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#Entrevista | PROJOTA: “Precisamos de gente que nos represente no governo, mas é muito difícil”

“A gente paga pra morrer e o filho paga pra enterrar. Vontade a gente tem, mas não tem onde trabalhar. Justiça a gente tem, mas só pra quem pode pagar. Coragem a gente tem mas, não tem forças pra lutar. Então a gente sai de casa sem saber se vai voltar”. Os versos escritos por Projota dá início a “Sr. Presidente”, single que sucede “Mayday“.

Na atual situação do Brasil, as palavras do MC  facilmente poderia ser de algum cidadão que “mata mais de um leão” por dia para sobreviver. A esperança está viva, mas é quase impossível vislumbrar soluções imediatas. Por isso, Projota acredita que sua música seja “um grito que fala por milhões de brasileiros que acreditam no país, mas se sentem desamparados”.

Via telefone conversei com o rapper sobre o conceito de “Sr. Presidente”, a complicada situação política do Brasil, mercado fonográfico e os projetos que estão para chegar.

Depois de pedir socorro em Mayday, você chega com uma música ainda mais politizada. Sr. Presidente  enfatiza esse grito de ajuda que ninguém ouve?

Acho que a gente pode enxergar dessa forma. É como a gente tá né!? A gente está pedindo socorro mesmo. E o mai complicado é que a gente nem sabe pra quem . E esta é a grande questão de Sr. Presidente… a gente não vai falar isso e o Chapolin vai aparecer pra fazer as coisas, tá ligado? (e agora quem poderá nos ajudar?), porque não temos nem ideia de quem vai fazer isso. Acho que tá todo mundo ciente desse problema. A grande maioria dos brasileiros se sente desamparada, não tem cor de sigla, não tem lado. E essa musica é assim, não tem partido. É uma música que fala da insatisfação que a gente sente… eu sinto desde moleque, então é tudo isso.

A música é uma carta direta para o atual presidente, aos que passaram ou ao que vai assumir o poder em 2019?

É uma carta para todos os presidentes que a gente teve, saca!? E eu espero que não seja uma carta para os presidentes que vão vir. Espero que sirva só para o próximo e depois não tenha a necessidade dela existir. Eu acredito que quando Renato Russo compôs “Que País é Esse?”, ele também tinha essa mesma vontade , que não fizesse sentido hoje, mas infelizmente, ainda continua fazendo sentido e é exatamente como eu queria: que não fizesse nenhum sentido no futuro. Mas a mensagem é bem clara para o próximo presidente que vai assumir, por que estamos nessa época (de eleições). Então, é assim que está a situação: estamos acreditando em você, faça algo por nós.

O RAP brasileiro sempre teve esse papel contestador. A MPB também produziu muitas músicas de “protesto” na últimas décadas. No entanto, parece que elas ainda continuam bem atuais, nada mudou na questão política e econômica. Qual é o papel da música, da cultura e dos artistas na construção de uma percepção mais crítica na sociedade brasileira?

Eu sinto que cada um faz o seu papel e aquilo o que se sente apto a fazer. Tipo: eu sou músico, sei fazer música. Entao, eu tento através da minha música inspirar as pessoas, ser quase que a trilha sonora da revolução, sabe!? E a gente precisa ter pessoas em todos os ângulos dessa revolução . E essa é a grande questão. A gente se sente assim nesse momento, porque os nossos políticos não são políticos por vocação, não são políticos que estão aí pra fazer a diferença, pra fazer alguma coisa boa pelo país. Muitos deles são filhos de políticos. Já tinha alguma influência, tá ligado!? Outros entraram para conseguir poder e se enriquecer ilicitamente mesmo… já chegam na política querendo fazer a coisa errada mesmo. Precisamos de gente que nos represente no governo, mas é muito difícil. As pessoas que estão aí ajudando as quebradas sempre vai ser aquela tia faz o corre, que organiza a comunidade toda, que mobiliza geral pra conseguir saneamento básico e mais estrutura, que organiza o sopão na praça da sé…. mas essa pessoa nunca vai virar o nosso presidente porque não tem marketing em volta dela… ela não tem como fazer isso acontecer.

É interessante que na capa de “Mayday” e, agora, de “Sr. Presidente você tem usado cores diferentes e bem chamativas, acompanhadas de pequenos recortes de imagens. Tem algun significado e/ou propósito para usá-las?

A ideia principal surge com o objetivo de chamar a atenção, mas a escolha da cor já começa a ter um significado. Até escolhemos o verde (para o single Sr. Presidente) para não ser cor de camiseta que está na rua aí, também pra não representar nenhum partido e por simbolizar a esperança. A gente tem um menino muito bom que faz as artes. Isso é importante, porque é um time que tá trabalhando.

