Referências não faltam em “Pique Peaky Blinders”, do Black Alien. O enredo faz a junção de elementos que se relacionam com os criminosos da organização de Thomas Gilbert, que intitula a música, e deu origem à série de mesmo nome (Netflix), os filmes de Sam Peckinpah e Quentin Tarantino, e a estética Blaxploitation.
É por esse direcionamento sanguinário que ele vai à caça aos desafetos. “Visto máscaras do Jason, não consigo mais tirar / Frito inimigos que nem bacon, me diz quem vai me tirar”, diz um dos versos. Essa narrativa é retratada de uma fielmente no filme dirigido por Premier King. Nele, Gustavo é o padrinho, ao estilo Michael Corleone.
Enquanto coordena os negócios, e curte a vida, manda passar os que atrapalham seu caminho. Por outro lado, também vira alvo. “É sobre o conflito de dar o troco ou não. Mas, nessa história não há vencedores, porque se há guerra, não há vencedor”, disse.
Afiado como sempre, Black Alien não desperdiça nenhuma linha. Desenrola suas visões como se tivesse explicando detalhadamente um plano. Nos instrumentais, Papatinho surpreende com uma produção influenciada pela musicalidade jamaicana e sem as texturas graves e dançantes. Ao final, o Mr. Niterói adianta que esse não é o final da história.