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Os 20 EPs & Mixtapes mais QUENTES de 2020

Impossível passar despercebido.

Pela primeira vem em 5 anos NO AR, o TIME do RAPresentando decidiu esquentar a chegada da lista dos álbuns mais QUENTES de 2020 com os 20 [+ 1] EPs e mixtape que também foram descarregadas nas plataformas de música.

A seleção inclui os projetos que a equipe mais ouviu – e que chamou a atenção do público – durante esse ano atípico. É óbvio que vai faltar muitos trabalhos, mas como o limite é de 20 vários cortes tiveram de ser feitos . Mesmo assim, a escolha não foi fácil. Apesar de todas as dificuldades desses 12 meses, a produção musical não parou. Isso também ajudou a amenizar os problemas desse período. Como só publicamos em 2021, adicionamos mais um EP na lista [aquele plus que não pode faltar].

#21. AYA – Ainda é Tempo

 

O R&B brasileiro tem ganhado mais espaço, adeptos e, claro, representantes. Uma das vozes que tem se destacado na multidão é a da cantora AYA. “Ainda é Tempo” dá uma ampla visão da suavidade que ela consegue tirar da sua potente voz. É também assertiva na escolha das parcerias de produção e no compartilhamento do microfone. AYA também faz boas variações. Gera questionamentos, ao mesmo tempo que traz respostas. Tudo muito acompanhado de uma camada musical bem arquitetada. Possui um lado inspiracional e outro nem tanto. Mas no geral, ela não permite que você ouça uma única vez.

 

#20. Duzz – Aquecendo a Nave

 

Apesar de estar no seu quinto EP, o Duzz está apenas começando. Parafraseando o título do seu EP: está aquecendo a nave. Como o próprio afirma, essa é a porta de entrada para o cenário do seu álbum ‘Além dos Satélites: Missão Renova’, que terá 31 faixas. Sob “traps sombrios”, ele se autoafirma, lança críticas, fala de vivências e das conquistas. Pode anotar: Duzz é um dos nomes para ficar de olho em 2021.

 

#19. Tylyssxn – Atvdd

 

Além de vivência, Talysson tem referência. E se você observar o que tem sido exportado do sul, é rap que dialoga com mais influências, principalmente brasileiras. pagode, funk, direto no beat e na letra. A criação do EP “Atvdd” é a consolidação de um trampo que não pede licença. Não bate na porta, arromba. E ele com originalidade.

 

#18. Anezzi – Anezzi

 

O Anezzi se inspirou em seus relacionamentos e vivências anteriores para falar de amor e desilusões amorosas. Esse EP, baseado no R&B, com algumas pitadas de trap, serve para aqueles momentos reflexivos, de dúvidas, indecisões e quando uma das partes pede um tempo no relacionamento. Também é uma opção para o esquenta. É para os românticos, ou nem tanto.

 

#17. Nabru – Heartbeat

 

Pode colocar a Nabru como uma das rappers de 2020. É claro que todo o caos fez com que muita coisa mudasse, mas para quem não conhecia, “Heartbeat” pode ser a entrada ao universo da MC. O jeito dela é próprio, livre, “descompromissada” com a estética. É bem rua, direta. Na realidade, não é possível definí-la. Basta dar o play e sentir.

 

#16. Ebony – Condessa

 

Ebony deixou geral na expectativa quando anunciou que soltaria o EP “Condessa”. Já era uma cobrança daqueles que a acompanham nos singles e participações. Na estreia, ela não decepciona. Mantém a consistência, a coesão e o seu estilo próprio. Há uma tranqüilidade na transmissão do que ela pretende passar. Mas Ebony também “se abre” quando necessário. É afiada nas rimas. “Condessa” é apenas um tira gosto do que pode vir no futuro.

 

#15. QXÓ – Peruana

 

QXÓ consolidou sua identidade no rap. Ele é singular. Tem um jeito de fazer rimas que foge às regras. No EP “Peruana”, isso fica ainda mais evidente. O MC tem suas próprias fórmulas para executar as 6 músicas do projeto, que segundo o próprio é muito importante para ascender sua carreira. Não há papos de visão. A intenção dele é fazer geral curtir.

