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#Entrevista | Zuza Homem de Mello: “O futuro da música brasileira não depende do mercado”

Zuza Homem de Mello conhece as entranhas da música popular brasileira como nenhum outro. É uma enciclopédia. Nos últimos 65 anos, ele acompanhou de perto as transformações musicais ocorridas no mundo. Zuza se especializou no jazz. Estudou na School of Jazz de Tanglewood, Massachussets, na Juilliard School of Music de Nova York e na New York University nos EUA. Conversou com Charles Mingus, Earl Hines, Chet, Bobby Short e Dizzy Gillespie. E esteve na companhia de Dick Farney, Dalva de Oliveira, Nora Ney, Cauby Peixoto, Dolores Dura, Maysa.

No livro Copacabana: A Trajetória Do Samba-canção (1929-1958), Zuza Homem de Mello compartilha os momentos vivenciados durante os anos áureos do samba-canção, um dos gêneros mais emblemáticos da música brasileira. Mas a abordagem não fica restrita ao âmbito musical. Zuza também faz um resgate profundo da vida carioca, no tempo que “havia paz no Rio de Janeiro”. Do surgimento do samba-canção no teatro de revista ao fechamento dos cassinos, passando pelo efervescência das boates e clubes noturnos de Copacabana, a obra de Zuza Homem de Mello registra um dos períodos mais vibrantes da cultura do Brasil.

Zuza é um professor, mesmo durante uma conversa descompromissada. Sabe cativar. Se não somos interrompidos (para o início da palestra sobre o livro), o papo seguiria a noite toda. As mudanças na forma de consumir literatura e música, e o futuro do cenário musical brasileiro pautaram a conversa.

Com a tecnologia imperando, como é ser um escritor de livro no Brasil?

Eu trabalho nisso desde de 1956, acho que faz quase 60 anos, naquela época a gente usava uma máquina de escrever e datilografava o que seria impresso. O meu primeiro livro, “Música Popular Brasileira, cantada e contada”, que foi lançado em 75, portanto tem bastante tempo, foi o meu primeiro livro que tinha intrevistas com várias pessoas e eu gravei, depois transcrevi para o papel e depois remontei, de forma que eles estivessem, não dando enrtrevista para mim, mas sim conversando entre si. Ou seja, todas as falas eram misturadas dentro desse espírito. Então, eu recortava no papel, se fosse hoje, evidentemente seria muito mais fácil. Hoje em dia voce corta, cola, faz facilmente o que você bem entender. Sob o ponto de vista de facilidade, é claro que houve um grande avanço. A correção ortografica, que jpa vem direta também, então voc~e não precisa se preocupar muito com a acentuação das palavras. Eu sempre fiz questão absoluta de mandar os textos finalizados e não deixar o texto grosseiro, meio mal acabado e deixar tudo nas mãos do revisor. Eu sempre fiz isso e dificilmente um texto meu tem que sofrer modificações em função disso. Eu sempre tive um cuidado. Agora, o conteúdo conmtinua sendo o mesmo: é aquilo que sai da sua cabeça, não é a tecnologia que vai fazer com que sua cabeça produza mais ou menos, ou funcione melhor ou pior. Isso depende de quem faz.

Mas e a concorrência que se tem com os dispositivos móveis e redes sociais. O brasil já é um país com poucos leitores,…. essa interferência ainda viabiliza publicar livros impressos?

Sempre.

O impresso não vai morrer, como dizem…

Você veja que o epub não deu certo. Não se procura mais, pelo menos naquilo que se esperava. As pessoas que gostam de ler, querem isso daqui (bate num livro impresso que está sobre a mesa). E eu acho que não há nada mais agradável do que você ler no papel… o livro tal como é. Além de ter um lado lúdico, que no computador você não tem. Tem apenas uma coisa chapada, não tem que vira a página, não abre o livro, não volta a página com a mesma facilidade, não vai a um determinado ponto com facilidade, não assinala aquilo que te interessa… para assinalar, certos detalhes, do leitor que lê o livro fazendo tudo isso na leitura no computador ele não tem. Fora o lado do acabamento. Eu acho que por causa desse aspecto não vai acabar, jamais.

Falando do seu atual livro Copacabana. Foi mais complexo fazer a pesquisa ou colocar as informações no papel?

