Muitas músicas, álbuns e vídeos bons chegam todos os dias no e-mail. Por isso é impossível escrever sobre tudo e todos. Mas tem alguns que chamam a atenção. Dessa vez trazemos na nossa lista Iza Sabino, Vírus Carinhoso, Tássia Reis, Nayra Lays, Biorki, Jorja Smith, Rincon Sapiência, Força Suprema, Kaê Guajajara e Léo da Bodega.
Iza Sabino – GRANDE
Iza Sabino subiu mais alguns degraus. Inclusive, o título do seu mais recente álbum reflete o seu momento: GRANDE. Nas 12 músicas que o compõe, ela não se prende a uma estética única. Para chegar ao resultado final, que mostra a sua evolução e versatilidade, a MC mineira escalou diferentes produtores: Su Madre Mandrake, Phawel Beats, Cesrv, JustDan, Dreebeatmaker e Trxtin. Guiada pelos instrumentais, ou vice-versa, Iza fala sobre a valorizar sua grandiosidade como mulher, preta e lésbica. As ideias são complementadas com versos de Djonga, Kamila CDD, Luedji Luna, MC Luanna e PAIGE.
Vírus Carinhoso – SCANK VIVE (remix)
Ganhando cada vez mais espaço nacionalmente, o multiartista soteropolitano Vírus Carinhoso une todo o seu talento para reverenciar o que mais importa de suas vivências. Na versão remix de “SCANK VIVE”, ele faz uma homenagem póstuma ao seu irmão. A música é de 2022, mas agora se expande a um registro audiovisual em que o cantor, compositor e dançarino versa sobre a força de se reerguer e a importância da rua para o seu desenvolvimento artístico.
Tássia Reis – Asfalto Sevalgem
Além do rap, Tássia Reis também canta samba – e o que mais ela quiser. Com “Asfalto Selvagem”, ela mostra essa outra faceta que alguns já conhecem por acompanhar shows especiais dela cantando Alcione. Nesse samba-rock, Tássia narra a realidade bruta e áspera de quem nasceu e cresceu na periferia. Também dá uma visão de como essa vivência forjou para não se calar, não correr e “nem me sujeitar pra te obedecer”, como diz um dos versos. A música é o abre alas do quinto álbum da cantora, que será influenciado pela Banda Black Rio, mesclando samba groove com rap, neo soul, funk ijexá, R&B e rock.
Nayra Lays – “Feita de Samba”
Apesar do título, o álbum de estreia da Nayra Lays não é exatamente de samba. Mas sim, é inspirado por ele. A produção assinada por Levi Keniata reverência o samba, passando por diferentes vertentes da música preta. Já as temáticas tratadas por Nayra passeia entre o amor próprio, o autoconhecimento, a paixão e a transformação. “O meu grande objetivo com esse projeto era reivindicar e exercer o meu direito à humanidade ao explorar e cantar sobre assuntos que permeiam o que é ser humano em toda nossa complexidade, da forma mais sincera e profunda possível”, completa Nayra. “No fim, é isso o que ‘Feita de Samba’ significa pra mim: poder ser e viver na minha pele livremente e inspirar quem ouve a fazer o mesmo”. Autentico, esse trabalho já pode ser considerado uma das preciosidades musicais de 2024.
Biorki – Mundo Estranho | Coragem, Garra e Fé
Para aguçar os ouvidos para a chegada do seu próximo álbum (no dia 26/08), “Nossa Extraordinária Pequena Vida”, Biorki apresenta dois singles. “Mundo Estranho”, o MC compartilha sua indignação com os rumos do mundo e o desconforto de viver no caos em meio a destruição e desamor. É um pedido de socorro, mas também uma crítica, principalmente aos falsos líderes que criam táticas para enganar e ganhar dinheiro em nome de Deus. Oposto a essa visão, “Coragem, Garra e Fé” serve como mantra motivacional para enfrentar qualquer desafio.
Jorja Smith – High
Seguindo a temperatura do verão europeu, Jorja Smith fez “High”. “É uma música sobre encontrar um amigo dentro de mim, mesmo nos momentos baixos, você tem que encontrar os altos”, diz Jorja . Direcionada pela house, a produção de DAMEDAME* não permite que o corpo fique parado. Essa faceta é mostrada no vídeo da música que destaca Jorja festejando e celebrando.
Rincon Sapiência – Eu não tenho mais tempo
Sem tempo, irmão. Essa frase diz muito sobre a visão de Rincon Sapiência com o rap brasileiro atualmente. O seu descontentamento é abordado em “Eu não tenho mais tempo”. Dessa vez, o trap faz a camada para que ele opine (ou critique) a forma como alguns dos novos artistas constroem as suas narrativas textuais em seus trabalhos, além de falar da importância de ter discernimento sobre as prioridades da vida.
Força Suprema – Camisa Branca
O coletivo português Força Suprema está trabalhando num próximo álbum, e deu uma mostra do que está por vir com “Camisa Branca”. A música é interpretada por NGA e Don G, núcleo duro da FS, que chamam Rahiz para acompanhá-los nesta jornada e cantar o refrão desse som que tem emoção e leva o ouvinte a refletir sobre a sabedoria.
Kaê Guajajara – Sumaúma
Kaê Guajajara fez a fusão de funk e eletrônico para fazer uma ode às suas raízes em “Sumaúma”. O título faz referência a uma das maiores árvores do mundo, planta tropical, considerada um ponto de conexão entre o céu e a terra pelos povos indígenas, que se destaca por sua imponência e apresenta raízes profundas, tornando-se um símbolo de respeito e relevância na cultura local. Completamente dançante, a canção é interpretada em português e zeeg’ete (idioma do povo Guajajara).
Léo da Bodega – Capoeira
De Pernambuco,Léo da Bodegaconsegue integrar os elementos da tradição musical nordestina, rap e mensagens universais de resiliência. Em “Capoeira”, ele observa que, assim como nesse esporte/dança, a vida exige não só habilidade, mas também coragem e determinação para enfrentar os desafios.