Aliás,  além de designer, o JP também faz umas rimas.

Aí, isso faz toda a diferença… eu não tenho gabarito pra criar as artes, mas o cara é genial. Ele sempre manda pra gente os conceitos de acordo com a ideia dele e a gente fala: “caramba mano, é isso mesmo né!?”. Então, é disso que eu estava falando naquele sentido: eu faço a música, ele faz as artes… aí, na revolução cada um faz sua a parte e se beneficia.

E como vai chegar seu próximo álbum? É o momento de colocar o “dedo na ferida”?

Pra você ver, esse é o segundo single do projeto que a gente solta e que vem assim forte. Não sei ainda quando vai se tornar um disco. Primeiro vamos trabalhar single por single, devagar, tentando se adequar ao novo momento da indústria. Essa musica também vem muito politizada. E das musicas que eu estou compondo tem muita coisa pesada. Tem música que fala da minha vida, na mesma linha de “Muleque de Vila”, tem mensagem de superação, coisas que marcaram minha vida e carreira.

Vai ter uma mescla de varias coisas.

Sempre tem essa mescla. Mas eu acho que trabalhando uma música de cada vez, o público tem mais oportunidade de perceber e conhecer todos os lados do trabalho. Depois que minha música começou tocar no rádio, muita gente conheceu o meu trabalho pelas músicas românticas. Agora, vamos trabalhando aos poucos para apresentar todas as vertentes do meu trabalho.

E esse novo momento da indústria da música? Hoje o streaming é a bola da vez e o formato, o disco está ficando de lado e as playlists ganharam destaque. Existe uma preocupação de fazer os projetos também  pensando nessa geração que não tem paciência de ouvir por completo um disco de 10 – 15 faixas?

É bem difícil fazer alguém ouvir um disco inteiro. Depois que o álbum sai, as pessoas ouvem os três primeiros singles e já querem música nova. Mas temos que se adequar, ser inteligente e acompanhar as mudanças. É obvio de que tem muita gente que faz questão de ouvir vinil até hoje e nós respeitamos isso muito bem. Mas sabemos que para viver na indústria, você não vai poder só lançar em vinil. Pode diversificar de formatos, mas tem estar presente nas redes sociais, trabalhar no rádio e na TV. É por aí. Por mais que você seja saudosista, e eu posso falar disso porque eu gosto de ouvir o álbum inteiro dos caras que eu sou fã, mas temos que se adequar a situação. Não pode querer ser superior ao tempo. As coisas mudam e a gente tem que acompanhar.

O RAP chegou aonde sempre almejou ou ainda falta muito caminho pela frente?

Eu tenho certeza que tem muita coisa pra ser feita ainda. Tem muito pra crescer ainda. Pode crescer muito mais que isso. E até uma pergunta que eu já ouvi em outros anos, entende!? Porque está sempre crescendo… ano que vem a gente troca ideia de novo, aí eu falo: “mano, ainda tem mais, tem mais”. O que deixa a gente confiante disso são as novas gerações. Quando surgimos lá atrás, os meus ídolos olhavam pra nós e diziam: “daora, agora tem uns meninos bons que estão chegando aí”. E hoje, tem uma molecada talentosa chegando… tipo: Djonga, Froid, Cynthia Luz.. tem uma galera, uma geração fantástica que está chegando agora.

As mídias especializadas de RAP ainda são essenciais, tendo em vista que o gênero conseguiu espaço nos veículos de comunicação de massa?

Sim, muito importante. Acho também que a gente tinha mais veículos quando o RAP era esquecido pelos outros meios. Hoje não temos muitos, mas os que estão aí são importantes. E também acredito que é uma questão de saber como fazer as coisas porque vocês  disputam espaço com uma galera que não faz o jornalismo em volta disso. Vocês disputam com youtubers, com gente que fala disso no Instagram. Tem que ter um jogo de cintura para saber lidar com tudo isso e atacar de todos os lados. Mas pra mim é muito importante, e todas as vezes que eu tiver oportunidade de falar com o RAPresentando, por exemplo, pra mim é uma honra. Eu sei com quem que eu estou falando. Eu sei exatamente quem vai ler essa matéria. É fundamental… e eu acho que esse crescimento do RAP vai gerar cada vez mais também um retorno pra mídia especializada, tanto é que lá fora tem vários. E lá o rap domina.

*Foto de capa: Haruo Kaneko

Indicamos também: Matéria Prima e Dario Beats fizeram um disco “Bem Boom Bap”, cheio de referências aos 90’s. Leia aqui.

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