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Djonga: “O Dono do Lugar traz uma reflexão sobre a masculinidade, de como é construída, e reverbera na sociedade e na nossa vida”

Quase dois anos depois, o rapper mineiro retorna com seu sexto álbum.

Na véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida – a padroeira do Brasil -, também considerado o Dia das Crianças, Djonga se reuniu com convidados e a imprensa especializada para apresentar os detalhes do álbum “O Dono do lugar”, que ganharia o mundo 2 dias depois. Tão representativo quando a data de lançamento (13/10), o conceito e as ideias que estruturam o sexto disco do rapper mineiro, foi o espaço escolhido para a conversa: a Nave Coletiva, sede da Mídia Ninja, em São Paulo.

Regado a cervejas, drinks e uma variedade de comidas veganas, o encontro lotou o auditório e teve uma média interessante de espectadores no Youtube. Pouco depois das 20h, o MC ocupou a poltrona preta colocada no centro do palco. Como sempre, estava de bom humor, solto e sorridente.

A felicidade estampada no rosto do artista refletia a satisfação de entregar algo inédito depois de quase 2 anos. Obviamente, naquele momento, ele não fazia ideia que nas 24 horas seguintes do seu lançamento, o sucessor de “NU” se tornaria um dos assuntos mais discutidos no Twitter, gerando discussões sobre o direcionamento, visões, estilo, flow, mensagem e na insistência de Gustavo falar dos mesmos assuntos abordados nos 5 discos anteriores. Porém, ali, ele adiantou os motivos de ter que bater na mesma tecla sempre.

“Com recurso ou sem recurso, eu continuo sendo preto”, disse. “Então isso vai continuar me tocando, me fazendo bem e também me machucando o resto da vida. Eu posso fazer igual a alguns caras e fingir, mudar minha postura, mas não vai adiantar muito pra mim, porque quando eu tiver no íntimo da minha casa, quando eu tiver na rua e pedir um táxi e ele não parar, eu vou lembrar. A questão identitária sempre foi importante pra mim, principalmente quando falamos sobre raça. Mas hoje eu consigo tratar ela de uma forma mais direta”.

 

“”Eu acredito que sou uma dos caras (pra não falar que sou o cara) que fala as coisas mais importantes que tem pra ser dita hoje em dia, seja na música, na arte… eu acredito nisso.”

 

Dessa vez, além das questões relacionadas ao racismo, ele foca na masculinidade, principalmente do homem negro. Isso envolve a forma (errônea) de como os homens (no geral) são ensinados a tratar as mulheres, uma suposta fragilidade masculina para determinados assuntos, o olhar da sociedade para o homem preto como viril e, ao mesmo tempo, violento, o abandono paterno e várias outras problemáticas que envolve esse “universo”, incluindo a homofobia.

“Essa questão eu sempre tratei de uma forma mais geral. Nesse disco eu trouxe algumas músicas específicas sobre isso […] Trazer um álbum que questiona a masculinidade dos pretos, já faz a gente questionar a eleição de Bolsonaro. Acho que Bolsonaro tá no poder, que tem essa força toda, muito pela construção dessa masculinidade esquisita aí”, observa. “Eu não gosto muito desses termos (masculinidade tóxica)… mas acho que questionar isso dentro de um disco já traz um pouco da explicação do porque desse cara está lá e traz o questionamento para as pessoas que fecham com ele… e tem muita gente que me ouve e fecha com esse cara… é o preço do rap ter virado tão popular nos últimos tempos”.

De fato, existe quem apoia racistas e também grite Fogo nos Racistas no refrão de “Olho de Tigre”. Exemplos não faltaram nos comentários no chat da transmissão ao vivo da coletiva: “ouço Djonga e voto 22”; “​seis acham que são os donos do rap?? só aqui que “fãs” de rap apoiam quem roubou e ferrou com os pobres”; “​tá querendo uma Lei Rouanet né ???”; “Bolsonaro é o menos pior, gosto do Djonga mas sou, conservador, ancap, cristão kkk mas cada um tenha sua ideologia mano, ninguém aqui pode proibir o pensamento dos outros”.

Bot’s ou não, essas pessoas foram indiretamente respondidas. Mas o recado não foi somente para quem fecha com a extrema direita. “Nos últimos tempos está difícil achar que as pessoas não tem noção, mas eu preciso pelo menos tentar acreditar, porque senão fodeu… eu também acho que nos últimos tempos a esquerda deixou de se comunicar bem com a gente, com o povão. Eu falo, porque quando eu estava na universidade, o foco da rapaziada – principalmente a de esquerda que tinha grana – era muito mais discutir dentro da universidade, trocando ideia, do que falar da realidade do dia a dia, bater de frente.Vejo que as gerações antigas eram muito mais combativas, do que a nossa geração que quer configurar tudo, acha que tudo é um aplicativo”, disse.

