O Deekapz é diferenciado. Experimentar faz parte da rotina dos pilotos da nave Matheus Henrique e Paulo Vitor. Só em 2021, eles apresentaram três EPs com texturas e características distintas: “Ensaio Sobre Você”, “Poly” e “Super Funk”. O último faz releituras de funks do Rio, São Paulo e Espirito Santo, que bombaram os bailes no final dos anos 1980 e início dos 1990. Nesse período, os batidões produzidos pelo DJ Marlboro, Amazing Clay, Mad Zoo e DJ Raffa se encontraram com a house music.
O desafio para “transformar” alguns desses clássicos (muitos deles com áudios de baixa qualidade) foi lançado pelo Augusto Olivani a.k.a Trepanado, diretor artístico da Selva Discos. Ele também ficou com a responsabilidade de apresentar aos dois produtores/beatmakers/DJs todos os sons que direcionam perfeitamente o EP.
Essa curadoria, e os detalhes do processo de criação, faz parte do minidocumentário homônimo ao projeto. Os quase 17 minutos são intensos. Cada música carrega sensações distintas, tendo os samples como base para a inserção de camadas espessas de miami bass, soul/funk, house e electro. O resultado dessas fusões surpreende (novamente), porque traz algo inesperado. Não que isso seja uma novidade para o Deekapz.
Das 5 faixas , 3 pode entrar facilmente no repertório de DJs de diferentes vertentes: “Lei do Baile”, “Lado B” e “Melo da Flauta” – esta, feita em homenagem ao produtor Paul Hardcastle e ao DJ Amazing Clay. Também tem todos os ingredientes para estralar nos falantes dos carros, sistemas de som e no rádio. É, necessariamente, um disco para ser ouvido sem headphones. Tem que colocar no aparelho de som (caso tenha), ajustar os graves e aumentar o volume. Não por acaso, o título é “Super Funk”.