Aqui estão reunidos alguns sons lançados nas últimas semanas. Selecionamos as “pedradas”da MC Soffia, Cordae, Ravi Lobo, Pouya, Jungle Jun, Supperbiro, Marina Peralta, NEZ, Rafael Mike, Salaga e Edi Rock, Kelmone e Roger Deff.
MC Soffia – Viajar
A MC Soffia está em constante evolução. “Viajar” é mais uma entrega que mostra a sua potência. Na letra, ela fala de “sonhos e das possibilidades que todas as pessoas deveriam ter independente de diversidade de gênero e etnia”.
“Eu resolvi falar um pouco dos desejos que todo mundo tem que é viajar, conhecer outros países, ter roupas de marca,criar seu próprio negócio, ser famosa, sem esquecer do racismo que nos ataca diariamente”, observa. “E parece que preto ou preta e dinheiro não podem andar juntos, quem pensa assim não conhece as histórias dos reinos africanos, procure saber”.
Cordae – Super
Produzido por Kid Culture (Justin Bieber, Ed Sheeran) e co-produzido pelo Jenius, “Super” abre caminho para o aguardado álbum do Cordae, “From A Bird’s Eye View” – previsto ainda para 2021. Ele marca a aguardada sequência do bem-sucedido álbum de estreia dele, “The Lost Boy”, que conquistou até agora mais de 430 milhões de streams em todo o mundo.
Ravi Lobo – Shakespeare do Gueto
Membro do Rap Nova Era, Ravi Lobo chega com seu primeiro single solo: “Shakespeare do gueto”. O som produzido por JLZ tem participação da filha do rapper, Lis Leal (seis anos) e aborda a vivência dele para narrar e aconselhar sobre a vida na favela. “Nova Era é o grande pilar disso tudo e sem o grupo não existe Ravi. O voo sozinho sempre esteve no meu pensamento e este momento me pareceu propício para dar início a essa jornada”, diz. “O ponto principal foi o fato de minha filha participar da faixa. Isso é uma parada muito especial para minha vida. Além disso, ‘Shakespeare do gueto’ tem ideias fortes e uma levada diferente”.
Pouya – Wig Split feat. Denzel Curry
Com seus flows compassados e vocais afiados, Pouya fechou com Denzel Curry na frenética “Wig Split” (uma colisão gloriosa de sintetizadores vibrantes e baixo subsônico). Essa é ideal para o bate cabeça, apesar dos mais de 2 minutos. É objetiva e direta, oferecendo versos de alta voltagem de ambos os rappers.
Jungle Jun – Sangria Desatada
Fazendo sua estreia musical, Jungle Jun chega daquele jeito com “Sangria Desatada”. Carregada pelo dub, produzido por Dubalizer, ela manda um recado contundente à sociedade patriarcal. Escrita em 2016, a música reflete também os dias atuais.
“A inspiração veio da revolta que senti ao ver casos em sequência, de famosos e não famosos, sendo abusivos com mulheres, e pessoas anônimas defendendo com vigor os abusadores e seus atos repugnantes”, afirma”. “Senti a necessidade de cantar sobre essas questões e me informar mais, para que eu, mulher, não reproduzisse a misoginia que o sistema patriarcal me treinou para reproduzir”.
Supperbiro – Que Tiver que ser feat. Babidi
Desenrolando situações sutis do seu cotidiano, capazes de mudar a vida drasticamente, “Que Tiver Que Ser” mostra como temos a capacidade de converter essas experiências em coragem para viver tudo aquilo que a alma anseia realizar em vida. A produção assinada pelo Babidi, do Covil da Bruxa, faz o background ideal para que o rappers solte suas linhas.
Marina Peralta – Freedom Fighters
Única convidada brasileira para a coletânea nova-iorquina Freedom Sound, Marina Peralta apresenta “Freedom Fighters”. Produzida por Adrian Donsome, da Donsome Records, a música cantada em português e inglês faz parte do projeto com diversos outros artistas do reggae, entre eles Mykal Rose, Anthony B, Pressure e banda Big Mountain.
“Falo sobre a vontade de me manter inspirada, motivada e com fôlego para estar com o coração em chamas, quebrando algemas, correntes e fazendo um som consciente para grandes mudanças”, diz ela.
NEZ – To The Money
O multifacetado produtor e artista de Chicago NEZ (conhecido por seu trabalho por trás das placas em sucessos como “Man of the Year” de ScHoolboy Q e “Lord Pretty Flacko Jodye 2” de A $ AP Rocky) compartilhou um remix de “To The Money (ft. Flo Milli & 8AE)”, feito por Aluna & Shadow Child. O single original (de seu EP Midnight Music) reinventou Flo Milli como uma diva da pista de dança em uma batida que impulsionou o som da house music que NEZ surgiu em direções até então inéditas. Aumentado por um novo verso de Aluna e ostentando um facelift pronto para o clube de Shadow Child, repleto de uma batida de quatro no chão e harmonias de sintetizador percussivo, o remix codifica que NEZ é um dos novos artistas mais hábeis do ano.
Rafael Mike – Sunshine
Fundador e líder do grupo de funk Dream Team do Passinho, o cantor e compositor Rafael Mike colocou na pista o single envolvente e reflexivo “Sunshine”, que recebe a participação dde Cenora. A inspiração para compor a música veio depois que Mike recebeu a notícia de que Lara, sua filha de 11 anos, havia sido diagnosticada com meduloblastoma, um tipo de câncer muito comum em crianças.
“Eu raramente escrevo algo sobre minha vida. Nesse caso, depois do resultado do exame da minha filha, algo me dizia que eu não poderia perder a alegria”, diz. “Eu deveria extraí-la de dentro da alma e fazer com que ela refletisse para os olhos da minha garotinha”.
Salaga e Edi Rock – Neguin Falado
O Salaga se uniu ao Edi Rock para falar sobre conquistas, sonhos e liberdade. “Neguin Falado”, produzida pelo Kalfani, também marca o reinício da carreira do rapper (ele fala sobre isso no mini doc, que será lançado em breve). “Faltam palavras para falar sobre esse feat com o Edi Rock”, ressalta. “Foi a realização de um sonho e ao mesmo tem uma grande surpresa. Não esperava isso logo agora, só sei agradecer e me sentir abençoado”, conta Salaga que chegou a escrever um single para se despedir do rap.
Kelmone – Ditados
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De forma crua e sem desvios, Kelmone coloca para fora toda sua revolta em “Ditados”. Essa é a sua estreia oficial no rap, apesar de marcar presença nas rodas de batalha no Rio de Janeiro, incluindo a Roda Cultural do Meier e Batalha da Caixinha. Um nome para ficar de olhos e ouvidos abertos.
Roger Deff – Um MC
O rapper mineiro Roger Deff está dando algumas amostras do que virá em seu próximo álbum, “Pra romper Fronteiras”. O single single “Um MC” chega na sequência de “Utópico”. Nele, o qual o artista fala sobre a trajetória como MC e homenageia MCs do Brasil e do mundo. “Ser um MC ampliou meus horizontes e este lugar, esta função tem uma importância gigantesca na construção das narrativas da população negra e periférica, por nos permitir contar a nossa história, a partir do nosso ponto de vista”, pontua Roger Deff.
Foto capa: reprodução Instagram