Inspirada nos videoclipes de “black” (hip hop), que foram disseminados pelos DVDs nos anos 2000, e no cinema negro Blaxploitation, Afreekassia criou a estética do vídeo de “Eu Amo Ser Negona”, dirigido por Hanna Batista. Pode se dizer que ele possui dois atos. No primeiro, em preto e branco, ela enfatiza a beleza, autenticidade e o poder da mulher negra. O segundo é uma celebração da excelência, a honra daquelas que vieram antes, da ancestralidade e da diversidade entre as mulheres negras brasileiras.
Para fazer essa ode, a cantora e MC tem a companhia do ballet formado por Raquel Cabaneco, Sophya Rio, Pâmela Csial e Rafa Custódio, e convida grandes personalidades da cultura negra do Brasil: a ativista Lenny Blue; a cantora e compositora Tássia Reis; a educadora, artista plástica e ex-deputada estadual de São Paulo Érica Malunguinho; a historiadora e apresentadora Giovanna Heliodoro; a apresentadora Ivi Pizzoti; a primeira doutora em física no Brasil Sônia Guimarães.
Em plena ascensão, Afreekassia sempre faz questão de afirmar o amor próprio da mulher negra. São músicas que servem como dose diária de ânimo para meninas e mulheres se aceitarem e reafirmarem a sua potência. Também DJ, em 2023 ela soltou o EP “SOU + EU”. Ela é daquelas artistas versáteis, com personalidade e muito a dizer. Mesmo sendo direta, faz de uma forma doce e sincera. Isso sempre muito bem acompanhada das produções certeiras de Gabriel Marinho (G.A.B.O). Dar uma atenção ao que estão fazendo é essencial porque não seguem receitas prontas.