 

#14. Coruja BC1 – Antes do Álbum

 

Como o próprio nome revela, o EP “Antes do Álbum”, do Coruja BC1, seria a introdução para um disco completo. Mas parece que vai ficar para 2021 (o 2020 mudou os rumos). Mesmo assim, o rapper consegue preencher a lacuna. Porém, as letras estão menos contundentes do que estamos acostumados. O romantismo dá o direcionamento. Não que as porradas não venha em algum momento. Está bem balanceado. É uma ótima introdução do que pode vir nos próximos 365 dias.

 

#13. Jup do Bairro – Corpo sem juízo

A Jup do Bairro precisa ser ouvida. E “Corpo Sem Juízo” tem que ser compartilhado com o maior número de pessoas. Jup é versátil. Caminha por diferentes ambientes sonoros, do rock ao funk. Não se prende aos métodos. Suas interpretações são suaves, seja nos sons mais tranquilos ou nos pegados. Te leva a pensar, em algumas linhas, e curtir, em outras.

 

#12. Hanifah – Emunah

 

De voz adocicada, Hanifah tem sua musicalidade sedimentada no R&B, porém consegue transitar facilmente pelo rap e o house sem precisar de grandes esforços. A forma dela interpretar é sincera. Transmite verdade, de fato. Isso reflete no equilíbrio das 7 canções de Emunah, que foram arquitetadas por Deryck Cabrera, Dj Will e Grou. O trabalho dela é simétrico. Agradável. Poético.

 

#11. Delacruz – Nonsense Vol. 2

 

No segundo volume de Nonsense, projeto iniciado em 2019, Delacruz mantém a musicalidade alicerçada no R&B. O complemento com gospel, soul e programações dá mais densidade. Varia (com equilíbrio) entre o orgânico e o eletrônico. É moderado nas interpretações. Mantém a tranquilidade, inclusive nos grooves. É cuidadoso no trato com as palavras. E isso também reflete na escolha dos parceiros de composição: Yoún, Kevin o Chris, Camila Zasoul e MC Hariel.

 

#10. RDD – Salcity Sounds

 

Uma estreia melhor que essa não existe. Já no seu primeiro EP, “Salcity Sounds Vol. 1”, o produtor baiano RDD (a.k.a de Rafa Dias, integrante do grupo Àttooxxá) chega chegando com os dois pés na porta. Alicerçado no “pagotrap”, o disco mostra todo o suingue da musicalidade da Bahia. Para as interpretações, RDD convidou A Travestis, Tícia, Raoni Knalha, Fashion Piva, Yan Cloud, Murilo Chester, Supremo e Mano John. Impossível apertar o play e ficar parado/a.

 

#09. CESRV – Bela Vista

 

Um dos responsáveis pela popularização do grime no Brasil, o produtor CESRV, a.k.a de Cesar Pierri, colocou na rua o EP “Bela Vista”, uma referência ao bairro paulista onde ele mantém seu estúdio a mais de 10 anos. Diferente de “BRIME”, que fez junto com Febem e Fleezus, o projeto une house, footwork, 160bpm, jungle e drum n bass aos samples de clássicos da música brasileira dos anos de 1960 e 70, como “Lotus 72″, do Zé Roberto, e Onda”, de Cassiano. Ao juntar diferentes estilos, CERV cria uma sonoridade própria, singular e atraente.

 

#08. Sonora Kush – IMAGE

 

 

Nos 20 minutos distribuídos em 5 tracks, Eduardo Hide e Akanni compartilham fatos da vida real. Refletem sobre o excesso de exposição, desamor, falta de autoestima. Abordam questões cotidianas. Tudo acompanhado pela cadência dos boom bap’s assinados pelo Goribeatzz, Tiago Frúgoli e Renan Samam. É dar o play, fechar os olhos e fazer a imersão no imaginário.

 

#07. Headnod Mixtape

 

Após receber mais de 70 produções de de beatmakers de todo o brasil, a Endorphins Lab fez uma peneira para selecionar as 36 produções que iriam compor a Headnod Mixtape (headnod é o balanço de pescoço, quando a batida é boa). Todas as bases tem samples de música brasileira. E entre os participantes estão alguns nomes conhecidos como Dr. Drumah, SonoTWS, Dario Beats, Dj Will, Cabes, Yoka, e vários outros que também estão na correria diária. O resultado foi uma série viciante com diferentes variações e referências de clássicos do Brasil.

