Ser negro no Reino Unido também é lutar constantemente pela sobrevivência. Para tratar do assunto, FKA twigs, Headie One e Fred again, três dos artistas mais influentes e inovadores do Reino Unido, chegaram juntos na composição da sentimental, mas fervorosa, “Don’t Judge Me”. Originalmente, a música seria usada como introdução da mixtape GANG, de Headie e Fred, mas o direcionamento mudou depois que o diretor Emmanuel Adjei se juntou ao coletivo.
“Nesse documento audiovisual, testemunhamos artistas como FKA Twigs e Headie One entre outros influentes negros britânicos, lutando contra forças invisíveis de julgamento e opressão”, diz Adjei. “Tendo a enorme fonte de inspiração vitoriana ‘Fons Americanus’ da artista visual Kara Walker – retratando a dolorosa história de escravidão e colonização – como nosso cenário, e particularmente como o espírito do filme, esse importante monumento cria outra camada de profundidade e significado para uma história invisível, mas compartilhada.”
A fotografia escura do filme, coreografias, cenário e interpretações artísticas refletem muito bem a mensagem que eles pretendem compartilhar. O elenco é complementado pelo poeta e ativista do Black Lives Matter Solomon Ob, a escritora Reni Eddo-Lodge, a modelo e ativista Kukua Williams, o músico e poeta Benjamin Zephaniah, a dançarina e cantora Lisa Elde, a ativista em temas de saúde mental Nicole Crentsil, a especialista em fitness e treinadora Efua Baker, o jogador de futebol Mahlon Romeo, a ativista e modelo Munroe Bergdorf, Danto Earth e Clara Amfo. Todos estão juntos por uma mesma causa, apesar de cada um ter sua própria experiência de cada indivíduo na luta diária contra um opressor invisível – propagado por preconceitos culturais, sistêmicos e estruturais – que muitas vezes é difícil de superar.
“Pela aparência de alguém, não podemos julgar se uma pessoa discrimina por cor, sexo, religião ou gênero”, observa Emmanuel Adjei. “Os opressores dentro das pessoas ao nosso redor, na maioria das vezes permanecem invisíveis até que seu abuso contra os outros seja revelado. Essa é uma das razões pelas quais, por gerações, a discriminação é tão difícil de combater. Contra quem a vítima deve lutar se não puder identificar o autor do crime?”