 

Foto: essaeareal@coniiin

 

Apesar de usar temas específicos na estrutura, o MC não foca apenas neles nos 41 minutos e 44 segundos, distribuídos em 12 músicas. A relação com a indústria da música, o poder sobre a obra que faz, sucesso, dinheiro, autoestima, a valorização de si próprio e a política também entram no bolo. Dono do próprio selo, A Quadrilha, mas com distribuição feita pela OneRPM, ele não deixou de criticar a forma como gravadoras e distribuidoras trabalham no mercado musical, privilegiando suas corporações e deixando o artista em segundo plano, mesmo este sendo responsável por todo o faturamento (ou a maior parte dele).

Isso reflete também nesse lugar que Djonga diz ser dono, que na verdade é mais algo que está construindo do que uma coisa que já tenha conseguido realizar. Quer ter mais controle de si mesmo, da mente, da ansiedade, do seu destino. É bem provável que as experiências o fizeram analisar o jogo que tem que jogar para chegar aonde deseja.

“Quero ser dono pra caralho do meu trabalho. Eu quero ser o dono mesmo de cada obra minha, de cada música minha. Eu não quero ser um simples produto de ninguém. Quando eu sentar na mesa com quem quer que seja, eu quero falar de igual pra igual. Mas é um pouco de uma provocação também. Eu acredito que sou uma dos caras (pra não falar que sou o cara) que fala as coisas mais importantes que tem pra ser dita hoje em dia, seja na música, na arte… eu acredito nisso. Eu acredito em mim pra caralho. E inclusive o ônus disso… e o ônus disso é talvez não fazer tanto sucesso como eu poderia fazer. E acho que faço um sucesso até bacana, mas talvez se eu fosse um pouco mais solto, mais foda-se, eu faria muito mais sucesso que isso, porque eu acredito mesmo em mim”, afirmou.

 

O dia 13, processo criativo e a necessidade de lançar álbuns

 

Depois de lançar os dois primeiros álbuns no dia 13 de março, “Heresia” e “O Menino que Queria ser Deus”, Djonga criou uma espécie de compromisso com o público para soltar os demais sempre na mesma data. Assumir isso gerou consequências, principalmente de não ter tempo (por causa dos shows) de trabalhar da forma que desejava. Mesmo parecendo ser algo pensado, pelo 13 representar o Atlético Mineiro, o qual é fanático, a data do atual foi escolhida porque era a única disponível.

Passados 5 discos, o marketing involuntário já não fazia sentido. Decidiu quebrar o ciclo e repensar as estratégias. Não lançar mais álbuns estava nos planos, mas mudou de ideia. Não ia “encerrar” com “NU”, um trabalho que revela não gostar de ouvir por ser muito triste.

“Eu acredito muito na minha música, na minha arte. Mas quando fiz o álbum NU, eu estava num momento muito triste. Quando chegou nele, eu comecei a refletir de que precisava quebrar aquele ciclo do 13 de março. No meio do caminho comecei a construir esse e a fazer sem data”, disse. “Olha pra você ver como é esse bagulho do 13. A intenção era lançar em outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições. Aí fomos olhar as datas e a única data que tinha pra lançar era dia 13. Então, dessa vez eu juro, a única data. Já fugi de março, já fugi dessa coisa de ter que lançar todo ano, pode ser que fique mais 5 anos sem lançar ou apenas 5 meses… não interessa. Agora, eu não quero ter mais essa obrigação”.

 

Foto: essaeareal@coniiin

 

“A crítica é válida, é necessária, porque enquanto a gente ficar achando que é mais importante fazer um tanto de vídeo e musiquinha com Djonga do que trocar uma ideia real, do que ser mais combativo, nós vamos perder todas as vezes”.

Com poucos singles no currículo, ele prefere o álbum porque tem a possibilidade de expandir suas ideias. Para que as pessoas peguem a mensagem por completo, precisa de mais tempo para poder explicar.

“Prefiro porque eu consigo fechar o pensamento com uma música emendando na outra. No meio, a gente coloca umas músicas que as pessoas acham que não tem nada a ver, mas tem. Elas ficam meio soltas ali, mas a maioria tem conexão uma com a outra. Existe um bagulho conceitual. E por ver que a indústria está nesse momento de agora é melhor ainda porque eu estou mais leve do que nunca. É o álbum que tem menos hype, menos tudo, é mais pela música, pela arte”.

Referente a musicalidade sempre contestada toda vez que apresenta um conjunto de músicas – por também manter um padrão -, Djonga afirmou que evoluiu. Na sua visão, conseguiu ter mais profissionalismo e trabalhar de uma maneira mais coerente e concreta.

Por isso, demorou mais do que os anteriores. Teve a possibilidade de reescrever o que achou necessário e experimentar possibilidades, como usar auto-tune e instrumentos.

“Consegui ser mais crítico com as próprias músicas, mas com um certo cuidado, porque acho que quando você começa a reescrever demais o bagulho fica meio artificial e aí você começa a fazer uma parada que não é arte”, reflete. “A arte tem um pouco de abandono. E é importante chegar o momento de você abandonar”.

 

Foto capa: Foto: essaeareal@coniiin

 

Indicamos também: Foi a Deize Tigrona Que Fez (daquele jeitinho). Leia AQUI.

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