Por incrível que pareça, em 1989, o Spike Lee já tinha exposto a violência policial e o racismo estrutural no filme “Do the Right Thing” [Faça a Coisa Certa]. Quem não se lembra da cena em que Radio Radio Raheem é morto por um policial? Infelizmente, essa é uma das vezes que a arte imita a vida.
O momento atual é delicado. Na realidade, para a maior parcela da população brasileira, esse período teve início desde quando seus ancestrais fora raptados no continente africano. Mas não é mais possível manter a passividade (de sempre) diante de tudo que tem acontecido. Seja aqui (Brasil) ou lá (nos EUA), pessoas pretas continuam sendo mortas da forma mais banal possível.
Dias atrás foi o João Pedro, depois o João Vitor, na sequência o Ahmaud Arbery, agora o George Floyd, antes foi o Trayvon Martin, Eric Garner, Michael Brown, Freddie Gray, Philando Castile, Sandra Bland, Cláudia Ferreira, Ágatha, Amarildo, Marielle Franco… e inumeráveis pessoas, de diferentes idades.
“Exigimos justiça para a família de George Floyd e inúmeras outras pessoas que tiveram suas vidas roubadas pela polícia”, escreveu Dua Saleh no Instagram. A rapper de Minnesota disse isso ao apresentar o single “Body Cast”, um dos vários que saíram nas últimas semanas em protesto contra a violência da polícia. Os versos expressam toda essa indignação que tem ganhado as ruas desde a morte de George Floyd em 25 de maio.
Às famílias das vítimas, nossas condolências e orações. Que, de fato, haja justiça. ESSE GENOCÍDIO TEM QUE PARAR, de um jeito ou de outro.
Indicamos também: Samples de música africana são base da beat tape do Dr. Drumah, “The Confinement Vol. 1: Africa”. Leia aqui.