Impacto. É o que causa “Afrochoque” ao entrar pelos ouvidos. No seu retorno, Monkey Jhayam explora uma sonoridade que une diferentes referências. “É o choque de culturas genuínas e tradições locais com o que há de mais globalizado”, observa ele. “Na Angola, o kuduru; na Nigéria, o afrobeat; na República Dominicana, o denbow; na Jamaica o dancehall; no Brasil, o funk. ‘Afrochoque’ une todos esses estilos como uma pangeia musical. É a diáspora africana se reunindo, se reencontrando, se levantando e expressando a sua voz”.
Toda a textura musical foi construída por Dudu Marote e DJ B8. Tem a potência que o título sugere. O videoclipe que o acompanha, dirigido por Premier King, segue a mesma linha. É quase que uma versão afro do filme Jumanji. No enredo, protagonizado pelo Robertrix (Roberto Marcondes) – artista, performer e dançarino referência em pirofagia (arte de manipular o fogo) -, um misterioso jogo aparece na vida de um cidadão que anda descontente com as notícias. Então, ele troca sua TV por um jogo de tabuleiro. A cada manipulação nas peças, aparecem Reis e Rainhas africanos pela cidade. Eles se reúnem e lhe dão um afrochoque, fazendo com que ele perceba a força que tem.
“O afrochoque é o impacto da transformação de uma pessoa padrão, que vive nos moldes da sociedade, para quem ela realmente é. É a volta às raízes, o empoderamento do povo preto, a força para assumir sua identidade sem medo”.