Bom… quando você fala pesquisar, você induz que eu não sabia nada do que aconteceu…

Estava no release [material de imprensa] (risos)…

Se eu vou pesquisar é porque eu não sei nada sobre aquilo. Acontece que eu ia muito para Copacabana ouvir música, isso nos anos 50 em pleno auge do samba-canção. Consequentemente eu presenciei tudo aquilo. Então, eu apenas usei a minha memória para poder escrever grande parte do conteúdo do livro. Fiz apenas uma descrição. Tanto é que no primeiro capítulo, que chama-se “Um Paulistano no Rio”, não aborda a música. Fala exatamente da diferença que existia entre São Paulo e Rio, porque sendo da capital paulista eu ia para o Rio passar férias e aí via as grandes diferenças entre a vida em SP e a vida em Copacabana. Aonde está isso para se pesquisar? Na minha memória! Todos aqueles dados que estão lá, por exemplo: o jeito. Os cariocas usavam os spatos sem meia, já os paulistas não faziam isso. Os cariocas usavam óculos Ray Ban… isso faz parte da minha memória, isso você não encontra em livros. Então, pesquisa tem que ser feita, mas, no meu caso, para corrigir ou dar rigor a fatos, datas ou imprecisões que possam estar erradas. Tipo: tal show eu vi em março ou em abril? Aí eu tenho que ir atrás. Mas como era o show não tem como pesquisar. Eu vi o show. Então não tenho que pesquisar coisa nenhuma. No meu caso, é muito relativa essa ideia de pesquisa. Não chega a ser tão importante. Eu tenho uma tragetória que me permite escrever sobre coisas que eu vi, das quais eu participei.

O samba-canção teve seu auge, assim como a bossa-nova, mas com o passar dos anos “perdeu” a popularidade. Porque ocorreu essa queda?

A popularidade é em função do mercado. O mercado tem coisas boas e coisas ruins. O mercado tem coisas ruins que desaparecem rapidamente. Por exemplo, uma cantora do Pará que apareceu em 2012, Gabi Amarantos. Hoje ela toca na televisão? Despareceu, sumiu. Pode ser que lá em Belém o pessoal ainda ouça, mas no resoto do Brasil ela não é mais “popular”. O que aconteceu? Ela era produto do mercado. O samba-canção não é um produto do mercado. O samba-canção está presente na vida dos grandes compositores até hoje. O Chico Buarque está fazendo um show em São Paulo. Entre as músicas do show, que tem várias canções do último disco do Chico, Caravanas, há um samba-canção composto por ele recentemente. O samba-canção foi feito agora. Então, o samba-canção não desapareceu do mercado. Ele continua sendo elaborado e sendo um gênero permanente na história da música popular brasileira. E por que ele deixou de ser feito com grande intensidade? Porque naquele momento, o Barsil pedia samba-canção. (nos anos 50) O bairro de Copacabana estava cheio de boates. Elas iam tocar frevo ou samba-canção? Era a música daquele ambiente, música daquele momento, a música dos anos 50 quando o Rio estava em paz. O Rio não está mais em paz. Portanto, as boates se fecharam, as pessoas morreram e não há mais paz. Tudo mudou. O samba-canção não é mais a música que toca em Copacabana. Mas ele não deixou de existir e de ser cultivado pelos grandes compositores brasileiros. Isso é indiscutível, com todas as letras. E eu vou repetir: é INDISCUTÍVEL.

Se formos acompanhar o mercado, qual é o futuro da música brasileira?

O futuro da música brasileira não depende do mercado. Dependo somente de quem cria. São os criadores que vão permanecer. O futuro da Música Popular Brasileira está nas mãos deles. Aqueles que estão compondo a música que vai ficar. A música que daqui a 30 anos você vai continuar a ouvir. Não vai ser como a da Gabi Amarantos. Se você perguntar a algum garoto que gosta de funk ou de rap, ele não vai saber dizer quem é. Poxa, mas faz 5 anos que ela estava no auge, foi a grande premiada, como você não sabe? Porquê ela sumiu. Porque ela dependia do mercado.

A música está sendo descartável hoje?

Tá sendo descartada porque a mídia está desorientada. A mídia aposta em coisas que não valem a pena. A mídia não elegeu Pablo Vittar? Agora, pensa um pouco: você já viu um vídeo da Jojo Todinho? Você acha que aquilo faz parte da música brasileira? Você acha que aquilo vai continuar fazendo parte da música brasileira? Não! Mas faz parte da mídia. Não houve milhões de visualizações? E o que significa os milhões de visualizações? ZERO, meu amigo.

Hoje isso reflete o sucesso de um artista.

Significa ZERO. Mas espera aí, foram dois milhões?? Dois milhões que não tem a menor importância. São os caras que se deixaram levar.

  *Foto capa: Leila Fugii

Indicamos também: #Entrevista | EMICIDA: “A LAB não é uma metáfora de poder, é um exercício pleno de poder”. Leia aqui.

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