.

Considerando-se apenas “um grão de arroz neste saco gigante”, que é o hip hop, o MC pensa alto. Não tem a falsa modéstia de dizer que não tem pretensões com seu trabalho. Ele tem, de uma forma moderada. Ao responder qual gringo escolheria para fazer um feat, ele diz: “com o Alchemist, ponto”. O produtor estadunidense é um desses casos do ‘submundo’ que está “ganhando hype” no Brasil agora, mas é um dos nomes mais reverenciados no rap dos EUA. “Ele é um cara que também considero ser abaixo do radar. Trampa com muita gente no underground, tá ligado? Faz o rolê dele ali… me inspira muito”.

 

Foto: Divulgação

 

É nesse sentido que Febem agradece o mainstream por colocar sons e nomes nos holofotes para que todos possam ouvir e reverenciar. “Tem uma porta e a galera vai entrando nas salas e descobrindo as coisas, tá ligado?”, observa. Levanto a questão da crítica à suposta falta de compromisso que os que fazem e curtem trap têm com o hip hop. Mas esse subgênero do rap tão ouvido pela “molecada” serve também como porta de entrada na cultura.

“Exatamente, mano… até porque quando você é jovem, você vai ter compromisso com o quê? A gente já passou por essa fase. Mas talvez eu tenha esse vício de fazer minhas coisas meio metódicas, porque eu fui influenciado pelo fim dos anos 90. Que era uma responsa, né irmão!? Tinha que ter um compromisso ali, de conhecer o hip-hop e tudo mais. Mas a gente vê que o tempo vai passando e vai vindo uma outra galera, uma outra geração, então não tem como… às vezes o mano faz aquilo, mas tem o compromisso dele também, conhece tudo, tá ligado!? A gente tem essa mania de julgar os outros sem conhecer. É por isso que eu não tenho mais Twitter”.

SPOILERS

Antes de finalizar a conversa, não poderia deixar de saber o que Febem está planejando para o futuro. Talvez essa não seja a melhor pergunta a fazer para alguém com um disco recém tirado do forno. Não quer dizer que ela ficará sem resposta. “Um spoiler: vou começar a trampar num EP com… em colaboração com outro artista”, revela. “É um grande amigo meu e todo mundo pede essa junção. Aí, a gente decidiu fazer. Não sei se esse ano ainda… ou… no começo do próximo, mas a gente começa em breve, o mais rápido possível”. O nome da parceria não foi revelado, mas ele garante que todo mundo imagina quem seja.

Na lista de planos está mais um EP com outro amigo, um beatmaker. A ideia é mais ousada, seguindo a mesma linha do drumless, mas tendo a salsa como guia, sem batidas e com rimas inseridas em cima de samples. “Vai nesse nicho do Alchemist, soltando um bagulho mais underground… pequenos projetos”. Essa é uma ideia para os próximos anos, porque o objetivo dele não é só jogar o Paulista ou só o Brasileiro, quer jogar a Sul-Americana, Libertadores e por aí vai.

“Quero deixar alguma coisa pra história do hip hop sem precisar me moldar… não que precise, mas quero continuar sendo eu mesmo no bagulho… tanto é que eu queria testar até onde minha arte tinha poder orgânico. Não queria impulsionar (patrocinar publicações no Instagram) nada. Eu fiz as artes com colagens pra pelo menos passar pra molecada que você pode ter uma noção disso sem ter um diploma. Esse é o poder do simples, e pra fechar a conversa… isso mostra também ainda mais a autenticidade do trabalho, né!? Não que uma hora eu não vá depender das ferramentas da indústria, mas nesse disco eu não quis”.

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