Selecionar os sons mais quentes que saíram nas últimas semanas não é tão fácil quanto se parece, mas conseguimos. Dessa vez reunimos Rashid, Mahalia, ÉLLÀH, Parteum, VHOOR, Rap Plus Size, Kadri, MC Caverinha, Jéssica Gaspar, WillsBife, Marcão Baixada, ANNICK e Brenda Minni.
Rashid – Pílula Vermelha, Pílula Azul
Depois de um tempo só arquitetando planos, Rashid voltou com os dois pés na porta com “Pílula Vermelha, Pílula Azul”. Para fazê-la, o MC pegou referências da cultura pop, do filme Matrix (1999) ao Akira e Blade Runner, e também da música de Chico Science & Nação Zumbi. É sobre escolhas, o presente e o futuro. Reflete muito bem a realidade atual do brasileiro, que por diversos motivos está no limite. O som também marca o início de uma nova fase do rapper, que já começa daquele jeito.
Mahalia – In The Club
Pegando referência do clássico “In Da Club”, do 50 Cent, a cantora britânica Mahalia fez “In The Club”. De forma delicada, ela fala sobre questões que vão do amor romântico ao relacionamentos de amizade, relembrando particularmente dos amigos que não são exatamente bons para nós. A produção do JD Reid (Slow Thai, Skepta, Mabel) faz a camada perfeita para que Mahalia solte sua voz.
ÉLLÀH – Sina
Já no seu single de estreia, “Sina”, a cabo-verdiana ÉLLÀH impressiona tanto pela sonoridade, que traz uma influencia africana nas bases, quanto por sua forma de interpretar com uma referência de fado. Apesar de ser o primeiro solo dela, a cantora fez outras parcerias, inclusive com os brasileiros do Deekapz. Preciosidade demais.
Parteum – Ouro / Ouro
Conhecido pela caneta sempre muito bem calibrada, Parteum pode também ser considerado o JEDI da produção musical. Mais uma demonstração desse potencial é o álbum instrumental “Ouro / Ouro”. Já pelo título é possível ter uma base do que o ouvinte vai encontrar ao longo das 11 tracks: pedrada atrás de pedrada.
VHOOR – Chave
O VHOOR não para. Depois do sucesso explosivo de “Baile”, feito com FBC, o produtor de 24 anos de inicia os trabalhos para mais um volume da série (que também chama) “Baile-Funk”, que se iniciou com “Baile & Vibes”, “Baile & Sauce” e “Ritmo”, além da colaboração com Sango no EP colaborativo “Acima” (2019). Agora, ele abre a preparação de “Baile & Bass”, que chega em 27 de maio, com a quente “Chave”. Mais uma vez, VHOOR traz a mescla de Miami Bass com técnicas de produção contemporâneas, usando texturas densas, harmonias dissonantes e linhas de baixo em movimento.
RAP Plus Size – Revoada
Após fazer uma pegadinha com geral ao anunciar o fim dos seus trabalhos, o Rap Plus Size chegou chegando com o EP “Revoada”. Dessa vez, Jupi77er e Sara Donato abordam a importância do empoderamento dos corpos dissidentes. Do início ao fim, as fusões de rap, trap, brega funk e mandelão mantém o nível alto. Levantam temas necessários ao mesmo tempo que fazem todos dançarem.
Kadri – Feminine Gender
Uma das ótimas revelações do rap BR, Kadri solta mais uma daquelas que fica na mente e te convida para ouvir de novo. Sob uma batida de trap com elementos de R&B e algumas influências jamaicanas na estrutura, ela trata da força, o poder e a independência feminina. É para ficar de olho, porque a MC ainda tem muito para entregar.
MC Caverinha – O Preto Mais Caro
O MC Caverinha não é mais um menino. Tá crescendo, e com isso a voz dele também está mudando. Em “O Preto Mais Caro’’ é possível observar essa transformação, ate mesmo no estilo dele rimar, que está cada vez mais afiado. Para fazer o vídeo que acompanha a música, ele se inspirou na estética do filme “Vizinhança do Barulho”, comédia de grande sucesso nos anos 90. Nas ideias, Caverinha desenrola linhas sobre ostentação e vivência. Agora, mais do que nunca, ninguém segura.
Jéssica Gaspar – Capim Dourado
A voz doce de Jéssica Gaspar é gostosa demais de ouvir. “Capim Dourado” traz toda a delicadeza que a cantora possui ao interpretar, guiada pela cativante melodia produzida por Makumbeat. Impossível ouvir apenas uma vez.
WillsBife – não mais feat.Stef e Dagrace
O WillsBife já trabalha na produção do seu próximo álbum, “nunca aceite a primeira oferta”, previsto para ser lançado ainda em maio.Uma das amostras dele é “não mais”, que traz participações de Stef e Dagrace. Nessa, ambos dialogam e dão suas versões sobre a experiência amorosa que não deu tão certo quanto imaginava,. A produção segue a mesma linha densa, mas com beats impactantes.
Marcão Baixada – Tenho que Correr feat. Rodigo Caê
Para a trilha do documentário Prédio Posto 13 – Meu Nome é União, de Josy Antunes, Marcão Baixada se uniu ao músico músico Rodrigo Caê para fazer “Tenho Que Correr”. Acompanhado de batidas marcantes, ele faz a narrativa como se fosse o prédio de cinco andares, localizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. De cor azul e “tatuado” com camadas do xarpi carioca, está abandonado por, pelo menos, 20 anos, porém, não deixa de ser um ícone da Baixada Fluminense. É a rua falando o que tem observado ao longo do tempo.
ANNICK – Quanto Tempo Faz
O sad song da Annick, “Quanto Tempo Faz”, representa a realidade de muitas pessoas. É sobre relacionamentos que deixam marcas na vida. Ela traduz esse sentimento de uma forma suave com o complemento da produção de Christopher Luz, que traz uma textura R&B bem carregada.
Brenda Minni – “Ciranda”
Uma das ótimas descobertas musicais das últimas semanas, Brenda Minni mostra toda sua versatilidade em Ciranda. A produção de Léo Ost também colabora para que a rapper cearence descarregue suas palavras de forma irreverente e sintética, sem rodeios. Brenda tem todos os ingredientes para ganhar lugar de destaque no rap BR.