 

#06. CESRV, Febem e Fleezus – BRIME

 

O grime já conquistou os ouvidos dos jovens brasileiros. Com BRIME, o produtor CESRV e os MCs Febem e Fleezus elevaram o nível do gênero das periferias de Londres, dando a ele uma identidade “genuinamente” brasileira. A fusão com o funk foi essencial para criar essa atmosfera. A sonoridade desenvolvida não conquistou somente os ouvintes do Brasil. Os britânicos também foram impactados. Deu início a um voo que está apenas no começo.

 

05. Victor Xamã – Cobra Coral

 

Intimista, talvez. A verdade é que em Cobra Coral, “Victor Xamã” mostra que tem sua própria fórmula para desenrolar suas concepções. Possui uma certa introspecção. Mas o jeito que ele escolheu para passar a mensagem prende o ouvinte do início ao fim. Dá seu papo, fala de amor, de problemas da vida real, declama poemas. É preciso. O único problema está na quantidade de tracks: apenas 4. Isso te obriga a voltar e ouvir novamente, uma, duas, três vezes seguidas.

 

#04. Tatiana – Tatiana

 

A voz da Tatiana traz calma. Possui suavidade, doçura. Até quando enfatiza suas lutas e desilusões, faz uns RAPs ou desabafa soltando um impropério, ela mantém a serenidade. Talvez seja isso que a mantém firme no corre. E não é de hoje. Antes mesmo de fazer parte do coletivo “Rimas e Melodias”, a cantora já colocava seus trabalhos na rua. Suas referências vão de Erykah Badu e Aaliyah, a Syd (The Internet) e Kelela. Todas elas ficam explícitas no seu autointitulado EP. As 5 tracks são carregadas de R&B, com pitadas de neo-soul, e estão imersas no amor. E nem tudo é mil maravilhas. Com delicadeza, Tatiana trata dos mais variados assuntos que permeiam os relacionamentos, do fogo da paixão ao espinhoso fim. Cada uma das canções serve para uma determinada situação.

 

#03. Fernando Kep – Vade Mecum

 

Alcançando níveis cada vez mais altos, Fernando Kep é uma das grandes revelações do RAP BR nesse conturbado 2020. Na mixtape “Vade-Mecum”, ele segue na contramão do que tem sido feito – sempre uma mescla de singles, vídeos e EPs. São quase 50 minutos, distribuídos em 16 tracks. E mesmo com uma quantidade considerada exorbitante para os amantes da liquides musical, o projeto “experimental” te mantém com os ouvidos atentos do início ao fim. Os versos de Kep, somados à sua voz rouca, a agressividade na interpretação, e a variação de instrumentais mostram sua autenticidade. Ele é conciso nas ideias. Retrata com objetividade suas vivências nas ruas de Macaé (RJ). Tem sensibilidade. Transmite uma verdade, que atualmente não tem sido encontrada facilmente. Mostra o compromisso e a paixão que o artista tem por sua arte.

 

#02. Israel Paixão – M.A.M.G – Volume 01

 

“Muito Amor e Música Geral”, essa é a proposta de Israel Paixão no volume inicial de M.A.M.G. Fazendo fusões de rap, trap, samba, pagode e soul, o brasiliense mantém a temperatura alta do início ao fim. Quando você pensa que a brasa está esfriando, Paixão joga mais álcool. “Estou Como?! É o ápice! Já dá para imaginar os graves tremendo nas caixas de som dos carros na quebrada. Um caminho sem volta.

 

#01. SonoTWS – Perfeitamente Incorreto

 

O SonoTWS reuniu 6 MCs emergentes para rimarem em cima dos seus beats sujos. Os escolhidos para a missão foram Fernando Kep, Nabru, BONSAI, Estranho, GUIZO e MMoneis. Nos precisos 17.17 minutos dominados pelo mais puro boom-bap, eles compartilham suas ideias. Como o próprio título indica é perfeitamente incorreto, não segue regras, porém, tem um direcionamento. E apesar da diferença na forma de cada um interpretar, há um certo equilíbrio. Como um regente, SonoTWS mantém o direcionamento e entrega um trabalho consistente – na régua.

 

*Textos assinados por Adailton Moura, Carla Santos, Pedro Yank.

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